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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 12 de outubro de 2020

O RIDÍCULO NÃO POUPA NEM O FUTEBOL - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 


Tudo, menos o ridículo. Até onde sei, essa frase é de Fernando Pessoa. Bom, serve como gancho para um assunto que é reforçado por posições ridículas, seja por parte de cartolas ou dos “entendidos”, que “fazem lama” no futebol brasileiro.

De quatro em quatro anos, as Copas do Mundo traziam as grandes novidades em termos táticos e físicos, e apontavam para as mudanças no futebol, a partir de suas realizações.

Como todo mundo é movido pela pressa (nem sempre produtiva), a vetusta Europa deu um salto ornamental e passou a transformar seus times em verdadeiras seleções.

Com isso, os avanços do jogo passaram a ser constantes e as inovações vieram em ritmo frenético, sem esperar pelo espaço de quatro anos.

O mais encantador veio com o Barcelona, de Guardiola, que dava recitais, com a posse de bola e a troca de passes, exigindo silêncio de quem assistia o espetáculo.

Tanto o tic-tac era uma coisa nova, como se modernizou o jogo de contra-ataque, que é diferente da retranca pura e simples.

Claro, que tudo isso exigiu trabalho, apuro, geometria, com suor e a soma do que já foi inventado, até hoje, em formas de jogar. 

Por conta disso, quem se ocupa com o futebol no Brasil passou a ser um “Jeca”, desprovido de qualquer condição de treinar um time.

Há algumas razões para isso, reconhecemos, mas espera, aí: a ideia de que um treinador vai promover uma revolução no futebol, por temporada, algo ridículo.

A última foi a invenção barata do “Ramonismo”, no Vasco da Gama, dirigido por Ramon Menezes, já dispensado.

O elenco do Gigante da Colina não ajuda treinador nenhum, a não ser que o preparador traga uma fórmula tirada da lâmpada de algum gênio.

Junta-se a isso a culpa da crônica esportiva, ao criar falsas expectativas, o desconhecimento dos cartolas e a praga da politicalha, que corrói os clubes 

Inadmissível a possibilidade de um profissional ser gênio o tempo todo, quando se sabe que os costumeiros  “entendidos”, dentro e fora do clube, não têm competência para fazer cobranças de modernidade e outras invenções.

Vai ver, no duro, querem é a vitória de qualquer jeito, para depois deitar falação artificializada.

Um técnico, pelo que se sabe, precisa de, pelo menos, dez anos de atividades no futebol. Imaginem que autoridade possui quem nunca chutou uma bola.

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