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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 12 de outubro de 2024

COISA DE MATUTO - Por Antonio Morais.



Caetano Afonso, cidadão cedrense de grande respeitabilidade era casado com uma senhora que se chamava Beleza. A família morava numa rua central da cidade do Cedro por onde passavam todos os dias vendedores de frutas, padeiros e verdureiros.

Um deles, o verdureiro, utilizava para transportar seus produtos uma carroça, que era puxada pela burrinha apelidada de "beleza" e todas as manhas a cantilena era a mesma oferecendo suas hortaliças: Tomate, coentro, pimentão, cebolinha, alface; tudo fresquinho! vai beleza, vambora beleza!

Caetano ficava aborrecido ao ouvir o nome de sua esposa em um animal e tão desrespeitosamente pronunciado, até que certo dia resolveu botar um fim na melopeia. Amigo, quanto você quer pela burrinha? Não é para vender, seu Caetano!

Foram a cima e foram a baixo, até que o animal foi comprado e logo providenciado a sua transferência para o sitio, já rebatizada de "morena".

 Alguns dias de sossego, até que novamente o silencio matinal foi quebrado pela voz apregoeira já tão conhecida de todos: Tomate, coentro, pimentão: vai beleza, vai égua ruim!

Desta vez, João Verdureiro como era conhecido, tinha comprado uma égua e colocado também o nome de "beleza", pensando ele ser do agrado de Seu Caetano, porque se assim não fosse, ele não teria comprado a burrinha anterior por um preço tão elevado.

Coisa de matuto!

Um comentário:

  1. Este causo é do Livro Aqui, Ali, Alem! Da autoria do Jose Ronald Brito, publicado com o titulo Cantilena aborrecida.

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