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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 4 de outubro de 2020

Os santos em nossos dias – por José Luís Lira (*)

 


São Francisco

      Em 3 de outubro, no longínquo ano de 1226, acontecia o trânsito da terra para o céu, a morte, de São Francisco de Assis, Giovanni di Pietro di Bernardone, simplesmente Francesco. Ele foi uma dessas figuras que se fazem únicas. De jovem rico e aventureiro como qualquer um outro, cavaleiro, Francisco abandona tudo e opta por uma pobreza completa, após ouvir o chamado do Senhor: “Francisco, reconstrói a minha Igreja”. E o santo mudou a Igreja. Seus irmãos ainda hoje são presença na Santa Madre Igreja Católica e os franciscanos são campeões em número de Santos. A ele, símbolo de perfeição, neste dia 4 é dia celebração, dia que, em tempos normais, estaríamos em Canindé, a mais franciscana das cidades do Brasil, ou no Santuário de São Francisco aqui em Sobral ou paróquias em toda a parte, mas, sem a preocupação que temos hoje. Mas, isso passará, e pedimos a São Francisco rogar a Deus pelo fim da pandemia.

    Carlo Acutis, que será beatificado no próximo dia 10

    E foi de Assis, de Francisco e Clara, que na data da celebração de Santa Teresinha, a flor mais bela do Carmelo, que veio a imagem bela da santidade em nossos dias. O corpo do jovem Carlo Acutis, italiano, falecido aos 15 anos, em 12 de outubro de 2006, jovem como tantos jovens de sua idade que presenciou as tecnologias, conhecia muito bem a Internet e gostava de desenvolver programas educativos em computadores, brincou, foi feliz e em suas próprias palavras, fez da Eucaristia sua autoestrada para o céu. Acometido de leucemia, ao ser internado em hospital, disse aos pais: “Ofereço os sofrimentos que deverei sofrer ao Senhor, pelo Papa e pela Igreja, para não ir ao Purgatório e ir direto ao céu”. E nos sofrimentos, procurava minimizar. “Há pessoas que sofrem muito mais do que eu", respondia às enfermeiras e recomendava: "não acorde a mãe que está cansada e se preocuparia mais”.


    Na doença, lembra o brasileiro Marcelo Câmara, Marcelinho, que viveu mais que Carlo, mas, que tinha valores e sofrimentos tão parecidos. O milagre aprovado para sua beatificação, ocorrido no Brasil, é o reconhecimento dos céus à sua santidade e o corpo preservado é testemunho belo. É a primeira vez na história da Igreja que vemos um santo vestido de calça jeans, tênis e moletom. O rosto sereno. Os cabelos. De certo usaram alguma técnica de preservação para a exposição, mas, está uma perfeição. Ele foi sepultado no Cemitério de Assis há 14 anos. Tecnicamente nada teria além de ossos, mas, ele foi preservado. Seu corpo está exposto no Santuário do Despojamento, em Assis, Itália, onde, próximo dia 10 acontecerá a cerimônia de beatificação, na Basílica superior de São Francisco. Grande emoção e alegria! Deus continua a abençoar-nos com pessoas santas!


     Nestes dias, celebramos Santa Teresinha, dia 1º, embora a santa-doutora que teceu um caminho da infância espiritual, em seu belo “História de uma Alma”, tenha falecido em 30 de setembro, celebração de São Jerônimo, santo e doutor da Igreja, tradutor da Bíblia. 29 de setembro, foi a festa dos Arcanjos, bem como ontem, 02, foi dia do Anjo da Guarda, nosso protetor. E você ainda lembra daquela oraçãozinha que nossas mães nos ensinaram na infância?. Vamos rezá-la: “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a Piedade Divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém.”  
Deo Gratias!

 (*) José Luís Lira é advogado e professor do curso de Direito da Universidade Vale do Acaraú–UVA, de Sobral (CE). Doutor em Direito e Mestre em Direito Constitucional pela Universidade Nacional de Lomas de Zamora (Argentina) e Pós-Doutor em Direito pela Universidade de Messina (Itália). É Jornalista profissional. Historiador e memorialista com mais de vinte livros publicados. Pertence a diversas entidades científicas e culturais brasileiras.

Um comentário:

  1. Preado Armando - Bom dia.

    O orgulho é o inimigo numero um da humanidade. Temos dois exemplos de comportamentos antagônicos. Francisco de Assis, que abdicou dos prazeres do mundo, trocando a fortuna pela pobreza e pela solidariedade, é bem o que se pode chamar de exemplo de humanidade. Suas palavras, cheias de puro amor, ecoam ainda hoje em todo mundo, quase novecentos anos depois de sua morte. A oração a ele atribuída é uma das belas paginas da literatura mundial. Ele se coloca dentro da dimensão de sua pequenez humana e recorre a Deus, pedindo que haja “amor onde houver ódio; que haja paz onde houver intriga: que haja luz onde houver trevas” e caminha por aí, pedindo o que for de melhor para seu próximo. Seu espírito de doação emociona quando ensina que “é dando que se recebe e que é morrendo que se nasce para a vida eterna”. Claro, Francisco de Assis é Francisco de Assis e nem todos poderiam ser iguais.


    Assim como houve Francisco de Assis, houve também apenas um Benito Mussolini, embora este ultimo tenha encontrado centenas de outros muito parecidos no comportamento. Contrastando com a humanidade franciscana, a Historia nos mostra, de corpo inteiro, o orgulho mussoliniano. Não vamos discutir aqui os benefícios que possa ter feito para sua gente. Mas se um governante é louco, pode levar seu povo à loucura. E isso aconteceu na Itália durante a segunda guerra mundial que acabou transformando a humanidade. O orgulho de Mussolini era tão grande que sua megalomania falou mais alto que os interesses italianos. Seu grande erro e desastre total para seu povo foi à submissão a outro louco chamado Adolfo Hitler, de cuja memória se envergonha a espécie humana. Mussolini mandou cunhar medalhas e imprimir folhetos com sua fotografia, no mesmo estilo de sempre, onde aparecia com ar de poderoso, sem conseguir, no entanto esconder sua empáfia, com as palavras que revelavam toda sua mania de grandeza.

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