Alto custo e a escassez de materiais afetam também o mercado de caixões na Venezuela
Vista de caixões de papelão em Barquisimeto, na Venezuela (Federico Parra/AFP)
Os venezuelanos têm tido dificuldades para resolver a vida cotidiana, mas os problemas não terminam na hora da morte, pelo menos para a família do falecido. O alto custo e a escassez de materiais complicam a aquisição de caixões, que, por isso, estão sendo fabricados com madeira barata e até papelão.
Muitos parentes fazem malabarismos para lidar com os gastos de um funeral: se preferirem a cremação à sepultura para não pagar uma cova no cemitério, o velório se reduz de 24 a oito, quatro ou duas horas. Alguns contratam somente o “serviço direto” para o crematório ou túmulo, e há famílias que alugam o caixão apenas para o velório.
Há um mês morreu o irmão de Miriam Navarro, uma dona de casa de 66 anos. “Me senti desesperada. Não tinha a fortuna que a funerária pedia. Se não fosse pela comunidade, teria que enterrá-lo no quintal”, disse Miriam, que mora em um bairro de Maracay, 105 km ao sudoeste de Caracas.
Com o que seus vizinhos arrecadaram, ela comprou um dos caixões fabricados pelo carpinteiro Ronald Martínez com papelão e MDF, um material comprimido de pó de serra e resina, que é muito mais barato que a madeira. Martínez montou sua funerária há cinco anos, mas há dois teve de começar a fabricar os caixões pela falta de metal para elaborar os de latão, os mais usados na Venezuela pelo alto custo da madeira.
Trinta fábricas de urnas funerárias do país requerem 450 toneladas de latão mensalmente, mas o abastecimento da Indústria Siderúrgica, estatal, tem sido irregular. “Em um mês só foi entregue 60 toneladas. Temos que recorrer a mercados secundários e isso encarece os custos”, segundo Juan Carlos Fernández, diretor da Câmara Nacional de Empresas Funerárias.
Altos preços
Recostado em um caixão ainda sem pintar, o carpinteiro Martínez, de 40 anos, relembra que há cinco anos um caixão custava 720 bolívares, o preço de um pão de forma hoje. “Um serviço funerário custava 4.500 bolívares, e agora o mais em conta é 280.000, podendo chegar a 400.000, 600.000. É mais caro morrer do que estar vivo”, diz.
Um caixão de latão custa entre 85.000 e 120.000 bolívares, um de MDF ou papelão de 55.000 a 80.000 – o salário mínimo mensal é de 33.000 bolívares na Venezuela.
Trabalhadores carregam um caixão de MDF em Maracay, na Venezuela (Juan Barreto/AFP)
E imaginar que era este o modelo de regime político e econômico que Lula, Dilma e os “trogloditas” do lulopetismo defendiam (e sugeriam como “modelo de justiça e distribuição de renda”) para o nosso Brasil...
ResponderExcluirA Venezuela levou quinze anos (de governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro) da mais pura irracionalidade econômica, da demagogia, de estelionatos eleitorais, para chegar a este estágio lamentável...
Primeiro, Hugo Chaves & Cia promoveram as estatizações, na contramão dos países que deram certo, que incentivam a iniciativa privada... Depois a companhia estatal de petróleo (a Petrobras deles) foi roubada (até quebrar) para sustentar o regime chavista do socialismo bolivariano do século XXI. Em meio a isso, fizeram “quotas” para colocar nas universidades não quem era mais preparado, mas os “excluídos”. Também patrocinaram invasões dos sem-terra contra propriedades produtivas, anunciaram uma bolsa de ajuda às famílias carentes (que a inflação venezuelana, a maior do mundo, engoliu em curto prazo) e por aí vai...
Qualquer semelhança com o que fizeram os últimos governos brasileiros não é mera coincidência...
O povo da Venezuela assistiu passivamente a destruição do pais pelo arrogante e imbecil Hugo Chaves, o autorizou entregar o que restou a outro idiota de pior índole e caráter Maduro. Hoje padece de suas próprias decisões. Mas ainda existe uma abestada que aproveita as Olimpíadas para protestar contra Temer - Fora Temer.
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