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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Quando a cera derretia - Por A. Morais

Temos falado muito do tema “Salva”. Seja do meio dia ou matinal elas marcaram para sempre a vida dos várzealegrenses, especialmente nos tempos em que a Festa de São Raimundo se resumia as celebrações religiosas e não havia essa badalação social de hoje. Quando menino, quando me entendi, dos 06 aos 14 anos, a nossa principal atração era a Banda de Musica, os dobrados e as ladainhas cantadas por Romana e Milita e tocadas por mestre Antonio, Prejo, Chagas, João Batista, e outros. Dois meses antes já se ouvia a duvida e preocupação: A banda vai ou não vai tocar as novenas. A igreja não tinha recursos, a renda da festa era pequena e o puder publico não contribuía fazendo a sua parte.
Hoje temos “Uma Secretaria de Cultura no Município” que mantém uma Escola de Musica com maestro contratado, instrumentos novos para atender aos jovens que desejam aprender a arte de tocar. O meu pai, José de Pedro André, disse, um dia, que as duas coisas mais bonitas do mundo eram: O baixio do Machado amarelo de arroz e uma banda de musica tocando um dobrado. A primeira independe dos humanos, mas a segunda, se vivo fosse, deveria está orgulhoso, pois a temos, bem diferente dos velhos tempos, quando as “salvas do meio dia” não tinham os agudos de hoje por conta dos remendos feitos com cera de arapuá nos buracos do metal, que com a temperatura do sol derretiam e, modificavam o tom da nota musical. Se voce duvida, na foto, temos dois herois dessa epoca: Seu Prejo e Luis de Ze Preto, é só consultar.
A. Morais

3 comentários:

  1. Eu tenho um video que não confio a ninguem. É a preciosidade mais valiosa que possuo: Trata-se das ladainhas, primeira e segunda da novena de São Raimundo, nos tempos de mestre Antonio. Uma reliquia, para um saudosista do meu tamanho.

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  2. Ei Morais, você falou que a cera derretia, mas esqueceu de outra coisa que prejudicava os músicos.
    A meninada da rua da igreja ficava
    chupando limão na frente dos músicos e com a água na boca eles não podiam tocar.
    Abraço. Mundim.

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  3. Mundim.

    A casa de Raimundo de Ze Joaquim ficava proximo a de madrinha Zefa no Sanharol. Os Ze Joaquim eram divertidos e madrinha Zefa muito religiosa não gostava das festas do tipo samba feitas por Raimundo. Um dia quando suspenderam os instrumentos, uma, rabeca, um cavaquinho e um zabumba e entraram para merendar Pão de arroz com café, Tio Luiz André vendo madrinha Zefa aperreada com aquela situação foi até os instrumentos e jogou uma caneca dagua de um lado e do outro do Zabumba. A zoada diminuiu.

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