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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 19 de agosto de 2017

Sem palavrões! – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Na última visita que eu e Magali fizemos ao Crato, sentimos falta da Movelaria Irmãos Rola na Rua Ratisbona, bem próximo da Estação do Trem. Depois soubemos que o seu proprietário havia falecido. Os móveis ali fabricados eram de excelente qualidade.

A propósito dessa ótima movelaria que o Crato perdeu, juntamente com seu honesto proprietário, lembrei-me de uma pequena história que ouvi sobre os móveis fabricados por essa tradicional oficina da nossa terra.

Robertinho ia cursar o terceiro científico, atual “ensino médio” e, teve de ir estudar em Recife para tentar o vestibular no curso de engenharia. Rapaz de inteligência privilegiada, possuidor de extraordinária presença de espírito, bem valia o esforço que seus pais empreenderiam para que ele seguisse adiante nos estudos. Robertinho se reuniu com mais dois colegas de turma e juntos alugaram um apartamento confortável na Boa Vista, local onde o cratense que visita a capital pernambucana pode encontrar na certa, com vários universitários do Crato que por lá estudam.

Decorridos cerca de três meses de moradia em comum, a camaradagem dos três colegas cratenses aumentava cada vez mais de intensidade. E Robertinho era o mais brincalhão dos três, recitando a cada observação que fazia um sonoro palavrão. Mas isto até o dia em que dona Lurdinha, mãe de um colega do Robertinho foi visitar o filho, para saber como ele estava instalado, enfim, verificar se tudo ia bem, como ia de estudo, e mais uma porção de coisas que toda mãe se preocupa quando se trata do “bem estar” dos filhos.

A presença daquela senhora entre os três estudantes não inibiu Robertinho de pronunciar seus sonoros palavrões. Até que, dona Lurdinha, sentindo-se incomodada em ouvir tantos nomes feios, muito dos quais ela nem imaginava que existissem falou sério com ele: “Robertinho, você vai me fazer um grande favor! Vai me respeitar e enquanto eu estiver aqui não quero ouvir nenhum nome feio saindo da sua boca imunda!”

Claro que Robertinho se melindrou. Sempre que a dona Lurdinha estava em casa, ele se recolhia ao seu quarto, deixando para fazer suas refeições em outros horários ou quando não, se privando de algumas delas. E isto dona Lurdinha percebeu claramente.

Certo dia, ao atravessar o corredor do apartamento, dona Lurdinha viu a porta do quarto de Robertinho aberta e, ele estudando, apoiado numa bonita escrivaninha. Tentando quebrar o gelo, ela puxou conversa: “Que móveis lindos os seus, Robertinho! Onde você os comprou?” “No Crato!” Respondeu Robertinho. E dona Lurdinha quis saber mais: “No Crato? Em que lugar?” E encerrando a conversa, Robertinho acrescentou: “Naquela Movelaria cujo nome é um grande palavrão! E a senhora me proibiu de falar palavrão!”

Por Carlos Eduardo Esmeraldo
A história é verídica e os nomes dos personagens fictícios para preservar suas identidades.

3 comentários:

  1. Prezado Carlos.

    Wladerico Teixeira Rola residia aqui proximo no Sossego. Faleceu há pouco tempo. Eu vou contar uma historia de uma irmã do Wladerico, a professora Teresinha Teixeira de Queiroz, casada com João Mousinho de Queiroz, funcionario do Banco do Brasil.

    A historia aconteceu no Banco do Cariri onde a professora era cliente. No momento de preencher o cadastro o funcionario perguntou o Nome e ela respondeu : Teresinha Teixeira de Queiroz. O Fucionario perguntou: A senhora não tem, e, repetiu o palavrão. Então ela respondeu rindo: tenho não, na nossa familia só quem tem são os homens, as mulheres se casam subtrai o nome da familia e passam a usar o nome do marido.

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  2. Prezado Morais

    Ainda rindo muito da situação da irmã do Sr. Wladerico. A prósito, agradeço por você ter me lembrado do nome dele. Pensava ser Valderico. Eu era seu cliente. Encomendei duas cadeiras de balanço com assento de palinhas que ficaram ótimas. Lembrei-me dessa história que postei porque apareceu uma aluna minha de Cálculo Integral que tem o mesmo sobrenome. Na chamada, omito sempre um dos sobrenomes, pois uma vez esqueci e provocou muitas gargalhadas dos colegas.
    Um abraço!

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  3. devia por esse comentário Morais pois é muito legal eu ri pra caramba

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