A primeira romaria feita a Juazeiro do Norte – por Armando Lopes Rafael
Capela
de Nossa Senhora das Dores, da povoação de Joaseiro, onde, na primeira
sexta-feira de 1889, ocorreu o fenômeno do sangue na boca da Beata Maria
de Araújo
Em
6 de março de 1889, ocorreu – na capela de Nossa Senhora das Dores, na
então vila de Joaseiro, um fato inusitado. Uma hóstia consagrada, dada
em comunhão, pelo Pe. Cícero Romão Batista, a Maria de Araújo,
transformou-se em sangue na boca da Beata. A notícia, como não podia
deixar de ser, correu – como um rastilho de pólvora – pelo interior
nordestino. Quatro meses depois do acontecido – num domingo, 7 de
julho daquele ano – aconteceu a primeira romaria feita a Juazeiro do
Norte. Ela foi planejada e partiu da cidade de Crato. Milhares de fiéis
cratenses, sob a coordenação e liderança do Mons. Francisco Rodrigues
Monteiro, seguiram a pé de Crato até à “povoação do Joaseiro”.
Amália Xavier de Oliveira relata no seu livro “O Padre Cícero que eu conheci”: “Do
púlpito da Capela de Nossa Senhora das Dores de Juazeiro, pequena vila
pertencente ao município de Crato, (Mons. Monteiro) divulgou,
oficialmente, perante mais de 3 mil pessoas os fatos extraordinários que
se passavam ali, afirmando aos presentes, que o sangue verificado por
todos, naquelas toalhas por ele apresentadas, era o próprio sangue de
Jesus Cristo, arrancando dos presentes, copiosas lágrimas” E acrescentou: "Se um dia eu negar o que vi que me falte e a luz dos olhos”.
Anos depois, Mons. Monteiro, pressionado pelo Bispo do Ceará, Dom
Joaquim Vieira (que desde o início do fenômeno não acredita que fosse
“milagre”), voltou atrás naquelas suas palavras, proferidas na primeira
romaria feita A Juazeiro. Amália Xavier de Oliveira concluiu assim seu
depoimento, no livro acima citado: “Mas, sem a luz dos seus olhos (Mons. Monteiro tinha ficado cego devido à catarata), veio
ele muitas vezes a Juazeiro onde passava semanas e mais semanas,
hóspede do Pe. Cícero, em casa da sua irmã Angélica, sob os cuidados de
Giluca, uma Beata da família Pinheiro Monteiro que ali residia”.
Prezado Armando - Um trabalho de muita pesquisa e conhecimentos dignos de aplauso dos leitores.
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