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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 27 de outubro de 2020

043 - O Crato de Antigamente - Por Antônio Morais.

Apesar da diferença de idade existente entre nós, talvez a dele o dobro da minha. Eu e o Melito Sampaio eramos grandes amigos.

Todo dia eu ia no seu comercio cumprimentá-lo e ouvir suas lorotas. O homem era um gênio na arte de fazer rir. Havia um tamborete que ele dizia que era meu, e,  era verdade. Jamais cheguei  pra está  ocupado.

Um agricultor e criador de Crato, metido a  rico, que eu não revelo o nome nem sob tortura fez um cadastro no banco, já que pretendia contrair um empréstimo. 

Nas fontes de informações citou o Melito. Eu aproveitei aquela visita diária, e, quando o encontrei levando um lero com Chico Soares e Audizio Brizeno, esperei que os amigos se retirassem e fiz a consulta pessoal, diferentemente do pontual que o Banco fazia.

Perguntei : Melito fulano fez um cadastro e colocou você como informante, como é que você o avalia?  

Melito respondeu pousadamente, de forma quase teatral : Veja bem, nos tempos bons ele não paga a ninguém, agora nos tempos ruins eu não sei te informar, completou com uma gargalhada magistral.

Passado alguns dias o Melito voltou ao assunto : como foi, emprestou o dinheiro ao homem?  Não, ele não apareceu mais por lá.

Melito emendou : se ele me botou como informante, certamente ia querer me botar como avalista, e depois você sabe pra quem ia sobrar. 

Sabedoria antiga.

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