Ouvi falar deste homem num documentário dramático a que assisti na TV há alguns anos. O produtor obteve autorização do oncologista para instalar as câmeras em sua clínica. Depois, com a permissão de três pacientes – dois homens e uma mulher – ele filmou o momento em que um tomou conhecimento de que a doença estava e seus últimos estágios.
Posteriormente, a equipe responsável pelo documentário acompanhou as três famílias durante o tratamento, com seus altos e baixos, esperanças e decepções, sofrimento e terror...Ele era um humilde pastor negro da Igreja Batista de uma cidadezinha do interior.
Tinha perto de 70 anos e foi ministro do evangelho ao longo de toda a sua vida, depois de se tornar adulto. Seu amor pelo Senhor era tão profundo que se refletia em tudo o que ele dizia. Quando o pastor e sua esposa foram informados de que ele tinha apenas alguns meses de vida, nenhum dos dois demonstrou pânico. Apenas pediram explicações ao médico. Depois de tomarem conhecimento do processo de tratamento e de suas conseqüências, eles agradeceram ao médico e partiram.
A equipe de filmagem acompanhou o casal até o velho carro e viu de longe quando eles curvaram a cabeça e renovaram seus compromissos com o Senhor. Nos meses subsequentes, o pastor nunca perdeu o equilíbrio.
Nem falou muito sobre sua doença. Ele sabia que o Senhor estava no controle e não permitira que nada abalasse sua fé. As câmeras estavam presentes em seu ultimo domingo na igreja. Ele pregou o sermão da manhã e falou com franqueza sobre sua morte iminente. Pelo que me lembro, ele disse o seguinte:
"Alguns de vocês me perguntaram se fiquei zangado com Deus por causa desta enfermidade que tomou conta de meu corpo. Digo-lhes, honestamente, que em meu coração não existe ressentimento algum, apenas amor pelo meu Deus. Ele não me enviou esta doença. Vivemos num mundo pecaminoso, onde a enfermidade e a morte são maldições que o homem trouxe para si mesmo. E estou indo para um lugar melhor, onde não haverá mais lágrimas, nem sofrimento, nem angustia. Portanto, não sintam pena de mim. Alem do mais nosso Senhor sofreu e morreu por nossos pecados. Por que eu não deveria tomar parte em seus sofrimentos?"
Em seguida, o pastor começou a cantar um hino, sem acompanhamento, com voz cansada e embargada. Chorei enquanto aquele meigo homem cantava seu amor por Jesus. Ele parecia estar muito fraco, e seu rosto estampava as devastações da doença. Porém, seus comentários foram os mais poderosos que já ouvi.
Pelo que sei, suas palavras naquela manhã foram às últimas proferidas no púlpito. Ele foi morar na eternidade alguns dias depois, onde se encontrou com o Senhor, a quem servira durante toda a sua vida. Aquele pastor anônimo, e sua esposa ocupam lugar de destaque entre meus heróis espirituais.
Desconheço o Autor
Um bom dia para todos e todas.
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