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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

TRAIÇÃO E GUERRA - Por Jota Alcides

O estudo inicial apresentava uma delimitação diferente da atual. O resultado divulgado em 2013 não foi favorável ao município do Crato, pois perderia território para Farias Brito, Caririaçu, Juazeiro do Norte e Barbalha. Este resultado atual assinado por Camilo Santana foi articulado pelo então deputado José Aílton Brasil, atual prefeito de Crato. Para melhor compreender o que aconteceu, vamos relembrar a trajetória desse projeto até seu final absurdo. 

No início de 2011 foi lançado pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, o projeto de consolidação das Leis de Limites Intermunicipais, coordenado pelo deputado Neto Nunes do PMDB. Em 2012, uma comissão de Triagem da Assembleia esteve no Cariri para realizar o trabalho de georreferenciamento dos limites municipais, objetivando esclarecer pendências e analisar retificações feitas por alguns prefeitos. O resultado desse trabalho, divulgado no final de 2013, não foi favorável ao município de Crato, pois perderia território para Farias Brito, Caririaçu, Juazeiro do Norte e Barbalha. De acordo com a mídia. o limite municipal de Juazeiro e Crato, na Avenida Padre Cícero, ficaria localizado nas proximidades da casa de shows Texas (nesse caso o Juazeiro ganharia uma faixa de aproximadamente 1 km). Para um geógrafo cratense que deu entrevista na TV Verdes Mares Cariri, o Crato perderia aproximadamente 80% do Distrito Industrial para Juazeiro. 

Por isso que o prefeito do Crato iniciou a instalação de um "novo" distrito industrial. Com esse resultado, as autoridades cratenses se organizaram para retirar o Projeto de Lei da pauta da Assembleia, exigindo um novo georreferenciamento. Na ocasião foi feita uma reunião do deputado Neto Nunes com os prefeitos do Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. A partir desse evento uma série de textos difamatórios sobre o Juazeiro foram difundidos na internet. Um deles, de autoria do cratense Pedro Esmeraldo, assumidamente inimigo do Juazeiro, foi publicado pelo Juanorte em fevereiro 2014. Nessa carta aberta, Pedro Esmeraldo atacou fortemente Juazeiro tratando-o como "cidade maldita que pretende invadir as terras do Crato na marra". Foi tão agressivo e insano que o então vice-prefeito do Juazeiro, Roberto Celestino, me ligou perguntando se era verdade aquela ofensa de Pedro Esmeraldo, tendo como resposta a confirmação. Agora, três anos depois do estudo inicial, a verdade verdadeira mostra quem é a cidade maldita do Cariri, exatamente quem andou difamando Juazeiro, o invejoso Crato. 

É bom explicar: inveja não é querer ter as coisas que outro tem; isso é ambição de conquista; inveja é querer ter o que é do outro e que o outro não tenha. E é esta a marca característica de Crato que, há cerca de um século e meio', só tem uma preocupação: prejudicar Juazeiro, esquecendo-se de trabalhar pelo seu progresso. Mais uma vez na história, Ceará se une ao Crato e Crato se une ao Ceará. para destruir Juazeiro. Na maior surdina, roubaram e passaram para Barbalha terras de áreas nobres do Juazeiro, como Lagoa Seca. Traidores. Ninguém esquece o que aconteceu em 1914, a guerra que cearenses e cratenses chamam de "Sedição do Juazeiro" só para denegrir a imagem do Juazeiro. Não houve sedição do Juazeiro, mas sedição do Ceará. Faz sedição quem provoca desordem, confusão social,

tumulto, conflito. Quem fez isso foi o Governo do Ceará, representado pela besta quadrada Franco Rabelo, que teve total apoio de Crato para seu objetivo criminoso de destruir Juazeiro e matar o Padre Cícero. O governador Franco Rabelo chegou a mandar mais de mil militares fortemente armados para Crato com a missão destruidora. Mas os romeiros do Nordeste correram ao Juazeiro, salvaram a cidade e o Padre Cícero, depois ocuparam Fortaleza, cercaram o governador em palácio, que foi forçado a fugir em navio e caiu, deposto. Agora, a safadeza se repete. Se existe um município do Ceará que não pode perder terras é Juazeiro porque já é o menor do Estado. Mas, o governador Camilo Santana, que é cratense-barbalhense, macumunado com os inescrupulosos deputados estaduais e sob pressão de Crato, aprovou essa sandice, sem consulta pública, sem plebiscito, sem o conhecimento do povo do Juazeiro. aí essa maldita lei contra Juazeiro, fruto de um plano secreto de Ceará e Crato. Não somos a favor de guerra, mas o que Ceará e Crato acabam de fazer é uma declaração de guerra assinada pelo governador Camilo Santana. 

Em honra de sua história, de suas tradições, do Padre Cícero e do seu povo valoroso, lutador e destemido, Juazeiro deve resistir e reagir como ensina Shakespeare: "Em tempo de paz convém ao homem serenidade e humildade; mas quando estoura a guerra deve agir como um tigre!". 

Um comentário:

  1. A pergunta que eu faço é : O que os 150 mil eleitores de Juazeiro fizeram de seus votos que não tem representantes na Assembleia Legislativa Estadual?

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