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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 31 de agosto de 2025

Zuca Sampaio, arquétipo da aristocracia caririense – por Armando Lopes Rafael – Parte 1

    Arquétipo, nos dicionários, é uma palavra definida como exemplo de pessoa dotada de alto padrão em qualidades e virtudes. Nos dois últimos quartéis do século XIX e primeiras décadas do século XX, a cidade de Barbalha tinha uma elite exemplar. Esta se constituía numa aristocracia honrada, digna e filantrópica. Amparar a pobreza em suas necessidades é uma das características exigidas de um verdadeiro aristocrata. Lamentavelmente, nos tempos atuais, a palavra aristocracia é “estigmatizada”. Pior. Seu significado é apresentado propositadamente de forma deturpada. Tanto na “velha mídia” brasileira, como no ensino ministrado pelas universidades públicas. Isso ocorre, também, noutros ambientes – os quais deveriam primar pela ética e verdade – mas resolveram acompanhar “a onda progressista” (sic) que varre a sociedade atual. Essa minoria confia que ainda assistirá a ruína e humilhação dos inimigos da civilização cristã, que estão infiltrados nas instituições brasileiras, seguindo a ideologia pregada por Gramsci (o famoso marxista italiano que hoje é idolatrado nas universidades públicas).  

Bandeira de Barbalha

   José de Sá Barreto Sampaio, conhecido por todos por Zuca Sampaio, foi um desses aristocratas do passado. Quiçá, seja ele o arquétipo daquela aristocracia existente no Cariri de antanho. Zuca Sampaio tinha consciência de que suas qualidades e atributos morais eram dádivas concedidas graciosamente por Deus. E usou suas aptidões para melhorar o nível de vida de pessoas pobres ao seu tempo. Zuca Sampaio dispunha de bens materiais, legitimamente conseguidos, e utilizou-os para elevar o estamento social da sua cidade natal. Fê-lo dando um tônus cristão e moralizador não somente ao seu núcleo familiar, mas, e sobretudo, ao “povinho simples” como eram chamadas, naquela época, as camadas mais humildes da população, hoje grosseiramente apelidadas de “povão”.

   Zuca Sampaio nasceu em Barbalha, em 7 de agosto de 1861, filho de um casal genuinamente católico, bom e cordato, Sebastião Manuel de Sampaio e Francisca de Sá Barreto Sampaio, integrantes da “nobreza da terra”, como se dizia àquela época. Sua mãe, antes de falecer, pediu para ser sepultada no adro da igreja-matriz de Santo Antônio. Ainda hoje se vê, no chão do patamar daquele vetusto templo, próximo à porta central, a seguinte inscrição numa lápide mortuária:

Francisca de Sá Barreto Sampaio pediu ser sepultada aqui, para sobre  suas cinzas passar o Santíssimo Sacramento e para ficar perto de sua querida imagem de Nossa Senhora das Dores.


(continua abaixo)

Zuca Sampaio, arquétipo da aristocracia caririense – por Armando Lopes Rafael – Parte 2

 

José de Sá Barreto Sampaio - Zuca Sampaio

    Zuca Sampaio foi comerciante honestíssimo e bem sucedido, de proceder sempre retilíneo, atuando na firma Sampaio e Irmãos, de 1892 até 1914. Neste último ano, as tropas da chamada Sedição de Juazeiro invadiram Barbalha, saquearam e roubaram o estoque daquela loja de tecidos, a maior até então existente no Cariri. Em face do clima de insegurança, Zuca Sampaio, esposa e filhos refugiaram-se – por longo tempo – numa fazenda do sertão pernambucano. Essa propriedade rural ficava localizada a mais de 100 quilômetros de Barbalha. Tal infortúnio não impediu Zuca Sampaio de – toda primeira sexta-feira de cada mês – cavalgar longo percurso até a cidade de Granito (PE), para confessar-se e comungar, fazendo as “Primeiras Sextas-Feiras”. Um costume que alimentava, desde a adolescência, sua devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

   Na juventude, Zuca Sampaio alimentou, por longo tempo, o desejo de ser padre. Almejava ser um sacerdote nos moldes do lendário Venerável e próximo Beato da Igreja Católica, Padre Ibiapina. E só desistiu desse intento, após longas conversas com o então vigário de Barbalha, um virtuoso modelador da família católica daquele município, Padre João Francisco da Costa Nogueira. Este aconselhou Zuca Sampaio a casar e ser um exemplar Chefe de Família, pois via nisso a sua vocação maior. No entanto, só aos 33 anos Zuca veio a contrair matrimônio com Maria Costa Sampaio – conhecida por Mãe Yayá – procedendo do casal nove filhos.

   Zuca trabalhava o dia inteiro no seu estabelecimento comercial, com ligeiro intervalo para o almoço. Próximo ao pôr-do-sol, fechava a loja e passava na sua residência para o jantar. Em seguida, pegava um candeeiro, livros e material de ensino e ia alfabetizar pessoas pobres de Barbalha. As aulas ocorriam no “Gabinete de Leitura”, instituição que teve Zuca como um dos fundadores. Lá, ensinava, também, a doutrina cristã, princípios morais e o amor à pátria aos jovens e adultos. Zuca Sampaio foi o leigo católico de maior projeção de Barbalha. Presidiu, ainda, por longos anos, a Conferência de São Vicente de Paulo, da qual foi também um dos fundadores em 1889.

      Zuca Sampaio foi um chefe de família vigilante. Proporcionou sólida formação moral e intelectual aos filhos, os quais vieram a se destacar – depois de passar por boas escolas e academias, em capitais de Estados brasileiros – como continuadores da ação benéfica do pai. A memória coletiva de Barbalha guarda ainda a ação de Zuca Sampaio como um dos líderes na construção da bela Igreja do Rosário. Padre Azarias Sobreira foi enfático ao publicar um longo artigo sobre Zuca Sampaio: “Sua franqueza ia ao extremo. Interessando-se pela sorte de todos, condoendo-se de todos os infortunados, jamais o intimidava a ira dos maus ou o melindre dos poderosos, se se tornava necessária uma palavra franca, em defesa da inocência, da fé ou da moral”. 


As três verdades da vida - Por Antônio Morais.

 


Primeiro - Não se preocupe com as pessoas do seu passado, há uma razão pela qual não estão presentes e outra pelo qual não chegaram ao seu futuro.

Segundo - Uma pessoa muda por duas razões, porque aprendeu demais ou porque sofreu o suficiente para mudar.

Terceiro - Não dependa de ninguém na sua vida, só de Deus, pois até a sua sombra te abandona quando você está na escuridão.

Padre Cicero, o monarquista - Postagem do Antônio Morais.


Da janela de sua casa, ele falou aos seus fiéis : Não se preocupem meus filhos, a Monarquia voltará e seremos novamente um pais próspero.

"O Comunismo foi fundado pelo demônio. Lúcifer é o seu chefe e a disseminação de sua doutrina é a guerra do diabo contra Deus.

Conheço o comunismo e sei que é diabólico. É a continuação da guerra dos anjos maus contra o criador e seus filhos."

Padre Cicero Romão Batista.

sábado, 30 de agosto de 2025

Diretório Monárquico do Brasil. Figura Histórica no Brasil Império.

 


A vida de D. Pedro II foi o raro exercício de poder que, em vez de buscar tronos de ouro, cultivou bibliotecas e jardins, provando que a verdadeira realeza se mede não pela coroa, mas pela serenidade da sabedoria e pela dignidade do silêncio. 

Pois em sua existência descobre-se que a maior herança de um soberano não é o império que governa, mas o espírito que eleva uma nação além do tempo.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

OBSERVAÇÃO, TALVEZ, ÚTIL - por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 


A pressão sobre o Fortaleza aumentou ainda mais.

Não está sendo fácil a vida de jogadores e dirigentes. O espectro da queda apavora.

A avidez dos jogadores pelo acerto gera ansiedade e conduz ao erro.

O açodamento da equipe em campo é visível. É preciso encontrar uma forma de controlar isso.

Mas, vamos lá. Embora as contratações não tenham acrescentado nenhuma melhora, achamos que tem jeito.

De um elenco que tem João Ricardo, Britez, Mancha, Kusevic, Bruno Pacheco, Sasha, Matheus Pereira, Luca Prior, Pikachu e Breno Lopes, dá para sair um time. 

Evitar o entra e sai de uma  formação titular ajudaria muito.

Como os jogos passam a ter caráter de decisão, recomenda-se estruturação tática adequada para cada partida.

E como disse Zico: "Quando a fase é ruim, é preciso suar mais".


quinta-feira, 28 de agosto de 2025

A república que não deu certo – Armando Lopes Rafael



    A atual república presidencialista do Brasil foi enfiada, goela abaixo  dos brasileiros, em 15 de novembro de 1889. No dia seguinte a este  golpe militar, o jornalista republicano Aristides Lobo escreveu num jornal: “Os brasileiros não compreenderam e assistiram bestializados à Proclamação da República, pensando que era uma parada militar”.   A atual e desacreditada  República foi marcada, na maior parte da sua existência, ou seja, nos últimos 136 anos, por crises políticas, golpes, conspirações, deposições de presidente e por dois longos períodos ditatoriais (1930-1945 e 1964–1984). Não é a vocação natural do Brasil ser uma republiqueta...

      Já tivemos 45 presidentes da República. Destes apenas 12 eleitos cumpriram seus mandatos; 02 sofreram impeachment (Collor de Melo e Dilma Rousseff); 7 eleitos foram depostos; 1 eleito renunciou; 1 assumiu pela força. Tivemos 2 juntas militares no lugar de um presidente; 4 vice-presidentes que terminaram o mandato de presidentes eleitos (os dois últimos foram Itamar Franco e Michel Temer); 1 eleito e impedido de tomar posse; 5 interinos, 5 presidentes em regime de exceção; 1 eleito se tornou ditador.  Nos últimos 64 anos apenas 4 presidentes civis – eleitos diretamente pelo povo – terminaram seus mandatos (Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro).

     Ao longo da fase republicana no Brasil, tivemos 12 estados de sítio (suspensão das garantias constitucionais), 17 atos institucionais (que permitem ao governante da vez violar a Constituição), seis dissoluções forçadas do Congresso, 9 golpes de estado e 6 Constituições. A atual Constituição foi promulgada, há apenas 35 anos. Também, ao longo da república,  ocorreram censuras à imprensa e aos meios de comunicação com o fechamento de jornais. Hoje, a velha mídia vive praticamente das verbas governamentais. E só divulgam o que agrada ao dono temporário do poder, aboletado nos Palácios do Planalto, da Alvorada ou na Granja do Torto...Haja mordomias.

    Dói dizê-lo: O povo não confia mais nas instituições, nos políticos e nem nos  poderes constituídos desta república. Os níveis de corrupção são alarmantes. O que salva os dirigentes republicanos é que a população do Brasil  na sua maioria, é formada por analfabetos funcionais... 


terça-feira, 26 de agosto de 2025

Procura-se uma luz no fim do túnel

 

    Inegavelmente, o “(des)governo” Lula-3 é um desastre econômico, social e político nunca visto na desgastada história republicana brasileira.... Perdulária, a atual administração federal só sabe aumentar impostos e gastar, gastar e gastar... 

    Dobrou o número de ministérios, a maioria sem nenhuma serventia... Proliferam os escândalos de corrupção -  hoje, 26 de agosto, começa a funcionar a CPMI para investigar os  6 bilhões (veja bem eu escrevi 6 BILHÕES)  de roubos nas aposentarias do INSS...Na política externa é só trapalhadas diplomáticas. 

    Na área econômica um ministro da Fazenda incompetente e inexperiente, que até hoje nunca apresentou resultados que favoreceram a população. Disparadamente o Lula-3 está sendo a pior administração (?) republicana desde 15 de novembro de 1889.

     E para não lembrar que isso é análise de monarquista, registro que no governo de Juscelino Kubitschek, entre 1956 e 1961, o Brasil passou por um acelerado crescimento econômico baseado num Plano de Metas, a partir do qual se pretendia trazer cinquenta anos de progresso em apenas cinco anos. Juscelino era o homem do diálogo e da concórdia. Nunca alimentou ódio, Tinha preparo moral e intelectual. A ele minha homenagem.

(Texto e postagem de Armando Lopes Rafael)

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

18° capítulo do livro: "Cariri: origens e cenários", de Armando Lopes Rafael

 Dona Matildes, a inimiga que protegeu Bárbara de Alencar

Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves que vigorava em 1817 na nossa pátria. Durante 8 dias, esta bandeira foi suspensa em Crato, pelos líderes da Revolução Pernambucana de 1817que  declararam  a forma republicana de governo nesta cidade de Crato. 
Para os que dizem que o Brasil era uma "mísera colônia", de Portugal, bom lembrar que a capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves era a cidade brasileira do Rio de Janeiro. Ou seja, toda a corte do Príncipe Regente, Dom João VI, estava sediada no Brasil. As decisões para Portugal partiam do Brasil.

        O episódio que, de forma resumida, relato abaixo consta – mais detalhado – nas páginas 70 e 71 do livro “As Quatro Sergipanas”, escrito  pelo   sacerdote  e   historiador Mons.  Francisco  Holanda  Montenegro. Relembro-o aqui, porque ele é um exemplo emblemático dos frutos colhidos na sociedade católica caririense no primeiro quartel do século XIX.

   Dona Bárbara de Alencar, cognominada, nos dias de hoje, cognominada de A Heroína do Crato, tinha com Dona Matildes Telles, esposa do Capitão Manoel Joaquim Telles e mãe do Juiz Ordinário de Crato – que fora destituído do cargo pelos membros da família Alencar, líderes da Revolução Pernambucana de 1817 no Cariri cearense – uma intriga e rivalidades antigas por causa de política. Bárbara de Alencar e Matildes Telles não se entendiam, não se cumprimentavam e nem se falavam.

   Rechaçada a revolta republicana da família Alencar, pelo Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, sem necessidade de se disparar um só tiro, os filhos de Dona Bárbara foram presos pelas forças monarquistas. Dona Barbara se escondeu dos vitoriosos para escapar da prisão.  Na madrugada de 21 de maio de 1817, Dona Bárbara encontrava-se escondida nas imediações do Sítio Pau Seco, propriedade sua, onde passou o dia oculta num canavial. À noite saiu do esconderijo, e tendo perdido a esperança de ver voltar seu fiel escravo – o negro Barnabé – seguiu vagando sem destino pelas matas existentes, à época, no entorno da Vila Real do Crato. Na sua andança veio parar no Sítio Miranda, onde atualmente existe o bairro Mirandão, zona citadina de Crato. Dona Bárbara esbarrou mais precisamente nos fundos da casa de sua inimiga, Dona Matildes. Soube que estava ali porque viu uma escrava da casa apanhando água. A escrava reconheceu Dona Bárbara e foi avisar a sua patroa.

   Dona Bárbara apresentou-se a Dona Matildes. Esta última, com o coração aberto a tantos sofrimentos porque passava a família Alencar, abraçou a sua inimiga com lágrimas de ternura e num gesto magnânimo de generosidade, respeito e fidalguia levou-a para abrigá-la na sua casa. Fez mais. Dona Matildes mandou chamar seu filho, que era, novamente, o Juiz Ordinário do Crato, readmitido no cargo, e disse a ele:

Mande queimar todos os papéis e atas arquivados pelos contrarrevolucionários que comprometam Dona Bárbara e seus filhos. 

   Naquele tempo os deveres filiais falavam mais alto do que as orientações transitórias do poder. O filho obedeceu à mãe.  Tempos depois, o futuro Senador e Presidente da Província do Ceará, José Martiniano de Alencar – filho de Dona Bárbara – que carpia a agruras dos cárceres no litoral teria afirmado: “Sem provas nós não poderíamos ser licitamente condenados à morte”.

***   ***   ***

Fontes de Consulta: MONTENEGRO, Pe. Francisco de Holanda. As quatro sergipanas, Fortaleza: Casa de José de Alencar/Programa Editorial, 1996, Coleção Alagadiço.


domingo, 24 de agosto de 2025

Os 3 desejos de Alexandre, O GRANDE - Postagem de Antonio Morais.


Por isso que ele era chamado de 'O GRANDE':

1 - Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época.
2 - Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistado como prata , ouro, e pedras preciosas .
3 - Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões desses pedidos e ele explicou:

1 - Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles não têm poder de cura perante a morte.
2 - Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem.
3 - Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.

Pense nisso....

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

*PARA ALÉM DAS ENTREVISTAS* - Por Wilton Bezerra, comenterista generalista.

 


Nas entrevistas, nossos treinadores falam, com bastante propriedade e desembaraço, sobre os novos conceitos do futebol.

Como ouvintes, ficamos convencidos de que, quando a bola rolar, quase tudo vai se concretizar.

E aí nos deparamos com a realidade da parada: é preciso ter jogadores com talento e capacidade para materializar o que o discurso teoriza.

Observamos, num considerável número de partidas, o mais do mesmo.

Desarme confundido, muitas vezes, com truculência, excesso de jogo aéreo, marcação sob pressão pouco sustentada e as variações táticas manjadas.

Ora, para se alcançar um melhor nível de excelência nos planos de jogo, é preciso que se mantenha no País os grandes valores produzidos.

Mesmo os que possuem cofres mais robustos não conseguem segurar a onda.

Esse é o axioma que explica a situação.

Jogador para produzir as mais diversas funções que o futebol moderno exige custa, cada vez mais, quantias absurdas. 

No mais, é gastar saliva para o boi pegar no sono.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Décimo sexto capítulo do livro “Cariri: Raízes e Cenários” – por Armando Lopes Rafael


MADRE FEITOSA

Ela foi uma presença marcante em Crato. Seu nome ficouindelevelmente registrado no imaginário popular desta cidade,como o de uma pessoa que só fez o bem por onde passou. Seu nome civil era Maria Carmelina Feitosa. Nasceu no seio do clã Feitosa, no município de Tauá, em 13 de setembro de 1921.
No sertão dos Inhamuns, fez seus primeiros estudos. Lá, aindacriança, chamou a atenção de um primo da sua avó – o futuro monsenhor Antônio Feitosa – à época, ainda estudante do Seminário de Crato. Mesmo assim ele conversou com os pais deMaria Carmelina. Animou-os a enviá-la para estudar interna no Colégio Santa Teresa de Jesus, em Crato. O pai alegou que, devido à falta de recursos, não podia educar todos os filhos. E, por isso, não pretendia privilegiar alguns em detrimento
de outros. No entanto, a avó de Carmelina, animada com a possibilidade de vê-la estudando numa cidade mais adiantada, conseguiu vencer a resistência paterna

Aos quatorze anos de idade, em 1935, Maria Carmelina se fixou em Crato. E desta cidade nunca mais saiu. Aqui viveu oitenta e quatro anos de sua existência, sempre de forma exemplar, testemunhando a Boa Nova de Cristo. Em 1936, submeteu-se, no Colégio Santa Teresa de Jesus, ao exame de admissão ao antigo curso ginasial. Foi aprovada “com distinção”. Na convivência com as freiras da Congregação das
Filhas de Santa Teresa de Jesus, sentiu aflorar no seu espírito a vocação religiosa. Foi admitida como noviça, em 1938, aos dezesseis anos de idade. E foi fiel, até a morte, ao chamadoda sua vocação.

Em 1961, convidada por Dom Vicente Matos, terceiro Bispo de Crato, a agora Madre Feitosa assumiu a direção da Casa de Caridade, instituição criada – em 7 de março de1869 – pelo Venerável Padre Ibiapina, com a missão de acolher meninas e adolescentes pobres e órfãs. A Casa de Caridade, em 1961, já estava sob a propriedade da Diocese de Crato. E, para evitar que aquela instituição cerrasse suas portas, o bispo carecia de uma pessoa dotada de tirocínio administrativo. Madre Feitosa era, na visão de Dom Vicente, a pessoa certa para o lugar certo. A partir daí, o vetusto casarão seria o palco do profícuo trabalho prestado por Madre Feitosa à comunidade cratense. Na Casa de Caridade, ela se sobressaía pela disposição em ajudar ao próximo. O que fazia de forma abundante e generosa.

Difícil conjecturar todo o bem distribuído pela Madre, durante cinquenta e oito anos, nos quais administrou a Casade Caridade de Crato. Foi um trabalho discreto e silencioso.

Naquele abençoado casarão ela buscou a santificação por meio de suas ações caritativas, regadas pelo sofrimento quenunca reclamou; alimentadas pelas perseverantes orações diárias. Quantas famílias de Crato receberam de Madre Feitosa auxílios materiais e orientações espirituais! Quantas lágrimas ela enxugou dos olhos das pessoas que a buscavam, submersas nas dificuldades da vida! Quantas criaturas desviadas re- tornaram ao bom caminho, depois de ouvi-la.

Madre Feitosa viveu com saúde e lúcida, durante 98 anos, 2 meses e 25 dias. Em 17 de dezembro de 2019, sofreu um AVC – Acidente Vascular Cerebral isquêmico. Faleceu nodia 27 do mesmo mês. A população de Crato acorreu empeso ao seu velório – que durou três dias – para prestar-lhe a última homenagem. Na manhã do dia 29 de dezembro, seu féretro foi transportado para a Catedral de Nossa Senhora da Penha, onde foi realizada a última missa de corpo presente. A multidão silenciosa acompanhou, a pé, todo o percurso entre a Sé Catedral e o hall de entrada da Casa de Caridade, onde a Madre foi sepultada. Desde aquele dia, junto ao seu túmulo, diariamente, pessoas de todas as classes sociais se ajoelham e rezam. Pedindo sua ajuda, agora que ela está bem próxima a Deus...

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Primeiro capítulo do livro “Cariri: Raízes e Cenários” – por Armando Lopes Rafael

 “Mesmo que você esteja em uma minoria, a verdade ainda é a verdade”.

(Mahatma Gandhi)

“Cada vez que uma visão histórica equilibrada  se oferece ao homem, acontece uma renovação  de energias indispensáveis a ele que não constitui um ser isolado, mas faz parte de um modo indivisível com todos os seres componentes do mundo, onde tudo é beleza e harmonia”.  

(Pe. Antônio Teodósio Nunes)


A Mãe do Belo Amor

             

                                                                                   

         Conhecida pela terna invocação de A Mãe do Belo Amor, existe – na Catedral de Crato – uma pequenina e belíssima escultura de madeira. Medindo cerca de 40 centímetros de altura, ela é aureolada por fatos pitorescos e lendários.  Simbólica imagem! Não existem documentos acerca da origem desta encantadora imagenzinha. Uma piedosa tradição popular diz, no entanto, que esta estatueta chegou ao Vale do Cariri por volta de 1738. Provavelmente seria a mais antiga devoção mariana popular surgida no lado Norte do sopé da Chapada do Araripe.  

    A Mãe do Belo Amor teria sido conduzida para cá, pelos frades capuchinhos italianos. Estes, designados para converter – à fé católica – os rudes índios Cariús/Cariris, imersos no paganismo, tanto no modo de vida como no conjunto de hábitos, tão comuns a todos os povos originários que habitavam o Brasil. Os frades capuchinhos tinham como líder o jovem Frei Carlos Maria de Ferrara, fundador da Missão do Miranda, origem da atual cidade de Crato. A gesta deste frade foi conservada no imaginário popular e, ainda hoje, ocupa lugar de destaque na tradição católica de Crato e do Cariri.   

     Sabe-se, por registros posteriores, que já por volta de 1740, a Mãe do Belo Amor era venerada numa capelinha de taipa, coberta de palha, construída por Frei Carlos de Ferrara no centro da Missão do Miranda. Em 1745, o Provincial dos Capuchinhos de Recife, Frei Carlos José de Spezia, substituiu – na igreja dos frades franciscanos da capital pernambucana – a histórica imagem que lá era venerada desde 1641. E enviou a imagem substituída – de Nossa Senhora da Penha de França – para a Missão do Miranda. Aqui chegando, esta imagem da Senhora da Penha passou a ocupar o lugar da estatueta da Mãe do Belo Amor, venerada na capelinha construída por Frei Carlos de Ferrara. 

   A imagenzinha da Mãe do Belo Amor continuou, no entanto, a manter – junto aos fiéis de Crato – o mesmo profundo fascínio que possuía desde os primórdios da Missão do Miranda. Seus devotos – de ontem e hoje – sabem que a Virgem Maria está no Céu, em plena comunhão com Deus; vivendo na visão beatífica do Pai Criador. Intercedendo sem cessar pelos filhos que a Ela recorrem. Recebendo os louvores de gratidão e afeto que lhe são feitos por incontáveis cratenses.

      Documentada ficou também, durante algum tempo – numa das paredes da futura igreja-matriz de Crato – uma pedra com inscrição em latim, datada de 1745. Numa das reformas feitas naquela igreja – em ano incerto e não sabido – essa pedra desapareceu. Nela constava o registro oficial da consagração e dedicação do pequeno e humilde templo, que, com o passar do tempo, se transformaria na atual Catedral de Crato. Tal inscrição teria sido feita por Frei Carlos Maria de Ferrara. Nela constava que a capelinha primitiva fora consagrada ao Deus Uno e Trino e, de modo especial, a Nossa Senhora da Penha e a São Fidelis de Sigmaringa, um mártir capuchinho. Este último, seria elevado oficialmente – em 2013 – à condição de “Co-padroeiro de Crato”. 


O CARIRI - RAIZES E CENÁRIOS - Por Armando Lopes Rafael.

Acaba de sair da gráfica o livro "O CARIRI - RAIZES E CENARIOS".  Autoria do escritor, historiador e memorialista Armando Lopes Rafael.

Um livro antológico, rico de informações históricas, virtuosas e preciosas sobre o Crato e Região.

Literatura esmerada bem ao estilo  do autor.

Merece o aplauso de todos nós.

Municípios desmembrados do Crato, você sabia? - Por Antônio Morais.

O município o Crato desmembrou do seu território outras 17 cidades.

Veja a relação dos municípios e as datas de emancipação de cada um deles :

17.08.1846 – Barbalha

17.08.1846 – Milagres

08.11.1864 – Missão velha

25.11.1885 - Santana do Cariri

17.08.1889 – Porteiras

26.08.1890 - Brejo Santo.

27.08.1890 – Mauriti

22.11.1911 – Juazeiro do Norte

30.08.1914 – Jardim

20.12.1938 – Farias Brito

04.12.1933 – Caririaçu

22.11.1951 – Barro

22.11.1951 – Jati

14.03.1957 - Nova Olinda

13.10.1958 – Pena Forte

25.03.1959 – Abaiara

25.03.1959 – Granjeiro.

Devo informar que alguns municípios mãe, como Milagres, desmembrado de Crato, depois já aconteceram três desmembramentos : Barro, Mauriti e Abaiara. 

Do mesmo modo Jardim é município mãe de Porteiras, Jati e Penaforte. O fato é que as áreas desses 17 municípios pertenciam ao Crato.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

CONCLAMAÇÃO - Paróquia de São Raimundo Nonato - Várzea-Alegre.

 

"Com São Raimundo Nonato somos peregrinos de esperança guiados pela fé e pela caridade".

Padre Benedito Evaldo Alves.

Pároco.

Padre Jardel Phellipe Brito.

Vigário Paroquial.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

QUEDA TRAZ MEDO - Por Wilton Bezerra. Comenterista generalista.

 


Imaginava a direção do Fortaleza que o edifício, já erigido, precisava apenas de poucos reparos.

Ledo engano. Dentro da máxima de que "uma obra nunca está pronta", percebeu-se que as intervenções foram insuficientes.

A demora do tricolor na "faixa do pré-sal" já traz uma grande carga de preocupação.

Pouco tem adiantado o CEO Marcelo Paz brandir que o Fortaleza não cairá para a série B.

Ao elencar as perdas nesta temporada, a torcida tricolor tem suas razões para ficar inquieta.

Acrescente-se a urgência em tudo que é feito para o time jogar melhor. O futebol apresentado ainda é anêmico para o tamanho dos desafios.

Das novas aquisições, apenas Matheus Pereira tem dado uma boa contribuição.

Que o leão coloque a juba de molho.

domingo, 10 de agosto de 2025

Quando um filho (a) diz - "Não te metas na minha vida"! - Postado por Antonio Morais.



“Quando o teu filho ou tua filha disser: Pai, mãe não se metam na minha vida”! Hoje que estou aprofundando meus estudos Teológicos na família, seus valores, seus princípios, seus conflitos. Recordo-me de uma ocasião em que escutei um jovem gritar para o seu pai: “Não te metas na minha vida”! 

Essa frase tocou-me profundamente. Tanto que, frequentemente, a recordo e comento nas minhas conferencias com pais e filhos.

Se em vez de sacerdote. Tivesse optado por ser pai de família, o que diria ante essa exclamação impertinente de meu filho (a). Esta poderia ser a minha resposta: Filho, um momento, não sou eu que me meto na tua vida, foste tu que te meteste na minha!

Faz muitos anos, graças a Deus, e pelo amor que tua mãe e eu sentimos chegastes as nossas vidas e ocupaste todo nosso tempo. Ainda antes de nasceres, tua mãe sentia-se mal, não conseguia comer, tudo o que comia, vomitava. E tinha que ficar de repouso. Tive que me dividir entre as tarefas do meu trabalho e as da casa para ajudá-la. Nos últimos meses, antes que chegasses, tua mãe não dormia e não me deixava dormir. 

Os gastos aumentaram incrivelmente, tanto que grande parte do que ganhava era gasto contigo, para pagar um bom medico que atendesse tua mãe e ajudasse a ter uma gravidez saudável, em medicamentos, na maternidade, em comprar-te todo um guarda-roupa etc. Tua mãe não podia ver nada de bebê, que não quisesse para ti, compramos tudo o que podíamos, contanto que tu estivesses bem e tivesse o melhor possível.

Chegou o dia em que nascestes: tivemos que comprar algo para dar de recordação aos que te vieram conhecer, tivemos que adaptar um quarto para você. Desde a primeira noite não dormimos. A cada três horas, como se fosse um alarme de relógio despertava para te darmos de comer. 

Outros, porque te sentias mal e choravas, sem que nós soubéssemos o que fazer, pois não sabíamos o que te tinhas, até chorávamos contigo. Começastes a andar e não sei quando foi que tive que andar atrás de ti, se quando começastes a andar ou quando pensaste que já sabia. Já não podia sentar-me tranquilo lendo jornal, vendo um filme ou jogo do meu time favorito, por que quando acordavas, te perdia da minha vista e tinha que sair atrás de ti para evitar que te machucastes. Ainda lembro do primeiro dia de aula. 

Quando tive que telefonar para o serviço e dizer que não podia ir. Já que tu, na porta do colégio, não queria soltar-me a mão e entrar. Chorava e pedias-me que não fosse embora. Tive que entrar contigo na escola, e pedir à professora que me deixasse está junto ao teu lado, algum tempo, na sala, para que te fosse acostumando.

Depois de algumas semanas, já não me pedias que ficasse e até esquecias de se despedir quando saia do carro correndo para te encontrar com os teus amiguinhos. Cada vez sei menos de ti mesmo, sei mais pelo que ouço dos demais, já quase não queres falar comigo, dizes que apenas reclamo, e tudo o que faço esta mal, ou é razão para que ti saias de mim.

Pergunto: como, com esses defeitos, pude dar-te o que até agora tens tido. Tua mãe passa noites em claro e, consequentemente, não me deixa dormir dizendo-me que ainda não chegastes, e que já é madrugada, que o teu celular está desligado, que já são três horas e não chegas. Até que, por fim, podemos dormir quando acabas de chegar. Já que quase não falamos, não me contas as tuas coisas, aborrece-te falar com velhos que não entendem o mundo de hoje.

Agora só me procuras quando tens que pagar algo ou necessita de dinheiro para a universidade ou para se divertir. Ou pior, procuro-te eu, quando tenho que chamar-te atenção. Mas estou seguro que diante destas palavras: “Não te metas na minha vida”. Podemos responder juntos: Filho (a) não me meto na tua vida, pois foste tu que te meteste na minha. Asseguro-te que desde o primeiro dia até o dia de hoje, não me arrependo que te tenhas metido nela e a tenhas transformado para sempre.

Enquanto for vivo, vou meter-me na tua vida, assim como tu te metes-te na minha, para ajudar-te, para formar-te, para amar-te e para fazer de ti um homem ou uma mulher de bem.

Só os pais que sabem meter-se na vida de seus filhos e conseguem fazer deles, homens e mulheres que triunfam na vida e são capazes de amar.

Pais: muito obrigado!

Por se meterem na vida dos seus filhos. Ah, melhor ainda, corrijo, por terem deixado que os seus filhos se metam nas suas vidas, E para vocês filhos: Valorizem seus pais. Não são perfeitos, mas amam vocês, sejam capazes de enfrentar a vida e triunfar como homens de bem! A vida da muitas voltas, e, e em menos tempo do que vocês imaginavam alguém lhes dirá: “Não te metas na minha vida”! “A paternidade não é um capricho ou um acidente, é um dom de Deus, que nasce do Amor”.

Deus abençoe!

A todos!

Passado no presente Por Antonio Morais


Passado no presente Pedrinho Sanharol.

Na década de 40 do Século passado, na época do inverno José Alves de Morais Feitosa, Zezinho e Antonio Alves de Morais Feitosa, Morais saíam de Arneiroz oara Várzea-Alegre  para fazerem plantio de arroz

Zezinho ficava no Sanharol na casa da irmã Andrezinha e Morais na sede da cidade na casa de eua irmã Ana, Nanân. 

Era uma rotina, todo ano a mesma coisa.

Zezinho muito jovem ainda foi para cidade de Rondom no Paraná, e, de um em um foi levando os outros irmãos até levar os pais João André e Conceição época em que quase todas família morava no Paraná.

Na década de 80 Zezinho fez uma carta para o primo José André solicitando que ele pedisse a Raimundo Alves de Morais, o muito conhecido "Candeiro" o maior poeta do Sanharol para ele fazer um verso falando daqueles velhos tempos.

Candeiro, foto atendeu e fez uma obra prima. 20 estrofes descrevendo as memórias deixadas por aqueles tempos. Falando do Plantio, da limpa, da colheita, dos costumes daqueles tempos e de hoje em dia.

Veja uma das estrofes que escolhi para o amigo leitor :

Dava gosto de se ver,

Um bando de cabra macho,

Cortando Cacho por cacho,

Cantando sindô lelê.

Mas, tudo isso acabou-se,

Não tem mais arroz doce,

Nem fazem maneiro pau,

Estão cortando pelo tronco,

E batendo no girau.