Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Canena, a Dona Benta da Praça da Estação - Postagem do Antonio Morais.

Com meio século de atividades culinárias ininterrúptas, Maria Joaquina da Conceição exerceu o seu comércio na Praça da Estação, na cidade do Crato.

Desafiando o tempo e os cabelos grisalhos, Canena, como era conhecida na intimidade do povo, era dessas pretas de ferro, forte, de temperamento acessível e afável. Jamais se aborreceu com nenhum de seus fregueses, na maioria carregadores.

Nascida em 1887, Canena, a preta do coração de ouro, era dos tipos populares do Crato mais queridos, pela sua bondade nata e pela persistência com que, desde de 1926, vendia as mesmas coisas, na mesma praça, no mesmo jardim, usando talvês o mesmo banco, nas horas de maior cansaço. 

Tinha  um tratamento só para todos. Gregos e troianos, isto é, do chapeado ao doutor ela os tratava com a mesma ternura, paciência e dedicação.

Quando Canena iniciou a sua atividade de "Mestre Cuca" e proprietária do pitoresco restaurante ao ar-livre, da Praça da Estação a especialidade de sua cozinha tem sido a mesma : Tapioca com fígado de boi e foçura de criação.

A mesa onde Canena vendia suas gulozeimas mudava de canto, mas a praça sempre foi a mesma a da Estação Ferroviária. 

Ela mesma contava que só abria exceção às quinta e sextas-feiras da semana santa. Dias de reza e penitência que ela respeitava religiosamente. 

Um comentário:

  1. Depois de sua morte, sua filha Raimundo assumiu o posto servindo as mesmas goluzeimas.

    ResponderExcluir