Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

OS DEUSES NÃO MORREM - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 

Pelé, o Deus de todos os estádios, não morreu.

Deve estar encantado por aí, executando as jogadas com as quais conquistou o reinado na arte de jogar futebol.

Para nossa glória, nasceu no Brasil, lugar "onde o sucesso é um insulto pessoal", segundo Tom Jobim.

Foi tramado, nove meses antes de nascer, por Seu Dondinho e Dona Celeste em Três Corações, Minas Gerais.

O casal, depois de usar a fórmula única de parir um rei, jogou-a fora.

Tostão, que atuou com o rei na melhor Seleção Brasileira de todos os tempos, declarou: "A perfeição não é humana. Pelé é uma exceção."

"Rei da cabeça aos pés" foi como se sentiu, ainda menino, na observação profética de Nelson Rodrigues.

Sim, porque a bola foi uma extensão biológica do corpo de Pelé.

Esse rei vai continuar jogando um futebol divino na lembrança dos seus súditos em todo Mundo.

Mesmo o futebol ocupando grande parte da minha vida, nunca ousei desenvolver uma teoria para explicar a genialidade do maior jogador de todos os tempos.

Isso, sempre julguei, "é tarefa reservada para os luminares do pensamento".

Mais apropriado, me parece, é ficar com a afirmação do

neurocientista Miguel Nicolelis: "Não me venham com Messi e Maradona. Como Pelé não houve, não há e jamais existirá."

Viva o rei!

Um comentário:

  1. Pelé como atleta foi completo, perfeito e indescritível. No final da década de 50 do século passado com 8 anos de idade comecei a torcer pelo Santos. Pelé formava com os demais jogadores uma verdadeira equipe. Não existia a mídia espalhafatosa de hoje. Só existia rádio. Na narração de Fiori Gigliote e nos comentários de Mauro Pinheiro podia-se avaliar o que a equipe e o Pelé faziam em campo. O reporter Roberto Silva fazia a cobertura do dia dia da equipe. Um dia, terminado o treino, 10 repórteres do exterior na Vila Belmiro esperando Pelé para entrevistá-lo e ele com uma rede na frente da baliza treinando faltas e diversas posições. Pelé era simples e humilde. Lamento que em vida a grande mídia sebosa e vendida tenha apresentado ao mundo uma pesquisa em que ele não era o primeiro.
    Parabéns Wilton Bezerra pela crônica de bela feitura.

    ResponderExcluir