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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 2 de julho de 2024

Modéstia nascida do berço e do coração - Por Antonio Morais.

Foto num momento de descontração : Mariano Alves Pereira, Antonio Alves de Morais e o médico Francisco Alves Pereira.

A palavra modéstia deriva do latim "modestia,ae", que significa moderação e comedimento.

Que não expressa vaidade; que não age com superioridade em relação às próprias conquistas; simplicidade, humildade: "Recebeu o prêmio com modéstia".

Moderação exigida por determinadas situações, deveres; sobriedade: "modéstia diante das conquistas".

Que não se importa com luxo nem ostentações.

Em concordância com as regras morais e éticas de uma sociedade; "decência, humildade, naturalidade, simplicidade, singeleza, desambição, decência, sobriedade, despretensão, moderação".

Tive a honra de receber em nossa casa dois amigos, dois irmãos, o ex-colega do Colégio Estadual Wilson Gonçalves : Mariano Alves Pereira e o médico Francisco Alves Pereira fundador e proprietário da "Clínica de Dor", em Campinas - São Paulo".

A CULTURA DO ALGODÃO EM VÁRZEA ALEGRE - Por Antonio Gonçalo.

O documentário "TECER MEMÓRIAS - JORNADA DO OURO BRANCO EM VÁRZEA ALEGRE" ficou muito bom, transparente, didático, rico em imagens, relatos e fatos reais. 

Muito diversificado e com participantes genunínos da história da lavoura, da industrialização do produto e sua importância empregatícia e comercial.

Apresenta, em vídeo, trechos da fase em que a cultura algodoeira foi o carro chefe da economia no município de Várzea Alegre e no Nordeste Brasileiro. 

Tive a honra de participar do evento, juntamente com meus pais, Mundinho Gonçalo e Rita Maria, abordando fatos da atividade dos tropeiros que, à época, transportavam algodão em lombos de burros.

O principal personagem que citamos foi meu avô Antonio Gonçalo Araripe, um dos pioneiros na atividade de comboio, inclusive, retratada também no livro "TROPEIRISMO NOSSO", que publiquei, em 2016, com a colaboração do meu irmão José Gonçalo.

Parabéns aos participantes, colaboradores e toda equipe que elaborou o projeto, a edição, financiamento e apresentação de tão belo documentário, que, sem dúvida, fará parte do acervo documental e nostálgico da cultura varzealegrense.

Que tempos! Que costumes! - Por Antônio Morais.



Dedicado ao Antônio Gonçalo de Sousa autor do "Livro Trouperismo Nosso".

Que tempos? Que costumes? 

Todo matuto tem horror aos que em razão do oficio, são severos na aplicação das leis. Conta-se que um dos muitos fiscais do consumo que vive a percorrer a terra e que, de posse de um mandato de segurança e um ordenado fabuloso, foi esbarrar em Várzea-Alegre. Um conterrâneo não podia transportar um saquinho de arroz num jumento que era taxado de contrabandista e intimado a recolher o imposto.

A derramar o terror pelo sertão, andava também o rei do cangaço, o famigerado Lampião, o qual havia se hospedado em Juazeiro do Norte com honras de capitão da legalidade. Que tempos, que costumes?

O nosso matuto, fazendo uma negociação clandestina, enforcava na alpendrada de sua casa, uma garrafa que, vista de certa distancia, era um chamariz para os compradores da teimosa. Pois bem, atraído a um destes recantos da fraude e da sonegação do imposto, é que foi até ali um senhor desconhecido. Quem era? Pelos modos, o homem era grande, porque se apresentava altivo, arrogante e de sobrolho carregado. Trazia um bonito chapéu, lenço perfumado, e vários anéis nos dedos.

Chega. E como galã de cinema se apeia. E com esses ares de grão-senhor vai logo entrando de bodega adentro. Não diz bom dia. Não dá confiança a ninguém. No interior da casa, porque se deparasse com duas garrafas de qualquer droga, as quais descansavam em cima de um balcão feito com vigor de pau d'arco, indaga com voz de autoridade: O senhor tem aguardente? Tenho Nhor sim, responde com voz soturna o pobre homem.

Ah! Ao falar em corda na casa de enforcado, um estranho frio invade a alma do bodegueiro. Todo o seu ser tremeu como se lhe tremesse a própria terra. E desmaiado, voz difícil, começa a defender-se: Meu amigo, tenha pena dos meus filhinhos, Isso aqui que o Senhor está vendo não é bodega, eu só tenho, acredite, essas duas garrafas e esta cestinha de cigarros, porque a roça que botei na quebrada da Serra Negra a lagarta comeu. Não me multe, Senhor Fiscal.

O interlocutor estranho que já estava de boca aberta em sinal de grande pasmo desata uma bruta gargalhada. Depois, olhando o suplicante sem lhe desfitar os olhos, lhe diz: Quem o Senhor pensa que eu sou? Não rapaz, eu não sou fiscal. Eu sou Lampião.

Lampião? O homem ri fazendo uma ligeira contração nos músculos faciais. E voltando a vida, faz camaradagem com Lampião com quem conversa animadamente, graceja, bebe e fuma cigarro sem selo.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

A Arcádia de Lula - OPINIÃO DO ESTADÃO.

 

A julgar por seu discurso na Petrobras, esse nosso Hesíodo de fancaria quer fazer o País acreditar que os tenebrosos governos lulopetistas foram, na verdade, a época de ouro do Brasil

O Brasil já está tão habituado a ter sua inteligência ofendida pelo sr. Lula da Silva que passou sem causar a devida estupefação o discurso que o presidente da República fez na posse de Magda Chambriard na presidência da Petrobras. Linha após linha, ali está, documentado para a posteridade, até onde a mendacidade de Lula é capaz de ir para adulterar a realidade na ânsia de reescrever a história e adaptá-la a seus devaneios.

Esse nosso Hesíodo de fancaria quer fazer o País acreditar que os tenebrosos governos lulopetistas foram, na verdade, a época de ouro do Brasil e que, se a Lava Jato não tivesse aberto a caixa de Pandora, ainda estaríamos cercados de pastores e ninfas numa Arcádia onde reinaria a felicidade absoluta.

Disse o Guia Genial dos brasileiros que a Petrobras era a ponta de lança de um inebriante desenvolvimento nacional durante o mandarinato lulopetista. Por exemplo, o demiurgo festejou a criação, naquela época, de milhares de empregos com o impulso que deu à indústria naval, tendo a Petrobras como única cliente, “para atender à demanda intensa de um período de ouro”. Se piada fosse, não teria graça. Não sendo, é uma agressão aos fatos: como se sabe, grande parte dos estaleiros está abandonada em razão da evidente incapacidade do setor de concorrer com a indústria estrangeira – de resto um resultado óbvio diante da obtusa exigência de conteúdo nacional e da ausência de mão de obra qualificada, entre outros fatores que Lula e os petistas, na sua megalomania, ignoraram.

E aqui nem se está falando na corrupção desbragada que esse projeto ensejou. Mas Lula tratou de tocar no assunto fazendo questão de violentar a memória coletiva nacional, não só ao negar que tenha havido corrupção, como ao responsabilizar pela destruição da empresa aqueles que denunciaram a corrupção. “Com o falso argumento de combater a corrupção, a Operação Lava Jato mirava, na verdade, o desmonte e a privatização da Petrobras”, disse Lula.

E então, no melhor estilo lulopetista, o presidente atribuiu essa suposta ofensiva contra a Petrobras, capitaneada pela Lava Jato, à “elite política e econômica deste país”, que segundo ele “não tem nenhum compromisso com a soberania do Brasil e a vida do nosso povo”.

Ou seja, na mitologia de Lula, a “era de ouro” do Brasil e da Petrobras foi subitamente encerrada quando uma tal “elite” decidiu destruir o País. Lula foi claríssimo: “Eles querem que o Brasil seja pobre, eles querem que o Brasil seja pequeno, eles querem que o Brasil não possa tratar de seu povo. E nós queremos o Brasil exatamente ao contrário. Um Brasil grande, um Brasil rico e um país capaz de cuidar do seu povo com a dignidade que cada ser humano merece”.

Mas os brasileiros não têm mais com o que se preocupar. “Aqui estamos, de volta, para reconstruir a Petrobras e o Brasil”, anunciou Lula, triunfante, como se sua parolagem bastasse para que o País esquecesse que, na longa e tenebrosa era do lulopetismo no poder, a Petrobras praticamente quebrou e o Brasil empobreceu. Deu muito trabalho para interromper a razia promovida por essa turma, impondo limites de governança à Petrobras e de gastos para o governo. Em outras palavras, são esses limites que Lula quer demolir, em nome, segundo ele, da “realização de um sonho do povo brasileiro”.

Mas, é preciso admitir, há um trecho no discurso em que Lula, ainda que involuntariamente, está coberto de razão. É quando ele diz que “a desgraça da primeira mentira é que você passa o resto da vida mentindo para poder justificar as mentiras”. Ele se referia à “leviandade das denúncias contra a Petrobras”, mas poderia perfeitamente, caso se tornasse subitamente honesto, estar se referindo a si mesmo. E também está corretíssimo quando diz que é inútil esperar que pessoas levianas “tenham a coragem de pedir desculpas pelo engano cometido”, porque “o pedido de desculpa é uma demonstração de grandeza, e os acusadores não têm grandeza para pedir desculpa pelos erros que cometeram”. Exato: se alguém está esperando que Lula afinal reconheça os incontáveis e brutais erros que cometeu, é melhor esperar sentado.

HAJA DOR - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Sabe quando a gente era aconselhado a ter paciência para a dor passar ? 

Isso foi antigamente, quando a gente era macho para aguentar.

Hoje, não tem coragem que dê conta. As dores que "comem de esmola" fazem formigar o juízo da gente.

Acham que exagero ao dizer que sou feito de dor. Nada disso, falo sério.

Uma tal de neuropatia que carrego é para 'tirar do ramo". Remédio só dá uma aliviada, para que a gente siga em frente.

É dor lombar, nas pernas e braços, distribuídas para torrar os neurônios.

Eu quero lá saber se a dor é  herança genética. Eu só sei que dói.

A dor de estende para o bolso, a cada mês. E não é problema que "meizinha" cure.

O som das cartelas de comprimidos não é agradável aos nossos ouvidos.

Dizem que o sofrimento melhora o ser humano. De jeito nenhum. Só piora.

Somos orientados a fazer exercícios, mesmo sentindo dores. Arre!

E ainda tem, "de agrado", as dores do Mundo e da consciência. Essas produzem monumentais sequelas.

"Se você sente dor, você está vivo. Se você sente a dor das outras pessoas, você é um ser humano". Tolstói.