Sem ter apresentado argumentos capazes de desfazer a suspeita, cada vez mais concreta, de que foi beneficiário do monumental esquema de corrupção que funcionou em seu governo e no de sua sucessora, Dilma Rousseff, o chefão petista Lula da Silva adotou de vez a estratégia de politizar o caso. Não lhe parece restar alternativa: como a Justiça mostrou-se imune às chicanas do exército de causídicos que lhe prestam serviço, Lula transformou a vitimização em sua principal – senão única – linha de defesa. Pouco lhe importa se essa atitude, que inclui achincalhar a imagem da Justiça brasileira no exterior, prejudica a percepção internacional a respeito das instituições democráticas do País. O que interessa é inventar argumentos que transformem os agentes da lei dedicados a investigar Lula em algozes do ex-presidente, que estariam a soldo das “elites” interessadas em alijá-lo da eleição presidencial de 2018.
A estratégia ficou clara diante da reação da defesa de Lula à intimação de sua mulher, Marisa Letícia, e de um de seus filhos, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. A notificação foi determinada pelo delegado da Polícia Federal (PF) Márcio Anselmo, que integra a força-tarefa da Lava Jato e quer ouvir esclarecimentos sobre um sítio em Atibaia que Lula jura não lhe pertencer, mas que era frequentado como se fosse seu e de sua família.
Uma reforma feita no sítio em 2014 teria sido paga pela empreiteira OAS, envolvida na Lava Jato. Os investigadores informam que as reformas começaram depois que o imóvel foi oficialmente comprado pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, que seriam testas de ferro de Lula e de Lulinha. Um laudo da PF aponta “evidências substanciais” de que a reforma da cozinha do sítio – uma “cozinha gourmet”, como qualifica o documento, avaliada em R$ 252 mil – foi “acompanhada por arquiteto da OAS, sob o comando de Léo Pinheiro (dono da empreiteira) e, segundo consta nas comunicações do arquiteto da construtora, com orientação do ex-presidente Lula e sua esposa”.
O laudo apresenta ainda outros claros exemplos de que aquela propriedade estava sendo reformada ao gosto da família Lula, sob a liderança da “Dama”, apelido dado a Marisa Letícia pelos empreiteiros encarregados do trabalho. Por essa razão, Marisa foi intimada a prestar esclarecimentos.
Lulinha, por sua vez, foi chamado a depor porque há dúvidas sobre sua evolução patrimonial e sobre sua relação com Fernando Bittar e Jonas Suassuna, que são seus sócios em negócios que ninguém consegue explicar direito quais são. A polícia quer saber, por exemplo, se Lulinha paga aluguel para morar num apartamento avaliado em R$ 6 milhões cuja propriedade é oficialmente atribuída a Suassuna. Suassuna e Bittar também terão de prestar esclarecimentos à polícia.
Em nenhum momento Lula procura provar a inexistência de seus crimes. Culpa as autoridades e atribui a perseguições. A fartura de crimes e pilantragens ultrapassam todos os limites. Não satisfeito em saber que o Brasil conhece suas ladroagens apelou para o mundo através da ONU que agora também tomará conhecimento. Lula é a cria mais ordinária que o Brasil produziu.
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