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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A carta da presidente-afastada (por Armando Lopes Rafael)



“Você me pede na carta
Que eu desapareça
Que eu nunca mais te procure
Pra sempre te esqueça
Posso fazer sua vontade
Atender seu pedido
Mas esquecer, é bobagem...
É tempo perdido”
(música de Moacir Franco, “Ainda ontem chorei de saudade”)


Finalmente saiu. O que se esperava fosse uma bomba resultou num traque: ou “peido-de-veia – como se diz no Nordeste. Mas, enfim, foi divulgada a carta de Dilma Rousseff, aos senadores.
Carta repetitiva do vem dizendo sua “tropa de choque” no Senado (as senadoras Fátima Bezerra, Gleisi Hoffmann, Vanessa Grazziotin e Lindbergh Farias): que Dilma não cometeu crimes (no que contraria ilustres juristas) que o impeachment é golpe! Que o presidente Temer é ilegítimo e outros blábláblá repetidos ad nauseam. Vade retro!

E Dilma encerra a enfadonha carta assim: “Minha esperança existe porque é também a esperança democrática do povo brasileiro, que me elegeu duas vezes presidenta (sic). Quem deve decidir o futuro do País é o nosso povo. A democracia há de vencer.”

Ora dona Dilma nos poupe! Seu conceito de democracia não é o conceito da maioria do povo brasileiro. Seu passado na guerrilha (com o objetivo de implantar outra ditadura no Brasil) não nos trouxe a democracia. A redemocratização deve-se à luta transparente, sofrida, mas leal, feita por democratas do porte de um Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Miguel Arraes, Teotônio Vilela, e tantos outros que não sujaram suas mãos com sangue de irmãos e proporcionaram o retorno da democracia para a população brasileira. Estes agiram dentro da lei! Estes sim, merecem o respeito dos pósteros.  Estes sim merecem o nosso reconhecimento ad perpetuam rei memoriam.

Quanto à alegada honestidade de dona Dilma é bom lembrar a recente abertura, no Supremo Tribunal Federal, da investigação contra ela e Lula autorizada pelo ministro Teori Zavascki. Ela alega os 110 milhões de eleitores que votaram nas últimas eleições.  Alguém deve lembrar à “gerentona” (ou ex-gerentona) que os 81 senadores e os 513 deputados também foram eleitos para representar esses 110 milhões de brasileiros que não suportam mais a roubalheira, a incompetência e o descalabro nas contas públicas, os quase 40 ministérios, os 10 mil cargos de confiança, etc. etc. que foram a marca registrada do (des) governo da presidente-afastada... 

Enfim, dona Dilma perdeu uma excelente oportunidade de ficar calada. Que ela aguarde o andamento do processo de impeachment e deixe os brasileiros recomporem suas vidas...

Um comentário:

  1. Para o PT, Lula, Dilma e seus seguidores Democracia é aquele sistema de governo que esteja em suas mãos, em seu beneficio. Fugindo disso não é democracia.

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