No dia 21 de Setembro de 1983, Patativa remeteu uma poesia com o titulo de “Barriga Branca” para o medico e extraordinário poeta Dr. Mozart Cardoso de Alencar. Já li alguns livros do imortal Patativa e não me recordo de tê-la visto. Para tornar o seu acesso mais fácil, deixo esta que é uma obra prima:
De cabresto, cambão, canga e tamanca,
Aos caprichos da esposa escravizado,
Recebe o nome de Barriga Branca.
Nunca pode fazer o que ele quer,
O pobre diabo, o tal Barriga Branca.
Sempre cumprindo as ordens da mulher,
Ele é o dono da casa e ela, da tranca.
Ele escuta calado sempre mudo,
Sua esposa da lingua de tarisca,
Ela é quem manda e quem comanda tudo,
Ele só corta por onde ela risca.
Em qualquer festa do melhor brinquedo,
Se ela nota que o pobre está contente,
Logo lhe ordena com um gesto azedo:
Vamos voltar! Está doendo um dente.
Na sua ordem rigorosa e dura,
Ninguém pode tirar suas razões,
Dos amigos do esposo ela censura
E procura cortar as relações.
Tu és Barriga Branca um desgraçado,
Por onde passas todos te dão vaias,
Teu destino é viver subordinado
Sob o jugo humilhante de uma saia.
Tu és um carro que não sai da pista,
Rodas constante, velozmente e bom,
Tua esposa é o único motorista,
Pé no teu freio e mão no teu guidom.
È lamentável teu sofrer profundo,
Nunca serás autoridade franca,
Tens um inferno nesse nosso mundo:
È muito triste ser Barriga Branca.
Atravancado, cabresto, cambão, canga e tamanca, é ou não é Barriga Branca?
ResponderExcluirSó um gênio do porte do Patativa para definir com tais termos o pobre do Barriga Branca.
Zé Bolacha, injuriado, dizia:
ResponderExcluir-Eita que parece que hoje eu andei pisando em rasto d ecorno!
Aí a mulher dele respondia:
Mas também tu não para, fica só pra lá e prá cá!