Meu dedo vai no teclado
Como se fosse um pincel,
Depois vai na impressora
Em seguida no papel.
Eu fico muito feliz
Por tá criando um cordel.
Cordel foi meu professor
Foi o meu livro escolar,
Porque nele eu aprendi
A forma de me expressar.
Não consegui um canudo
Mas aprendi a rimar.
O cordel foi mensageiro
Nas quebradas do sertão,
O folheto é que levava
Notícias pra região.
No tempo que não havia
Jornal nem televisão.
Quando Getúlio Morreu
Entristecendo a nação,
Alguns jornais recuaram
Com medo de repressão.
O cordel foi corajoso
E fez a divulgação.
O cordel falou da fé
Do povo em Frei Damião,
Divulgou a romaria
Do Padim Ciço Romão.
Falou em tom de revolta
Do massacre em Caldeirão.
Cordel fazia namoro
Quando o pai não consentia,
O casal tinha apelido
Falado na cantoria,
Foi assim que se casaram
Coco Verde e Melancia.
O Dr. Sávio Pinheiro
Na sua comparação,
Fez um trabalho perfeito
Rimado com perfeição.
Juntou Yoko e John Lennon
Com Maria e Lampião.
Minha boa Várzea Alegre
Nesse país cor de anil,
É a terra dos contrastes
Conhecida no Brasil
Mas lá o poeta Expedito
Fez um cordel sobre Bil.
O poeta Patativa
O nosso maior artista
Diminuiu os cordéis
Quando ficou ruim da vista.
E assim ficou desfalcado
O time de cordelista,
O arrombamento do Orós
O cordel noticiou,
O assassinato de Kennedy
O cordel também citou.
E a visita do papa
Foi o que ele mais falou.
No mundial de cinqüenta
O Brasil foi perdedor,
Jogou no Maracanã
Mas não foi tão agressor.
O cordel deu a notícia
E deprimiu o torcedor.
Quando o mestre Pedro Souza
Partiu pra segunda via,
Fiz um cordel de saudade
Das coisas que ele fazia.
Tudo que lá coloquei
Pedro Souza conhecia.
O cordel foi professor
Ensinou Ave Maria,
Deu aula de português,
História e geografia.
Foi a carta de A.B.C.
Daquele que não sabia.
Mas o cordel mensageiro
O que ganhou foi tortura,
Chegou a televisão
Mudando toda a cultura.
Hoje pouca gente sabe
O que é xilogravura.
Pra terminar meu recado
Eu peço ao caro leitor,
Que quando achar um cordel
Dê a ele o seu valor.
Pois ele foi no passado
Um excelente professor.
Dedico este cordel, ao poeta acadêmico Dr. José Sávio Pinheiro.
Raimundim, você pode não ter recebido um canudo, mas é doutorado na poesia, um mestre.
ResponderExcluirParabéns pela bela forma de escrever.
Um grande beijo cheio de admiração.
Concordo plenamente com a Klebia Fiuza. O Mundim nasceu com mestrado e doutorado em poesia. Parabens primo.
ResponderExcluirA. Morais
é muito prazeroso ler esse mini-cordel que o Raimundinho escreveu, esse vai ser parte integrante do meu blog parabéns uma verdadeira exaltação merecida ao nosso glorioso cordel que eu tanto amo e que tenho uma baita duma coleção abraços
ResponderExcluirPoeta Mundin do Vale, agradeço de coração a dedicação do belíssimo poema e reforço que o cordel continua em atividade, apesar de previsôes negativas que ele chegara ao fim.
ResponderExcluirCORDEL ATUAL
Amigo Mundin do Vale
Você tem toda razão
Pois o "folheto" era usado
Para dar a informação
E também para educar
O mais simples cidadão.
Foi na década de setenta,
Que chegou um professor
Sendo Raymond Kantel
De Paris, o defensor,
De nomear de Cordel
Esse estilo sedutor.
Cordel quer dizer cordão
Daí, o nome empregado
Pois em feiras, na Europa,
Com o "romance" pendurado
O folheteiro vendia
Seu poema elaborado.
No Nordeste do Brasil,
O Cordel tem nova fama,
Pois um grupo de poetas
Diariamente, o declama
E, apesar, da contra-mídia
Um novo aluno lhe aclama.
Digo isso pra mostrar,
Que o que pensava Kantel
Está vivo em nosso meio
Na boca do menestrel
E, na escola, encantando:
Projeto Acorda Cordel.
O Arievaldo Viana,
Um poeta lutador,
Vem percorrendo o Brasil
Com garra e com muito amor
Monstrando pra todo o mundo,
Que o cordel tem seu valor.
Também no PSF
Há um projeto valente
Pra discutir a saúde
De maneira eficiente:
É o Receitando Cordel,
Que motiva toda gente.
O Programa da Saúde
Da Família faz junção
Com a Ação Social
Cultura e Educação
Promovndo a saúde
Com foco na Prevenção.
Finalizando, eu exponho
Sem demonstrar eloquêcia
Que o cordel está muito vivo
Sem sofrer de dependência,
Pois o que emana do povo
Vem com grande persistência.
Um grande abraço.
Obrigado meu poeta
ResponderExcluirEu nÃo quis lhe provocar,
Na verdade o que eu queria
Era apenas lhe acordar.
Deixe ai o seu plantão
E venha nos ajudar.
Que maravilha!!!
ResponderExcluirAqui a gente se delicia com as postages do poeta Mundim do Vale. Não bastasse, ainda tem o privilégio de ler os comentários em belos versos do cordelista Sávio Pinheiro. Muito bom. Abraços
O cordel é obra prima
ResponderExcluirDa cultura popular
Nunca vai ser esquecido
Sempre é de lembrar
Que divulga as belezas
Da agricultura familiar.
Raimundinho, você é fera, parabéns pelo belíssimo cordel e um forte abraço extensivo a todos os nossos familiares.
MAGNÓLIA VOCÊ PODERIA DIZER SOMENTE ISSO:
ResponderExcluirFlávio hoje é o seu dia
Tão cheio de fulgor
Vamos dizer cantando
Como é grande o nosso amor
Já tenho um presente
Depois você verá o que
Mas nunca será melhor
Do que o presente que é você.