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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 29 de julho de 2025

NEYMAR NÃO SE ENXERGA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 


Será que Neymar se julga maior do que o Santos?

Passa pela cabeça desse milionário jogador que Pelé está abaixo dele na história santista?

Os insultos dirigidos ao torcedor na Vila Belmiro foram vergonhosos.

Mais do que isso, chamar o homem para brigar no vestíário.

Nadando em dinheiro, Neymar não tem motivos para andar desesperado. O torcedor do Santos, sim.

Com o time em crise, mais de uma vez, o jogador não foi sequer assistir os companheiros.

No Santos, permanece porque ainda não pintou a oportunidade de "tirar o time".

E o seu pai ainda acha que o filho está fazendo "um favor ao clube".

Que triste passagem. 

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Passado no presente Por Antonio Morais


Passado no presente Pedrinho Sanharol.

Na década de 40 do Século passado, na época do inverno José Alves de Morais Feitosa, Zezinho e Antonio Alves de Morais Feitosa, Morais saíam de Arneiroz oara Várzea-Alegre  para fazerem plantio de arroz

Zezinho ficava no Sanharol na casa da irmã Andrezinha e Morais na sede da cidade na casa de eua irmã Ana, Nanân. 

Era uma rotina, todo ano a mesma coisa.

Zezinho muito jovem ainda foi para cidade de Rondom no Paraná, e, de um em um foi levando os outros irmãos até levar os pais João André e Conceição época em que quase todas família morava no Paraná.

Na década de 80 Zezinho fez uma carta para o primo José André solicitando que ele pedisse a Raimundo Alves de Morais, o muito conhecido "Candeiro" o maior poeta do Sanharol para ele fazer um verso falando daqueles velhos tempos.

Candeiro, foto atendeu e fez uma obra prima. 20 estrofes descrevendo as memórias deixadas por aqueles tempos. Falando do Plantio, da limpa, da colheita, dos costumes daqueles tempos e de hoje em dia.

Veja uma das estrofes que escolhi para o amigo leitor :

Dava gosto de se ver,

Um bando de cabra macho,

Cortando Cacho por cacho,

Cantando sindô lelê.

Mas, tudo isso acabou-se,

Não tem mais arroz doce,

Nem fazem maneiro pau,

Estão cortando pelo tronco,

E batendo no girau.

domingo, 27 de julho de 2025

O Imperador que era um pai para todos os brasileiros - Postagem do Armando Lopes Rafael.



   Durante viagem ao interior da Província de Minas Gerais, o Imperador Dom Pedro II observou, em meio à multidão compacta, uma negra que fazia grande esforço para se aproximar dele, mas as pessoas à sua volta procuravam impedi-la. Compadecido, o Soberano ordenou que a deixassem se aproximar.
A mulher se apresentou:
Meu senhor, eu sou Eva, uma escrava fugida, e venho pedir a Vossa Majestade a minha liberdade.

O Imperador mandou tomar as notas necessárias e prometeu lhe dar a liberdade quando regressasse. E efetivamente entregou à cativa seu documento de alforria.

Anos mais tarde, indo a uma das janelas do Paço de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, Sua Majestade viu que um guarda tentava impedir que uma negra idosa entrasse. 

Sua memória prodigiosa imediatamente reconheceu a ex-escrava mineira, e o Soberano ordenou:

Entre aqui, Eva!

A mulher se precipitou porta adentro e entregou ao Imperador, seu augusto protetor, um saco de abacaxis, colhidos na roça que ela havia plantado após ganhar sua liberdade.

(Baseado em trechos do livro “Revivendo o Brasil-Império”, de autoria de Leopoldo Bibiano Xavier).


sexta-feira, 25 de julho de 2025

FUTEBOL É RITMO - Por Wiltom Bezerra, comentarista generalista.

 

Após vermos parte do "creme do creme" dos clubes europeus no Mundial dos EUA, percebemos problemas no nosso futebol.

A volta do "fogão à lenha" (o Brasileirão) mostra duas deficiências: na velocidade da circulação de bola e na sustentação da intensidade de jogo.

E que agrava mais o problema: os jogos são muito interrompidos por simulações, cada vez mais safadas, por parte de jogadores. E, também, pelos ajuntamentos demorados em torno dos árbitros.

Não adianta contestar. Principalmente, depois dos avanços da medicina esportiva, futebol é ritmo.

Quem não compreender isso tem pacto com o atraso.

A essência do futebol está em ver o corpo humano fazer coisas difíceis e belas. Só que, agora, adicionando-se a rapidez na feitura.

Não custa lembrar que futebol é um misto de baile e combate.

Com uma certa dose de exagero, diríamos que, em muitos jogos acompanhados, até parece que o passe, o drible e os esquemas táticos viraram "novidades".

O Mundo e o futebol são duas coisas que mudam frequentemente.

E o Brasil não tem acompanhado o ritmo. 

Um varzealegrense ilustre e esquecido - Por Antonio Morais.

Pedro Bezerra da Costa, Pedro Costa, filho de Leonarda Bezerra do Vale e José Alves Bezerra, José da Costa do São Cosme.  Casado com  Maria Linda do Amor Divino,  Mariinha, ela  viúva de João Alves Bezerra, João da Costa do São Cosme.

Pedro Costa se caracterizava pela capacidade de fazer amizades e conservá-las. Um homem corajoso, destemido, valente, caridoso e amigo.

Várzea-Alegre  costuma esquecer seus filhos ilustres, Pedro Costa é um deles, não é lembrado com o devido respeito e valor que teve no seu tempo.  

Enfrentou a politica dos coronéis, do  bacamarte, rifle e fuzil.

O que mais lhe marcou a vida foi o seu espírito de humanidade. Em 1932, famílias se desgarravam dos sertões do nordeste na tentativa de sobreviver a fome. Uma delas, de passagem  por sua fazenda, um casal de filhos despidos, o homem só com as vestes inferiores, e a mulher com os braços cobrindo os seios. Ele serviu alimentos a base de coalhada para todos.

Ele foi até a cerca que servia de varal para estender roupas e apanhou um vestido de sua esposa e deu a transeunte.

Deus foi generoso com ele, quando a esposa sentiu falta do vestido disse :  Pedro, a vaca comeu o meu melhor vestido!

Várzea-Alegre não cuida da memória e história de seus filhos ilustres. Está se tornando uma cidade sem passado, quando vai perceber que  quem não tem passado também não terá futuro.

domingo, 20 de julho de 2025

Roberto Campos - Discurso de posse na Academia Brasileira de Letras.

Não queria dividir a miséria, queria acabar com ela.

Enquanto a esquerda brasileira insiste em políticas que distribuem escassez, Campos apontava um caminho claro: liberdade econômica, mercado competitivo e criação de riqueza.

Hong Kong é o exemplo: sem recursos naturais, com liberdade de mercado, superou a antiga metrópole britânica em renda per capita. 

O que gerou esse milagre? Mercado. Não assistencialismo.

O TREM DA FELICIDADE - Por Wiltom Bezerra, comentarista generalista.

Como era bom morar em um lugar por onde o trem passava.

Ainda mais quando se tratava de pequenas localidades.

Como a Várzea da Conceição, local que me viu nascer, onde meu pai trabalhava e o tio José Bezerra era o agente.

Esse distrito de Cedro teve sua estaçãozinha inaugurada em 15 de agosto de 1916. 

Quando a Maria Fumaça ficava em descanso, era uma festa.

Como diz a canção, "todos os dias era um vai e vem, com a vida se repetindo na estação”.

Lembranças de minha avó que chamávamos de "mãe do Ito".

sábado, 19 de julho de 2025

Governo dos EUA anuncia revogação imediata dos vistos de Moraes e aliados no STF - Diario do Poder, Claudio Humberto.

 


Familiares e aliados de Moraes também serão afetados.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira (18) a revogação dos vistos americanos concedidos ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, bem como aos seus familiares e aliados no tribunal.

De acordo com Rubio, o presidente Donald Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros que estejam envolvidos em restrições à liberdade de expressão nos Estados Unidos.

“O Presidente da República deixou claro que seu governo responsabilizará os estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos”, escreveu Rubio em sua mensagem. “A caça às bruxas política do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos.”

O secretário de Estado finaliza assim: “Portanto, ordenei a revogação imediata dos vistos de Moraes e seus aliados na corte, bem como de seus familiares próximos.”

Apenas três ministros do STF não terão vistos revogados: André Mendonça, Luiz Fux e Nunes Marques.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Mundim Gonçalo e Dona Rita - Por Pedrinho Sanharol.

 

O tempo é a matéria prima da vida. O passado não pode ser esquecido, más não devemos fazer dele o futuro.

Na minha mais recente passagem por Várzea-Alegre visitei o casal amigo Mundim Gonçalo, 98 anos e Dona Rita, 95 anos.

Gentis e cordiais, tempo bem vivido, exemplo de legado que deve ser seguido por todos : Homradez, carater e decência juntas, de mãos dadas.

Quando pessoas do nosso tempo se encontram, eu estou com 73 anos, costumamos recorrer a história e exemplos de nossa ascendência, nossos antepassados.

Assim é que eu contei uma história de Antonio Gonçalo Araripe, genitor do nosso querido Mundim. 

Pra quê fui fazer isto? 

Vi aquele homem forte, corajoso e destemido tremer o rosto, prender os lábios e encher os olhos lágrimas, não de tristeza, mas de saudades.

Feliz de quem não perdeu a capacidade de sentir saudades. "Saudade é o que ficou, daquilo que não ficou".  

Minha história ascendeu as brasas da saudade e o que estava ausente se fêz presente, e, o nosso amigo Mundim Gonçalo reviveu a história do seu pai como se o passado fosse presente, como se estivesse frente a frente com ele.

Os quase 200 anos dos dois são fatos raríssimos. São uma graça do "Criador" concedida a poucos. 

Como disse Santa Mônica - "Cada dia é uma moeda que Deus nos dá para comprarmos a sua glória".

Se você ama a vida não desperdice o tempo, a vida é feita desse material.

Foi uma alegria toda especial encontrá-los. 

Espero, desejo e confio que Deus lhes conceda mais um longo tempo a esse patrimônio humano de nossa terra que merece o nosso aplauso, admiração e respeito. 

Um grande abraço a toda família. Deus abençoe e ilumine sempre.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Finja - Por Antonio Morais

 

Com o tempo  aprendemos que o amor chega na hora exata. Que a maturidade vem aos pouco. Que a família é tudo. Que amigos bons e sinceros são poucos.

Que cuidar da nossa própria vida é sempre a melhor opção. Que dias melhores sempre virão. Que na vida, nem tudo vale a pena.

E, principalmente que a nossa felicidade depende das escolhas que fazemos.

A apelação vergonhosa da Rede Globo - Por Pedrinho Sanharol.


Nos últimos tempos a Rede Globo tem apelado, em todos os segmentos da sociedade em busca de audiência. 

No futebol a falta de sensatez e razoabilidade extrapola o sério. Narrador, comentarista e reporter se metamoforsiaram-se em torcedores. O ludíbrio, a enganação e a mentira assumiram o comando, nada de verdades.

Agradou a um segmento tem a defesa da Rede Globo. E, o pior, é vendida. Quem pagar é disseminada até as inverdades.

Para confirmar essa minha assertiva a seleção "Feminina da Globo" perdeu. Está eliminada de uma "Copa do mundo" que mal começou.

No segmento politica a vergonha ainda é maior. Os apresentadores se esmeram até quando são capazes de provar a sua subserviência e o quanto são vendidos. 

Tenho pena e dó dos que acreditam.|

Luiz Gonzaga para Osvaldo Alves de Sousa - Por Antônio Morais.

Bilhete de Luiz Gonzaga para o Jornalista Osvaldo Alves de Sousa, em 21.10.76.

"Osvaldo.

Meu irmão, não falte amanhã as nove horas para a inauguração da Agência do Bandepe aqui em Exu.

Traga o seu som além da reportagem. 

Já vou pois tô vexado".

Luiz Lua Gonzaga.

21.10.76.

Bispo goiano diz que Brasil é governado por ímpios e vive sob ditadura - Por Dom Adair José Domingues.

O bispo dom Adair José Domingues, de Formosa (GO), afirmou durante missa no último domingo (19) que o Brasil vive sob uma ditadura e está sendo governado por ímpios, “nós estamos num país que Nossa Senhora precisa ter misericórdia do Brasil, uma crise econômica que está entrando e vai ser avassaladora, porque quando o ímpio governa o povo geme, e nós estamos sendo governados por ímpios”.

“Somos um país mergulhado numa ditadura, onde não se tem mais liberdade, onde temos milhares de pessoas sofrendo com processos sem direito ao contraditório”, continuou o católico.

Dom Adair citou a situação da mãe que foi presa em flagrante após ter participado do 8 de janeiro. A mulher pichou uma estátua que representa a Justiça, instalada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF)

“Como pode uma mãe, por causa de um batom, pegar 17 anos, tendo seus dois filhos pequenos, e não podendo nem ficar presa em casa para cuidar dos filhos?”, desabafou o bispo goiano. 

Adair aproveitou para comparar a situação com a prisão da ex-mulher do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.

“A esposa do corrupto do Rio de Janeiro, que pegou 400 e tantos anos de cadeia e já está solto, e ela, que pegou mais de 80 e já está solta por causa dos filhos, esses têm direitos. 

Hoje no Brasil é beneficiado quem é do lado estranho, mas quem defende família, liberdade, religião, fé, propriedade privada, parece que não tem mais direito”, desabafou.

Lula se ausenta, após criar a confusão, mas Alckmin se envolve contra tarifaço - Diario do Poder, Claudio Humberto.

 


Deixa intrigados políticos e empresários a ausência de Lula (PT) nas iniciativas para tentar contornar a crise que ele criou com declarações insultando o presidente Donald Trump e valores dos EUA como a própria moeda americana, que resultaram no tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. 

Lula não integra o “comitê de crise”, não participou de reuniões com os setores mais afetados pelas tarifas e nem mesmo assinou a carta enviada aos americanos clamando por negociação.

Pedindo arrego

Com a vacância inesperada, o vice Geraldo Alckmin assumiu o encargo até de assinar carta pedindo arrego, em nome do governo brasileiro.

Capitulação

Para disfarçar a admissão de derrota, a carta cita “indignação”, coisa e tal, para finalmente pedir negociação. Ainda não obteve resposta.

Chá de sumiço

A ausência de Lula ganhou explicações variadas entre petistas, desde “ele não está bem” até “não se sente confortável com o assunto”.

Perdidos na noite

Até a noite desta terça-feira (16), o governo Lula não sabia nem mesmo a quem se dirigir, tal a falta de diálogo com o governo dos EUA.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

A INCRÍVEL FOME DE GOLS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 


Os grandes do futebol europeu têm enorme apetite por gols.

Fazem (e levam) tentos à granel. E com gosto. 

Foi o que se viu neste Mundial de Clubes, além de jogos memoráveis.

Quando times como PSG, Real Madrid, Bayern e Chelsea têm a oportunidade de dizimar o oponente, não deixam por menos.

Na decisão da Copa, o Chelsea fez com o PSG o que o time francês fez com o Real Madrid.

A apressada crônica brasileira deve ter dirimido suas dúvidas quanto a quem joga o melhor futebol do Mundo no momento.

Intensidade além da conta, marcação rígida na perda da bola, rapidez nos contra- ataques, tabelas entre linhas. 

Teve tudo isso e mais o brilho individual de jogadores extraclasses.

terça-feira, 15 de julho de 2025

Livre-se - Por Pedrinho Sanharol.

 

Livre-se  da maldade do mundo invejoso. O invejoso não quer o que você tem. O invejoso quer que você não tenha.

Ingratidão é o preço do favor não merecido. A decepção é o preço que você paga por acreditar demais nas pessoas.

Não tenha medo de pensar diferente dos outros. Tenha medo de pensar igual e descobrir que todos estão errados. A decepção não mata, mas acaba muito sentimento bom. 

Quando está tudo certo na sua vida o correto a fazer é não contar para ninguém. O que ninguém sabe ninguém estraga. 

Não exponha os seus planos antes de os ter realizado, existe muita negatividade desfaçada de torcida.

Ultrapassado e inconsequente - Por Pedrinho Sanharol.

Luiz Inácio Lula da Silva é um cadaver insepulto, no meio da sala. Ninguém sabe como lidar com um vaidoso ultrapassado e inconsequente.

Incapaz de andar pelas ruas do Brasil sem ser vaiado, viaja o mundo fazendo declarações mentirosas, desastrosas, e pior, desafiando a maior potência do mundo com sua lingua putrefata.

Saudades do império.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

A ORIGEM DAS IDEIAS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Vejam que até ideias revolucionárias do futebol derivam de antiga visão.

O "futebol total" de Rinus Michels, com a Holanda em 1974, deriva de uma citação do treinador alemão Josef "Sepp" Herberger: "É preciso atacar e defender com a máxima eficiência".

"Sepp" foi o técnico da Alemanha na conquista da Copa do Mundo de 1954, vencendo na final a Hungria de Puskas e companhia.

Embora com o jeito de lugar comum, a frase virou mantra pelos treinadores. Carlos Alberto Parreira a repetia com frequência.

DA PRANCHETA PARA O GRAMADO

Perde-se e ganha-se jogos de várias maneiras. Não existe esquema tático imbatível.

Hoje, mais do que nunca, os times capricham na marcação.

Apesar de se fazer uso de alguns planos conservadores, a marcação por zona é a mais indicada.

Dependendo das características do adversário, sem a bola, a marcação é baixa, média ou alta.

A intensidade é primordial na distribuição da equipe em canto.

Dizem que o patrono dessa forma de jogar é o Ancelotti.

ANCELOTTI NÃO ABRE MÃO

Durante um ano sabático, em 2015, o treinador Tite resolver estudar futebol na Europa.

Manteve contato com os técnicos mais renomados, assistiu treinos, acompanhou jogos.

Foi num dos almoços com Ancelotti que ouviu do atual treinador da seleção brasileira: "Tite, eu abro mão da qualidade, mas não da intensidade".

FRASE

"Se o ímpeto da juventude é fundamental, a experiência da idade não é menos importante". A frase é minha mesmo.

RESULTADO DO EVENTO "MERCADO LITERÁRIO" - Por Antonio Gonçalo.

 

Em termos de vendas, no MERCADO LITERÁRIO saíram 14 unidades do livro "ARGUMENTO NOSSO", de minha autoria. Por mim, considerei um resultado excelente e fico muito grato com isso.
Registre-se que, levando em conta outros fatores como, o acolhimento que tivemos e a receptividade da Prefeitura, Câmara Municipal, AVL; a organização logística da própria administração do Novo Mercado Público; e a frequência de visitantes, um número a mais ou a menos de vendas torna-se irrisório.

-se também, que, como sabemos, o evento é apenas uma porta de oportunidade, cujo resultado pode ser de proporcionar mais vendas e/ou, também, de favorecer o reconhecimento por parte da comunidade e das instituições do município com relação à importância das artes literária e cultural.

Concluindo, expresso que meus pais e irmãos ficaram deveras encantados com a organização e o sucesso da Feira, o que me foi passado também por outros parentes e inúmeras pessoas que encontrei aleatoriamente na cidade de Várzea Alegre, após o evento.
Muito grato e um abraço a todos.
Fortaleza-CE, 13.07.2025

domingo, 13 de julho de 2025

Mercado Literário - Por Antonio Morais.

Várzea-Alegre é uma cidade muito rica de cultura. Existem nos seus quadros mais de uma centena de escritores, historiadors e memorialistas.

Estive num avento titulado "Mercado Literário" idealizado pela Dra Linda Lemos Bezerra com a presença da Secretaria de Cultura do Municipio, autores como Antonio Gonçalo, Dr. José Sávio Pinheiro e tantos outros.

Historiadores são recordadores profissionais daquilo que as pessoas querem esquecer.

Deveriamos viver lembrando a cada momento, que a vida é um sopro. Basta pouco e não estamos mais aqui.

Raiva, inveja e ressentimento são inúteis. A vida é o presente mais bonito que temos.

Nós nunca deveriamos permitir a ninguem estragar esse presente que não receberemos outra vez.

Foto Samuel, o escritor Antonio Gonçola de Sousa, a Dra Linda Lemos e o  Editor do Blog Antonio Morais.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

COBRA PARA NOS PICAR - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

O futebol brasileiro vende o artista e não o espetáculo. Tenho repetido isso.

Não somos capazes de exportar os nossos clubes. E não se diga que não há consumidores.

É certo: somos conhecidos e respeitados por causa da seleção brasileira. Além disso, o pé de obra que produzimos é de boa qualidade.

Agora, no Mundial de Clubes, o Fluminense ia bem na competição até chegar à semifinal contra o Chelsea.

Vai que aparece um centroavante brasileiro chamado João Pedro, para fulminá-lo com dois gols.

Nem todos sabiam se tratar de uma cria do próprio tricolor das laranjeiras. Bem melhor seria tê-lo do lado brasileiro.

É exatamente esse o ponto que nos coloca numa posição secundária diante do futebol europeu.

Nos falta o vil metal (só é vil quando falta) para sustentar no Brasil os craques revelados.

Enquanto isso, ficamos nas discussões estéreis sobre onde se pratica o melhor futebol do Mundo no momento. 

Eu digo que é num vetusto continente.

Debalde, quase debalde. - Por Antônio Morais.

 


"A criancinha que ia de banco em banco, estendendo a mãozinha e recebendo acenos negativos de não. Ela queria desejar paz a cada fiel e não estava pedindo esmola.

Enquanto estudei e vivi entre vocês, sempre, sempre estendia a mão, desatava a minha voz, dizia verdades para agrado de uns e desprazeres de outros.

Como a criancinha, a minha mão aberta era um pedido de esmola, minha voz ativa era uma blasfêmia. O silêncio era a indignação.

No silêncio de uma igreja era confundida a intensão da pequenina, mas no meio universitário estava tudo claro quando eu falava. 

Debalde. Quase debalde.

Sim, porque eu tenho certeza que muitos entenderam minhas palavras, minhas mensagens".

Os Macedos - Postagem do Antônio Morais.

Melito Sampaio Alencar e seus irmãos, Brigadeiro José Sampaio Macedo e Dr.Otacílio Macedo são responsáveis pelas melhores estórias do Crato.

Todos muito inteligentes, dotados de um humor irônico, sarcástico.O Melito contava suas piadas ou fazia suas presepadas extremamente sério. Não ria de forma nenhuma. Só interiormente!

Costumava fazer ponto na Praça Siqueira Campos pela manhã. Era produtor, dono de engenho.O Brigadeiro era reformado da Aeronáutica, tendo sido o primeiro comandante da Base Aérea de Fortaleza. Participou da Revolução de 32, como legalista, combatendo as forças paulistas com ataques aéreos.  

Em 1934 comandou uma tropa de 54 homens que tentou prender o famoso Lampião.

Chegou a travar tiroteio, sendo atingido no tornozelo, deixando-o com uma seqüela. Lembro-me, bem menino, tê-lo visto fazendo rasantes no Crato, dando “loops” e “parafusos”. Voava quase na vertical, parava o motor e o avião vinha caindo em parafuso. Era a chamada “folha seca”. 

Tudo isso em teco-teco! Aliás, o primeiro pouso de avião no Crato foi na década de trinta, pilotado pelo Brigadeiro.O avião ainda estava taxiando, quando populares correram para junto do avião.

Um deles, parente do Brigadeiro, foi degolado pelo avião. Outra façanha do Brigadeiro foi estabelecer as bases para a implantação do Correio Aéreo Nacional, juntamente com o Marechal Casimiro Montenegro Filho. 

Enquanto o, então, tenente Montenegro vinha estabelecendo as bases do sul para o Ceará, o Brigadeiro fazia o percurso contrário. Também era produtor, no Crato, dono de engenho.

O Dr. Otacílio foto era médico, excelente orador e jogador profissional de baralho. Mas a sua grande vocação mesmo era o jornalismo. Patrono da cadeira nº 13 do Instituto Cultural do Cariri. Ficou famosa a entrevista que ele conseguiu com o Lampião, quando esteve em Juazeiro do Norte. Foi a melhor entrevista concedida pelo famoso cangaceiro. Os irmãos Macedo tinham mesmo uma tendência a envolver-se com o Lampião...

Brigadeiro e Melito.

O interessante é que não se falavam entre si, mas não deixavam de participar das conversas, na praça. Com um detalhe: para se dirigirem um ao outro, precisavam de um “intérprete”. Caso o Brigadeiro quisesse dizer alguma coisa para o Melito, falava para o “intérprete”. 

Este repetia tudo, mesmo estando a uma distância de menos de meio metro um do outro. Em seguida o Melito respondia, e o “intérprete” repassava para o Brigadeiro. O Luís conviveu muito de perto com todos eles. Recorda-se com muito carinho das estórias dos Macedo.

O Brigadeiro José Macedo fez muita história no Crato. Era uma figura polêmica e não fazia questão de contemporizar. Não gostava nem um pouco do Padre Cícero. Por isso diziam que ele havia bombardeado o acampamento do Caldeirão, do Beato José Lourenço, apadrinhado do Padre Cícero.

Fonte: http://sonocrato.blogspot.com/

quarta-feira, 9 de julho de 2025

VOTORAN, FUTEBOL DE SALÃO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 


Primeira formação do Votoran do Crato, no início dos anos 1960. 

Em pé, da esquerda para direita:  Jurandir, Sílvio e Zé Vicente. Agachados: Vasco e Roberto. 

Quadra do Crato Tênis Clube. 

Evoluindo, o Votoran tornou-se um dos maiores times do futebol de salão do interior, ganhando jogadores de gabarito como Gilton (goleiro espetacular), Paulo César, Bosco e Gledson.

terça-feira, 8 de julho de 2025

Felizes os discretos - Por Antonio Morais

Felizes os discretos.

Suas alegrias não precisam de plateia, seus erros são corrigidos sem espetáculos e os seus sonhos se realizam numa intimidade celebrada pelos mais chegados.

Uma vida assim não dá ibope, mas dá certo.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Trecho do livro de Pedro Tenente editado em 1933 - Passado no Presente - Postagem do Antonio Morais.

Antes de tudo o autor desse pequeno opúsculo, sente a necessidade irresistível de confessar seja: ”Chamam-no de Pedro Tenente, porém o seu verdadeiro nome com todos os ff e rr é Pedro Gonçalves de Morais contando atualmente 64 anos de idade, pois nascera aos 14 dias do mês de Março de 1869, é casado, agricultor, e analfabeto, porém provém de uma linguagem boa e os seu pais foram ricaços, mas a seca de 1877 a 1879, levou de águas abaixo tudo de bens e haveres que possuíam.

”Voltando ao passado com o livro, Passado e Presente do autor Pedro Tenente, editado em 1933 editora Ramos e Pouchain - Fortaleza – Ceará”.

Pedro Gonçalves de Morais, o Pedro Tenente, assim conhecido por ser filho do Tenente Antônio Gonçalves de Oliveira e Maria da Gloria de Morais, proprietários da fazenda onde hoje fica um dos bairros mais populosos de Várzea-Alegre – Alto do Tenente.

Poucos conterrâneos sabem e conhecem a razão do nome Alto do Tenente. Pedro Tenente deve ter sido o primeiro autor varzealegrense a editar um livro sobre nossa cultura, nossa historia e nossa genealogia - datado de 1933. Portanto há 92 anos.

domingo, 6 de julho de 2025

*PIOR PARA O FATOS* - Por Wilton Bezerra. comentarista generalista.

 


Digo que o futebol não gosta de profeta, com a pose de quem conhece a praia que frequenta.

No Mundial de Clubes que rola nos EUA, os fatos conspiraram contra o Fluminense.

Figurava o tricolor de Humberto Mendonça na lanterninha dos clubes brasileiros da competição.

E o que se viu, meus amigos? O tricolor contrariou todos os fatos e está nas semifinais do Mundial.

Se vivo fosse, Nelson Rodrigues diria: "Se os fatos estiveram contra o Fluminense, pior para os fatos".

O grande frasista, nosso Freud nos tempos passados, talvez, ainda arrematasse: "O Fluminense nasceu com a vocação da eternidade. Tudo pode passar, só o tricolor não passará, jamais".

Vila de Ipueira - Parte final - Postado por Antônio Morais


Todos em armas - conta Dezinho Xavier - aguardando o primeiro tiro. De inicio tive a impressão de ser tropa do governo. Foi aí que perguntei: Quem vem lá? É a policia? A resposta foi um tiro dado por Tempero que vinha a frente do grupo. Sem perda de tempo respondi ao tiro, atingindo em cheio a altura de uma das orelhas de Tempero. Foi tiro e queda. Tempero caiu ali mesmo sem vida.

Lampião e seus cabras iniciaram um grande tiroteio, agora com mais rancor em vista da morte de um dos integrantes do grupo. Foram duas horas de fogo. Verdadeira guerra travada entre o meu povo e os cabras de Lampião.

No final do fogo, quando Lampião, reconhecendo a impossibilidade de enfrentar a superioridade numérica dos Xavier e por ser do seu habito recuar nestes casos, deu no pé, após algumas escaramuças de tigre contrariado nos seus impulsos e vontade.

Vila Ipueira - Parte II - Postado por Antônio Morais


Mesmo sem causar muitas desordens, a presença do grupo não foi muito simpática ao Cel. Pedro Xavier, apesar de Lampião considera-lo amigo e respeita-lo nos seus pagos.

Homem serio, decidido, cuja mentalidade formada na velha tempera de homem do sertão, avesso ao desrespeito a pessoa humana, não gostou das pilherias e gracejos de alguns cabras do grupo, dirigidos as senhoras e moças do lugar. Decorridos poucos dias da visita de Lampião , o Cel Pedro Xavier mandou-lhe um recado macho: Não volte a Ipueira, do contrario será recebido a bala. O chefe supremo dos bandoleiros nordestinos não se fez de rogado e mandou-lhe a resposta em cima da bucha: Quando passei por Ipueira, respeitei você e sua gente, agora, com seu recado atrevido, a coisa vai mudar, prepare-se porque vai ter choro.

Com o recado de Lampião, o Cel Pedro Xavier tratou de reunir filhos, parentes e amigos para o esperado encontro com os cabras de Virgulino. Recrutando homens e efetuando compras de armas e munições, em larga escala, a família Xavier passou dois longos e martirizastes anos de espera. Expectativa dura, afirma Dezinho, no seu dramático relato. Nenhuma noticia do grupo. Até pareceu, afirma Dezinho, que Lampião havia esquecido a promessa de voltar a Ipueira. Os homens aglutinados foram cuidar de outros afazeres, noutras terras, Pouca gente ficou, a não ser os filhos, os parentes mais próximos do Cel. Xavier.
Continua.

Vila de Ipueira: Parte I - Postado por Antônio Morais


A resistência heroica ao cerco de Lampião. Ali Virgulino Ferreira bateu em retirada diante da reação da família Xavier.

Em l973, estivemos na cidade pernambucana de Granito, para entrevistar José Saraiva Xavier, mais conhecido por Dezinho Xavier, o homem responsável pela morte de Tempero, um dos mais valentes cabras do grupo de Lampião. Conversamos bastante com Dezinho, naquela época com os seus 68 anos de idade. Ainda lúcido e forte, cabelos grisalhos e face rosada de sertanejo habituado ao sol causticante do nordeste. Dezinho Xavier contou para o repórter de Região todos os fatos que envolveram a pequenina Ipueiras, na sua reação heroica ao cerco do mais temível grupo de bandoleiros em ação no nordeste. Na época tentamos fotografar os locais da cerrada luta. As condições das estradas prejudicadas pelo inverno de l973, não permitiram, entretanto, a nossa ida a Ipueiras. Este ano, porem, passando pela pequenina vila, conseguimos o nosso intento, fotografar os locais onde atuou o grupo de Lampião e os prédios de onde mais de cem homens armados e bem municiados, sob a liderança do Cel Pedro Xavier, pai de Dezinho, resistiram, durante horas, ao cerco do temível rei do Cangaço.

A complementação que fazemos hoje da reportagem divulgada em 1973, se faz acompanhar dos trechos principais da referida matéria, por julgá-los imprescindíveis pelo tempo decorrido de sua publicação.

No ano de 1925 Lampião e seu grupo estiveram na localidade de Ipueiras, hoje município de Serrita. Naquela época, o velho Pedro Xavier de Souza era homem de muito prestigio no lugar, rico fazendeiro, politico de conceito, respeitado em toda região pelo seu caráter e pelas suas atitudes coerentes e corajosas. O Cel Pedro Xavier, nos idos de 1925, ocupava as funções de delegado de policia de Ipueiras, cargo, na época exercido somente por homens importantes e de prestigio publico. Tudo corria em paz na tranquila Ipueira dos Xavier, até que, numa certa manha, aquela tranquilidade foi quebrada com a inesperada visita de Lampião. Dado o conceito que a família Xavier desfrutava pela sua tradição e o respeito que todos tinham ao Cel Pedro Xavier, chefe do Clã, o grupo de Virgulino Ferreira não exagerou no seu comportamento belicoso. Apenas algumas arruaças caracterizavam a presença do grupo na bucólica localidade sertaneja.
Continua.

Nunca ninguém contou - Postagem do Antonio Morais..


Prédio da Refesa - Deste  local  para o cabaré da Glorinha era um  pulo.

Muito já se falou sobre "Glorinha", bordel famoso do Crato que em época passada segundo falavam, concorria com a hegemonia corporativista do município. "O reino da Glória" continha a parte social e turística. 
A sofisticação da Boite chegou a tal ponto, que as esposas dos abastados conterrâneos dela, não se incomodavam que os maridos comparecessem a sua festa de aniversário trajando smoking. E foi nesse clima eufórico que aconteceu o que hoje conto sobre o "reino".
Um casal caririense há muito radicado  no Rio de Janeiro (nomes preservados) passava férias no Crato e Glorinha estava em evidência. Só se falava na casa noturna, Aí, o casal resolveu visitar a "badalação"!
Chegaram no gesso, adentraram no recinto e foram bem recebidos. A ordem era receber todos bem desde que apresentassem um certo traquejo. O garçom todo maneiroso instalou os visitantes numa mesa bem em frente ao salão, onde alguns pares rodopiavam sobre os acordes na voz de Núbia Lafaete.
Tudo romântico e muito tranquilo, já tinha tomado uma cerveja quando Glorinha apareceu para dar as boas-vindas e depois de saber que moravam no Rio de Janeiro tornou-se ainda mais distinta.
Nós estamos só conhecendo!
Fiquem bem a vontade.
Mais uma cerveja e regresso a casa da família. 
Quando no dia seguinte eles revelaram o programa da noite a família ficou em situação aflitiva, no entanto para o casal tinha sido tudo normal. 
Aí, a irmã da turista quis saber os detalhes da visita ao antro: Não vi nada demais, alguns casais sentados bebendo, outros dançando. Alguns saiam educadamente e depois voltavam. 
Fomos embora porque o ambiente estava muito monótono.

A ira de João Gabiru - POR ANTÔNIO CARLOS OLIVIERI.


Grota do Angico - Local do cerco a Lampião e seu bando.

Sexta-feira, sete e meia da tarde, fazia muito calor. Eu andava pela Barra-Funda. A esmo, apreciando o que sobrou de antigo no bairro, despreocupado com o resto do mundo. Empapado de suor, pelo resplandecente sol do horário de verão, entrei num boteco de esquina, o primeiro que encontrei e pedi uma cerveja no balcão, urgente. – Uma Brahma, pelo amor de Deus! É pra já, meu querido – respondeu, do outro lado do balcão, o rapaz de avental, com esse modo íntimo, embora nunca tivesse me visto antes. – No capricho!

Depois do primeiro copo, um homem novinho em folha, respirei fundo e passei a apreciar o interior do botequim, que não via uma reforma desde os anos 60. Balcão e bancos de fórmica, azulejos, lâmpadas fluorescentes. A gente só se dava conta de estar em 2005 devido à opulenta nudez de Juliana Paes, nos cartazes da Antártica. Para não me apaixonar por uma mulher impossível, voltei à atenção para a conversa de dois tipos ao meu lado. Os dois também bebiam e se divertiam depois de um dia de batente, contando casos um para o outro, com delicioso sotaque pernambucano. Um deles, o mais velho, parecia mesmo um repentista, pelo vozeirão grave e a eloquência narrativa, que se traduzia em uma vasta gama de expressões e gestos.

O tema dos casos era sua terra natal, a que não iam há muito tempo. Inacessível às suas posses, porém, o sertão se franqueava às suas lembranças. Era quase ali (no bar em que os três bebíamos) o mais remoto cocuruto de serra, do sertão de Pernambuco. Mas não se tratava do sertão atual, “muderno”, cortado por caminhões de carga, bolsas-famílias e antenas de TV, mas de um sertão de outro tempo, mitológico, onde os versos épicos dos cegos jamais se calam e o cangaço é eterno. Nos alto-falantes pendurados nos quatro cantos do recinto, a voz de Luiz Gonzaga inspirava os narradores. As doses de cachaça com que intercalavam os grandes goles de cerveja tornavam-nos cada vez mais eloquentes. Os enredos se sucediam, agrestes. Um deles me chamou a atenção.

Major de patente comprada, o fazendeiro Luiz Antônio Feitosa, de Cajarana, sertão da Bahia, devia muitos favores a Lampião. Entre eles, o de ter aumentado em muitas léguas os limites de sua propriedade. O rei do cangaço o auxiliou em rixas, intimidou e eliminou vizinhos. Pressionou juízes a favorecê-lo em pendências agrárias. Em troca, o Major lhe fornecia mantimentos e munições, bem como o acoitava sempre que o cangaceiro atravessava o São Francisco, fugindo das volantes de Pernambuco e Paraíba.

Certa ocasião, o Major tomava a fresca da manhã no copiá da casa-grande, quando avistou um cabra batendo alpercatas na estrada, caminhando em sua direção. Feitosa apurou a vista e reconheceu o homem, ainda distante. Era o negro Vicente do Outeiro, um cabra do eito, gente sua, mas que só o procurava nas ocasiões em que Lampião aparecia naquelas paragens, trazendo recados do cangaceiro.

Bom dia, Major Feitosa – saudou Vicente, sem subir os degraus da varanda, olhando de baixo para cima. – Tenho um pedido para vosmecê. – Pois se achegue aqui, homem de Deus, não faça tanta cerimônia – respondeu o fazendeiro, bonachão, embora remendasse, resmungando para si mesmo, entre dentes: – Os recados que você me traz, é melhor que sejam dados ao pé do ouvido. O negro aproximou-se, tirando o chapéu de palha. Major, o Capitão Virgulino mais três cabras estão aqui perto, no sitiozinho que o senhor conhece, perto do Tanque, atrás do bosque de oiticicas. Os homens vêm de um combate danado que toparam há três dias lá para as bandas de Triunfo. Foi tiroteio de mais de cinco horas, que começou bem para o capitão. Até que apareceu, não se sabe de onde, uma tropa federal com 150 praças que deram sustento ao fogo da volante do tenente Maurício. Os cabras de Lampião estavam cercados.
Não me diga... – fez o Major, apreensivo.

Mas os cangaceiros conseguiram furar o cerco – prosseguiu o negro, impressionado com os fatos. – Se meteram na caatinga e conseguiram escapar dos macacos. Mas havia muitos feridos: Jararaca, Beiço Lascado, Cobra Verde... Lampião achou melhor separar seus homens, mandando cada grupo para um coito seguro, em lugares diferentes. Ele mesmo achou que era melhor atravessar para a Bahia e me procurou ontem à noite, para mode saber se pode acoitar-se uns vinte dias cá na sua propriedade.

Vicente se calou, aguardando uma resposta. O Major permaneceu em silêncio por não mais que um simples instante. No entanto, este lhe pareceu o maior dos instantes que conheceu em toda a sua vida. Só que não devia demorar em responder ao negro: Vá dizer ao Capitão que me espere onde está – declarou, resoluto. – Vou encontrar com ele no início da tarde.

Senhor, sim, Major Feitosa – obedeceu o outro e voltou pelo caminho por onde viera, batendo mais rápido as alpercatas, até desaparecer na distância da capoeira. A sinfonia de uma revoada de juritis encheu o céu de Cajarana. Os bogaris, plantados em frente aos esteios da varanda, adocicavam o ar do verão que, a essa altura, já estava quente como o inferno.

Em contraste com o sol que brilhava acima da casa-grande, a expressão que tomara conta do rosto do Major era sombria, grave, repleta de nuvens e trovoadas. Na verdade, naquele momento, a demanda de Lampião o colocava num impasse delicadíssimo. Uma rixa com o coronel Napoleão da Fonseca, de Queimadas, havia levado Feitosa a ingressar na política, filiando-se ao partido do governo. O Major tinha agora a pretensão de candidatar-se a deputado estadual e a proximidade com cangaceiros podia constituir uma montanha intransponível no seu caminho para a Assembleia do estado. Por outro lado, dizer não ao rei do cangaço era a mesma coisa que assinar um atestado de óbito para si mesmo, a mulher e os filhos. Sem falar nos agregados, que eram a cunhada dona Amelinha, o sobrinho Vitorino e o primo José Amaro.

Se em algum momento o sentido da palavra diplomacia lhe interessou na vida de mandos e desmandos, foi naquele. O que fazer?, ruminava, aperreado. Sua plataforma de campanha – que empolgava os eleitores – era justamente o combate ao banditismo, tanto o dos cangaceiros, quanto dos tenentes de volante que os perseguiam (além das obras de combate à seca). Puxou um charuto encorpado que lhe mandaram do Recôncavo, mastigou-o numa das pontas e o acendeu com uma pederneira. As nuvens azuladas de tabaco fertilizaram seu raciocínio. Em pouco tempo, ordenava para o afilhado Bentinho, o filho da comadre Vivi: Esse menino, me traga aqui o João Gabiru. Preciso conversar com ele, o mais rápido possível.

Gabiru era uma espécie de pau para toda a obra, na fazenda do Major Feitosa. Tinha um jeitinho para tudo. Nada ganhava com isso, exceto um teto, roupa e comida. Para ele, porém, era o que bastava. Mais uns goles de cachaça nos fins de semana e se dava por muito satisfeito. Além disso, dedilhava a viola e era um primor no repente. Quando ia a Cajarana, nos dias de feira, vinha gente de várias cidades das redondezas para ouvi-lo. Apesar de baixinho, franzino, cabeça grande e o rosto mal traçado, ao tocar a viola, conquistava a atenção até das morenas faceiras que acompanhavam as mães às compras.

Pouco depois do chamado, Gabiru chegou ao copiá, onde o Major Feitosa o aguardava, aflito. Ao vê-lo, o patrão nem lhe desejou bom dia e foi direto ao ponto: Lampião pedira coito, favor que naquela ocasião não estava em condições de prestar ao cangaceiro. Porém, como podia dizer não a Virgulino Ferreira da Silva, sem produzir consequências desastrosas? Gabiru matutou, matutou, mas não encontrava saída.

O patrão também não lhe concedeu muito tempo para pensar, ordenando em seguida: Vá imediatamente encontrar o Capitão. Tente explicar que aqui, neste momento, ele não estará seguro. Melhor que fique mesmo na caatinga, no sitiozinho onde já se instalou, pegado ao Tanque. Posso mandar-lhe mantimentos e tudo que for de sua precisão. Mas recebê-lo em minha casa é impossível. Invente que estou esperando a visita do governador, acompanhado por militares de alta patente e pelo próprio chefe de polícia. Sei lá! Assunte bem o terreno, veja lá como fala e dê um jeitinho. Senão, estamos todos desgraçados!

João Gabiru não aparentou medo, ao aceitar a tarefa. Acreditava que a solução de um problema assim era uma coisa que só se encontrava de repente, num estalo. Confiou-se a São Severino de Ramos. Colocou sobre a cabeça um chapeuzinho de couro, quase sem abas. Foi ao curral e arreou a mula ruça, que pisava macio. Montou, deu-lhe com o cabresto e seguiu caminho. Com a ponta dos pés descalços nos estribos, equilibrava-se sobre o trote da jumenta, gingando como um ginete das velhas ordens de cavalaria.

Sob a sombra de uma cajazeira, no sitiozinho do Tanque, os três cabras de Lampião matavam o tempo jogando dominós. Estavam muito concentrados, mas o instinto os fez interromper repentinamente a partida. Ao perceber à distância a aproximação de um cavaleiro, se fizeram nos rifles, espalhando-se aos pés das imburanas. Porém, à medida que João Gabiru se tornou visível, os cangaceiros serenaram e baixaram as armas.

A imagem equestre do moleque de recados nada apresentava que lhes pudesse provocar o menor medo. Ao contrário, parecia-lhes um motivo de provável diversão. De cartucheiras trançadas no peito, os três homens ficaram de pé, batendo as coronhas do rifle no chão, como autênticos militares. Receberam o recém-chegado, perfilados, com cortesia galhofeira. Ajudaram-no a descer da jumenta e perguntaram o que um homem daquele porte fazia naquele oco de mundo.

Venho da parte do Major Luís Antônio Feitosa – respondeu Gabiru, sério, aparentemente sem perceber que mangavam dele. – Com um recado para o Capitão Virgulino Ferreira.
Pois vossa incelência espere só um minutinho que vou ver se o Capitão pode te receber – respondeu o maior dos três cangaceiros, que era também o mais mal encarado, e entrou na casinha de taipa caiada, onde o chefe descansava.

Voltou poucos instante depois e abriu a porta para o recém-chegado, com uma reverência que despertou a risada de seus dois companheiros. João Gabiru não fez caso disso, entrou na casa e deu de cara com a cozinha vazia, com um fogão de lenha num canto e uma mesa de pinho ao centro, onde pareciam repousar todas as armas do famigerado cangaceiro: um rifle papo-amarelo, uma carabina Comblain, três bornais de balas, dois revólveres Schmidt & Wesson, um punhal e uma facão de mateiro. Mas o rapaz não teve tempo de observar o arsenal com mais atenção, pois uma voz vigorosa o chamou da camarinha.

João Gabiru entrou no dormitório onde Lampião, estirado numa rede, fazia sinal para ele se aproximar. Pela janela aberta, o sol do meio dia reluzia no quarto como se estivesse dentro dele. Iluminava a figura ridícula do mensageiro, em todos os seus pormenores. O único olho do capitão mirou o sertanejo com expressão furiosa, como se estivesse ofendido por deparar com semelhante moleque de recados. Como é que o major Feitosa lhe fazia uma desfeita daquelas? Não só mandava alguém em seu lugar, em vez de vir pessoalmente, mas mandava aquela figurinha de baralho lhe dar a resposta que ele, o Feitosa – não aquele cabrito desajeitado – lhe devia?!

Isso era um desfeita que a majestade de Virgulino Ferreira da Silva não havia de engolir!
Lampião ergueu-se da rede, com a rapidez que – no gatilho – lhe valeu o apelido. Estava desarmado e completamente a vontade, com as fraldas da camisa para fora da calça de zuarte. Lentamente aproximou-se de Gabiru – a quem olhava de baixo para cima – e sem a mínima cortesia, nem pela mesma mangação dos comparsas, lascou-lhe na cara uma pergunta atrevida:
Você sabe o que é a ira de Lampião? Não senhor – respondeu Gabiru, sem deixar de encará-lo. A ira de Lampião – explicou-se o próprio – é uma fazenda arrasada, muitas mulheres graúdas desonradas, dezenas de cadáveres e o sangue correndo como um rio por cem léguas de distância.

O sertanejo escutou, humilde, mas respondeu com outra pergunta: Pois vossa incelência sabe o que é a ira de João Gabiru? O rei do cangaço riu-se da insolência e deu-lhe o troco na bucha: A ira de João Gabiru há de ser o cipó-de-boi comendo no lombo dele, que acabará de volta à casa do Major, mais morto que vivo, se arrastando atrás de sua mula.

É não – contradisse o outro e sacou zunindo uma peixeira que trazia escondida na cintura. – Quando João Gabiru fica irado, como agora, o máximo que pode haver é dois cadáveres, o sangue não corre mais que cinco passos, mas todo o cangaço há de ficar de luto. Com a ponta da lâmina a milímetros de seu pescoço, Lampião não piscou o olho nem moveu um dedo. Mas respirou fundo, antes de responder ao Gabiru: É de cabra assim, com cabelo na venta, que eu gosto, não sabe? Abaixe essa arma e vamos conversar, meu camarada. Tem sorte o Major Feitosa de contar com um macho esperto como tu a seu serviço...

O final da história coincidiu com o fim da minha garrafa de cerveja. Durante algum tempo, esqueci do mundo, nocauteado pelo relato do velho. Ao voltar a mim, os danados dos nordestinos tinham simplesmente desaparecido. Cheguei a me perguntar se os dois haviam estado ali mesmo ou se eu os imaginara numa espécie de delírio. Não consegui chegar a uma conclusão. Fui interrompido pelo rapaz do balcão que queria saber:
Outra Brahma, meu querido?

CONVITE - Por Antonio Çonçalo.

 Vamos ao "MERCADO LITERÁRIO"?

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Pode ser uma imagem de ‎6 pessoas e ‎texto que diz "‎Connte Mercado Literário Autor no Mercado Antonio מו.ס Gonçalo de Souza Sovrza DATA: 11 de julho de 2025- -HORÁRIO: 19h LOCAL: Mercado Público de Várzea Alegre Αν. Luiz Afonso Diniz, 180- Centro‎"‎‎
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