Sorridente, ela se deixou fotografar recebendo e colocando o boné vermelho na cabeça. Nada mais natural, pois o evento ocorrido sábado, em Brasília, fora promovido pelo MST. E a debatedora sobre clima e meio ambiente sustentável era, como diria gostosamente a Ruth de Aquino, a morena Marina com sua própria vontade. Lá estava ela disposta a propagar entre os sem-terra o pensamento do filósofo francês Edgar Morin: "mudança, no começo, é apenas um desvio".
Aquela Marina Silva, da biografia divulgada na mídia quando foi eleita senadora pela primeira vez, certamente não é mais a mesma. Seu discurso avançou; ela demonstra continuar aprendendo, acumulando novos conhecimentos e experiências à sua história. Quem a conhece garante que conservou o caráter; inato. O jeitinho aparentemente manso e a maneira de se vestir? Fazem parte de sua personalidade. Nunca pareceu chegada a consumismos e modismos. A religiosidade? Questões de fé são questões de fé. Cada um na sua, desde que não queira se impor como dono da verdade ou discrimine agnósticos e ateus. Então, tá.
Se toda evolução é fruto do desvio bem-sucedido não dá para subestimar Marina. Ainda mais depois de ter estudado com Morin, respeitado como um dos maiores pensadores do mundo atual. Ele não separa o conhecimento em compartimentos. Ao contrário, chega a ser venerado por muitos como "pai da complexidade". Além de defender uma educação que ensine a ética da compreensão planetária.
É isso. De que adianta compreender a matemática ou uma determinada disciplina se a pessoa não se compreende como indivíduo, sociedade e espécie? Tampouco tem consciência da humanidade? Portanto, ao propor a sustentabilidade como um novo modelo de desenvolvimento para o século XXI, Marina não está brincando. Ela aprendeu a pensar com complexidade.
Daí seus questionamentos tipo "quem disse que o ministro de energia não pode cuidar do meio ambiente e vice-versa?". Mesmo desenvolvendo projetos específicos, esses projetos deveriam se integrar ao todo. Ou seja, ministros deveriam trabalhar juntos para encontrar soluções em vez de criar problemas, brigando entre si. Ministros de energia, meio ambiente, transporte, agricultura ou lá de que pastas forem deveriam saber lidar com situações complexas.
Na sua passagem pelo Brasil há pouco mais de um mês, Morin esteve em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Tocantins. Neste último estado visitou uma comunidade indígena xerente, onde foi recebido com manifestações culturais tradicionais. Marina estava junto com ele. O filósofo francês, judeu, 88 anos, encantou-se com a viagem por nosso país. E não escondeu seu entusiasmo por essa "civilização da mestiçagem brasileira".
Aliás, em seu livro "Os sete saberes necessários à educação do futuro" (Unesco/Cortez Editora) ele fala da unidade, da mestiçagem e da diversidade como uma forma de se ir contra a homogeneização e o fechamento. Enfatiza que na era planetária cada pessoa pode e deve cultivar a "poliidentidade". O que é isto? Simplesmente a integração de suas identidades familiar, regional, étnica, nacional, religiosa (ou filosófica), continental e terráquea. Porque, acredita Morin, só o mestiço (cultural ou racial) pode constituir uma identidade complexa plenamente humana.
A aluna Marina pode ter trocado o uso da palavra revolução pelo da palavra metamorfose. Por que não? Foi o professor quem primeiro optou pela palavra que significa uma transformação natural e radical; como, por exemplo, a de uma borboleta. Uma transformação sem violência e totalitarismo revolucionários de praxe.
A morena Marina, nascida no Acre, parece apostar no Brasil como iniciador deste novo processo: da sustentabilidade. Pelo menos, o país conseguiu se desviar dos padrões que eram adotados há 30 anos para o meio-ambiente. Um desvio que pode consolidar uma mudança embasada em pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologia e ética planetária.
Será que Marina está virando borboleta?
Ateneia Feijó.
Aquela Marina Silva, da biografia divulgada na mídia quando foi eleita senadora pela primeira vez, certamente não é mais a mesma. Seu discurso avançou; ela demonstra continuar aprendendo, acumulando novos conhecimentos e experiências à sua história. Quem a conhece garante que conservou o caráter; inato. O jeitinho aparentemente manso e a maneira de se vestir? Fazem parte de sua personalidade. Nunca pareceu chegada a consumismos e modismos. A religiosidade? Questões de fé são questões de fé. Cada um na sua, desde que não queira se impor como dono da verdade ou discrimine agnósticos e ateus. Então, tá.
Se toda evolução é fruto do desvio bem-sucedido não dá para subestimar Marina. Ainda mais depois de ter estudado com Morin, respeitado como um dos maiores pensadores do mundo atual. Ele não separa o conhecimento em compartimentos. Ao contrário, chega a ser venerado por muitos como "pai da complexidade". Além de defender uma educação que ensine a ética da compreensão planetária.
É isso. De que adianta compreender a matemática ou uma determinada disciplina se a pessoa não se compreende como indivíduo, sociedade e espécie? Tampouco tem consciência da humanidade? Portanto, ao propor a sustentabilidade como um novo modelo de desenvolvimento para o século XXI, Marina não está brincando. Ela aprendeu a pensar com complexidade.
Daí seus questionamentos tipo "quem disse que o ministro de energia não pode cuidar do meio ambiente e vice-versa?". Mesmo desenvolvendo projetos específicos, esses projetos deveriam se integrar ao todo. Ou seja, ministros deveriam trabalhar juntos para encontrar soluções em vez de criar problemas, brigando entre si. Ministros de energia, meio ambiente, transporte, agricultura ou lá de que pastas forem deveriam saber lidar com situações complexas.
Na sua passagem pelo Brasil há pouco mais de um mês, Morin esteve em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Tocantins. Neste último estado visitou uma comunidade indígena xerente, onde foi recebido com manifestações culturais tradicionais. Marina estava junto com ele. O filósofo francês, judeu, 88 anos, encantou-se com a viagem por nosso país. E não escondeu seu entusiasmo por essa "civilização da mestiçagem brasileira".
Aliás, em seu livro "Os sete saberes necessários à educação do futuro" (Unesco/Cortez Editora) ele fala da unidade, da mestiçagem e da diversidade como uma forma de se ir contra a homogeneização e o fechamento. Enfatiza que na era planetária cada pessoa pode e deve cultivar a "poliidentidade". O que é isto? Simplesmente a integração de suas identidades familiar, regional, étnica, nacional, religiosa (ou filosófica), continental e terráquea. Porque, acredita Morin, só o mestiço (cultural ou racial) pode constituir uma identidade complexa plenamente humana.
A aluna Marina pode ter trocado o uso da palavra revolução pelo da palavra metamorfose. Por que não? Foi o professor quem primeiro optou pela palavra que significa uma transformação natural e radical; como, por exemplo, a de uma borboleta. Uma transformação sem violência e totalitarismo revolucionários de praxe.
A morena Marina, nascida no Acre, parece apostar no Brasil como iniciador deste novo processo: da sustentabilidade. Pelo menos, o país conseguiu se desviar dos padrões que eram adotados há 30 anos para o meio-ambiente. Um desvio que pode consolidar uma mudança embasada em pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologia e ética planetária.
Será que Marina está virando borboleta?
Ateneia Feijó.
Na atividade politica a historia tem mostrado que ninguem é dono da verdade, ninguem manda na vontade alheia. O Lula sacrifica sua historia aliando-se ao que de pior existe na politica brasileira, na vã tentativa de bloqueiar outras alternativas. Eis que surge, para seu desespero, do seu proprio ninho uma candidata que pode atrapalhar a candidatura oficial. A Marina é simples, humilde e habil. Dilma é orgulhosa, arrogante , fala demais e por essa razão vem se tornando uma grande mentirosa.
ResponderExcluirQue belo texto esse da Atenéia. Lembro-me com muita saudade e emoção do nosso tempo qwuando estudávamos jornalismo na FNFi,da Universidade do Brasil, no Rio, conhecida, na época, como a nossa "Havard ".
ResponderExcluirQuanta gente boa : Odacy, Suely, Álvaro, Edilson, Edmilson, Telmo, e muitos outros. Uns se foram e outros continuam, teimosamente, por aqui.
Atenéia é uma dessas: bela, meiga, tenaz e imortal. Parabéns e muito obrigado por ter me permitido conviver com você.
Lincoln Brum