Este domingo – 11 de junho de 2017 – assinalou a abertura das
comemorações pelo centenário de nascimento de Dom Vicente de Paulo
Araújo Matos, terceiro Bispo de Crato, a ocorrer em 11 de junho do
próximo ano. Pelo menos assim o foi para muitas pessoas que conservam
no coração imorredoura admiração, ou gratidão, pela figura do bom pastor
que foi Dom Vicente. Esperamos que no dia 11 de junho de 2018 o
centenário de nascimento daquele Sucessor dos Apóstolos seja lembrado
nesta cidade de Crato.
Os que conviveram com Dom Vicente Matos
mais de perto – e este é o meu caso – são unânimes em reconhecer nele um
espírito magnânimo, pleno de bonomia, simplicidade, firmeza de caráter e
um otimismo que não se abalava com as decepções tão comuns na vida de
quem administra uma instituição.
Nesta crônica não abordarei as
muitas realizações de Dom Vicente Matos à frente da Diocese de Crato.
Fá-lo-ei noutra oportunidade. Relembro apenas que, por tudo que ele
construiu e realizou, vinte e cinco anos depois de deixar o governo da
diocese, Dom Vicente ainda é considerado – nos dias atuais – “O maior
benfeitor de Crato”. Nenhum Prefeito ou governador o superou em número
de realizações e benefícios por ele carreados para esta cidade.
Nesta crônica, lembrarei apenas que apesar de todo o bem que Dom Vicente
Matos fez, e de tudo que realizou pela Crato, ele foi vítima de
críticas as mais acerbas e injustas. Mas, a tudo isso Dom Vicente Matos
respondeu com o silêncio. Talvez ele se lembrasse de quantas falsas
testemunhas acusaram Jesus Cristo diante do Sinédrio. E, no entanto,
Jesus “guardou silêncio” ante as acusações, como lemos no Evangelho de
São Marcos, Capítulo 14, versículos 53-61. Sabia Jesus que defender-se,
naquela ocasião, teria sido inútil. Acima de tudo, Ele tinha consciência
de que estava se cumprindo as profecias sobre a vinda do Salvador na
plenitude dos tempos.
Dom Vicente Matos também guardou
silencio para as muitas e descabidas acusações que lhe foram assacadas.
Quem sabe, o Espírito de Deus o inspirou a permanecer em silêncio.
Silêncio total. Nenhuma palavra de defesa que fosse para simplesmente
tentar recuperar a autoestima ferida, o que é humanamente justificado...
Ou para buscar interiormente a consolação por alguma ingratidão a quem
ele só fez o bem.
Homem sábio, esse Dom Vicente Matos!
Como escreveu o escritor Caio Fernando de Abreu: “O silêncio responde até mesmo aquilo que não foi perguntado”.
Um grande benfeitor do Crato. Dom Vicente era muito humilde, e, a humildade triunfa sempre.
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