Mais gostoso que as mangas roubadas era o prazer de roubá-las, de pular o muro, do perigo que se corria se flagrado fôssemos. As mangas cumpriam apenas um papel secundário ao serem chupadas. Sabíamos que, se descobertos, nossos pais tomariam conhecimento do ‘crime’ e as penalidades iam de estudar a tarde inteira a não poder jogar bola depois das quatro. Mas valia a pena correr o risco e enfrentar as ameaças. Era o prazer do perigo, da aventura. Hoje, não pulo muros nem chupo mangas. As pernas já não permitem o atrevimento frente a muros altos; O corre-corre da vida não me dá tempo de sentir o sabor da meninice, tão distante. Além do mais, não gosto das mangas amargas dos supermercados, sem qualquer gosto de saudade.
Por Xico Bizerra.
Prezados Xico Bizerra
ResponderExcluirA sua bela crônica, como todas as outras, remonta a historia dos velhos e bons tempos de menino. E, eu tomo a liberdade de lhe contar uma historia que aconteceu com o nosso saudoso e querido tio Zelo. As águas límpidas do Rio Granjeiro corriam enquanto Zelo e outros meninos amigos se banhavam e armavam arapucas.
Nas proximidades da Rua da Penha uma senhora tinha uma pequena venda e ficava virada num traque se fosse chamada pelo apelido de Macaúba.
Melito Sampaio, um dos colegas , mandou Zelo ir comprar um tostão de macaúba. Inocente Zelo foi ao balcão e perguntou: a senhora tem macaúba? A mulher respondeu aguarde um pouco. Então Zelo confirma que queria um tostão de macaúba. A mulher se abaixou e quando se levantou jogou a urina do pinico na titela de Zelo.
Ouvir esta historia do próprio e sempre que nos encontravamos eu perguntava: Tem macaúba e ele dava aquela gargalhada. Um bom domingo.
Abraços.
Muito bom, Morais. Você me fez recordar os tempos de menino, hoje tão distantes, assim como Tio Zelo, de quem gostava muito. Suas histórias engraçadas ainda hoje povoam minha mente deixando-me a saudade com o cheiro do que não volta mais. Obrigado, amigo. XICO BIZERRA
ResponderExcluirÓtimas lembranças. Ótimo texto do Xico, muito bem complementado pelo comentário de Morais. Lendo, lembrei das minhas peraltices da infância. Ótimas recordações.
ResponderExcluirAbraçoss
Xico, Morais, Flávio,
ResponderExcluirO gosto das mangas dessa belísssima história eu nunca provei, daí ser bantante difícil identificá-lo; porém, o das siriguelas do quintal do padre José Otávio de Andrade, em Várzea Alegre, com dona Chagas, sua fiel guardiã, esperando-nos sob a frondosa árvore, aí sim, eu lembro muito bem.
Em tempo: naquela época ainda não havia sido publicado o estatuto da criança e do adolescente...
Um abraço.
Xico, Flavin e Savio.
ResponderExcluirImaginem o risco que eu corria roubando os araçás de Ana Angelica de João do Sapo numa era antes Instituto da Criança e do Adolescente. Um abraço a todos.
fico a imaginar o gosto bom dessas seriguelas do sávio e dos araçás do morais. essas frutas tinham o mesmo gosto de minhas mangas, o mesmo sabor doce da aventura, mesmo quando as frutas amargavam nossas bocas mas, em compensação, adoçavam nossas almas. tempos bons de criança. Abraço a todos.
ResponderExcluirXICO BIZERRA
e eu já roubava goiba, siriguela, manga, e melancias na roça pense num ladrão rsrsr
ResponderExcluirNessa arte fui uma ladra de primeira....kkkkkkkkk Como era muito danada, era quem subia nas árvores prá roubar e embaixo ficavam as meninas de Cacaria "pastorando" .... kkkkkkkk Com certeza as frutas roubadas eram mais saborosas....kkkkkkkkkkk
ResponderExcluirÊita saudade!!!!
e eu que pensava ser o único 'ladrão' de frutas dos quintais alheios. tantos companheiros na arte de 'roubar' me aliviam a consciência e me deixam feliz. fico a desejar que meus netos (que ainda estão por vir) provem do gosto saboroso das frutas roubadas, em suas peraltices de criança.
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