Em meados da década de 50 do século passado, eu lá com os meus seis anos de idade acompanhei o meu avô ao Periperi dos Pinhos.
O meu avô Pedro André foi levar sua égua para cruzar com o jumento de lote de Pedro de Pinho. Desse cruzamento nascia burro, e, aquela época quem tinha um burro era rico, não pelo burro mas, porque não devia um vintém a ninguém.
Lá os meus olhos curiosos não tiravam as vistas do assédio do jumento com a égua e, os ouvidos afiados ouviam a conversa dos Pedros, o de Pinho e o André.
A historia era sobre politica, os dois haviam sido vereadores em legislatura anterior da câmara municipal.
Pedro de Pinho contava admirado que Pedro André no dia da eleição chegando a cidade compareceu ao local de votação e votou em Pedro Pinho. Ao sair do local foi procurado por Raimundo Otoni de Carvalho para preencher uma vaga de candidato a vereador em substituição a um candidato desistente, a legislação permitia.
A principio não aceitou, não fazia sentido, já havia votado e assim não contava nem com o voto dele. Com muita peleja do Raimundo Otoni, chefe da UDN terminou por aceitar para ajudar a legenda.
Saiu em campanha. Falava com um aqui, outro ali e assim no final do dia, terminada a eleição e a contagem dos votos Pedro André se elegeu e fez parte junto com Pedro de Pinho e outros da composição da Câmara de Vereadores daquela legislatura.
Naquela época o vereador prestava serviços voluntários, não existiam salários, a compensatória era a honra de ser representante do povo.
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