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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 11 de junho de 2018

José Raimundo Nonato de Morais (Zezinho Bilé) - Por Tibúrcio Bezerra de Morais Neto.

Nasceu nas Panelas e era filho de Raimundo Bilé (Raimundo Nonato de Morais), latifundiário. cujas terras estendiam-se até o sítio Coité. 

Quando solteiro, viveu no Amazonas, onde aprendeu muita coisa. Retornando a Várzea Alegre, foi professor particular e casou-se com Isabel Alves de Morais, filha de Vicencinha do Rosário. Ela, herdeira de boas terras que partiam do Rosário e confinavam com o Coité. 

Ele; herdeiro do Coité, onde se estabeleceu. Lá construiu açudes e montou engenho de rapadura. Homem muito honrado e operoso, tornou-se uma referência política. Dividindo o tempo entre as atividades rurais e a casa que construiu na praça da igreja, foi guindado ao honroso (na época) cargo de Intendente, no qual permaneceu de 14 de outubro se 1898 a 20 de março de 1912. 

Portanto, mais de 13 anos. Nessa época, despontava Antônio Correia, mais político e muito ardiloso. Zezim Bilé não era de confusão. No silêncio da sua modéstia, afastou-se da vida pública, mas teve que enfrentar ainda algumas enrugas com o desafeto já Cel, Antônio Correia Lima, cuja história bem retrata o ímpeto do coronelismo no sertão. 

Zezim Bilé era o meu bisavô e dele sempre ouvi estórias edificantes. Fábio Pimpim era amigo dos dois e habitualmente frequentava as duas casas. Contava que, numa certa ocasião, em conversa com Padrinho Zezim, (assim era chamado em família) este lhe fez um pedido. Já se sentindo velho, sugeriu ele: Fábio, eu e Antônio Correia estamos velhos e não há mais sentido de continuarmos intrigados, pois já estamos perto é de morrer. E Fábio adorou a sugestão. Mas não foi feliz na missão. À sua proposta Antônio Correia foi taxativo: Fábio, a proposta é interessante, mas deixe Zezim pra lá e eu pra cá. 

Sem acordo, portanto. Resultado: No mesmo ano faleceram os dois. Zezim Bilé no dia 18 de fevereiro e Antônio Correia no dia 30 de março de 1939. Era assim a política antigamente. Hoje Correias e Morais mantêm-se amigos e não guardam ressentimentos pelo que aconteceu nos primórdios.

2 comentários:

  1. Um homem de nobreza impar e atitudes benfazejas. Exemplo para gerações.

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  2. Olá,

    O senhor teria data e municipio de nascimento dele e de dona Isabel (dos pais também se possivel)? Estou colocando a arvore de familia inteira dos Morais Bastos no site familysearch.org

    Aé mais

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