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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 8 de outubro de 2011

A LIÇÃO DA ELEIÇÃO - Por Mundim do Vale.

Quando é tempo de eleição
Gente pobre tem valor,
Político dar atenção
A qualquer um eleitor.
A mulher do candidato
Dança com Chico Onorato
E a filha com Assis Mota.
Fazem samba na ribeira
Nos dias de sexta feira
E os pobres, nem paga cota.

No dia da votação
As cinco da madrugada
O matuto abre o portão
E corre para a calçada.
Depois acorda a mulher,
Dizendo que o chofer
Já apitou na ladeira.
A mulher acorda Antão,
Margarida, Damião,
Juvenal e Oliveira.

O chofer se aproxima
Desce o cabo eleitoral
Bota e meninada em cima
E na cabine o casal.
O chofer liga o motor,
Sai recolhendo eleitor
Em cada localidade.
E aquele povo enganado,
Naquele carro apertado
Vai tangido pra cidade.

Assim que chegam na praça
É grande a recepção,
Tem mocinha que abraça
E rapaz que aperta a mão.
É uns chamando compadre,
Outros chamando comadre
Com toda delicadeza.
Aparece um cidadão,
Leva tudo pra mansão
Com o almoço já na mesa.

Na mansão o candidato
É quem recebe o povão,
Vai logo servindo um prato
Com lingüiça e macarrão.
Os eleitores na mesa,
Esquecem que a gentileza
É somente aquele dia.
Vão pra seção doze e meia,
Votam com a barriga cheia
E a cabeça vazia.

Quando passa a eleição
Eles voltam na cidade,
Mas encontram na mansão
Só um vigia na grade.
Pedem pra falar com o dono,
Mas ficam no abandono
Sem ninguém lhes atender.
Foi aquela, uma lição,
Para na outra eleição
O eleitor aprender.

Mundim do Vale.

Dedicado a Antônio Morais e Luís Lisboa.

6 comentários:

  1. Caro Mundim.

    É deste jeito. Só que o povo continua o mesmo. Não aprende, não muda. Escolhe por emoção e nunca pela razão.

    Muito obrigado pela parte a mim dedicada.

    Abraços.

    Antonio Morais

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  2. Mundin,

    O povo, dessa maneira,
    Continua sem opção,
    Pois no jogo da política
    É ladrão versus ladrão.
    Na ideia, muito unidos,
    Com os dois lados protegidos
    Não haverá solução.

    Um abraço.

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  3. Este eleitor pacato
    vive da situação
    crer em qualquer candidato
    não importa se é ladrão
    se o seu candidato vence
    Deus escultou sua prece
    e continua sonhando
    diz que se o partido tá ganhando
    o seu voto ele não mexe.

    Mundim um abração.

    Luiz Lisboa

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  4. Ao nosso colaborador Mundin do Vale que muito encanta com seus versos e poesias, os mais sinceros elogios, pois se trata de um autor que descreve a realidade de fatos acontecidos no meio onde convivemos vivemos.

    É verdade e não discute
    Só se vê corrupção
    Discursos e mais discursos
    E nada de produção
    A roubalheira é infinita
    E nada de prisão.

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  5. Há quem um voto aqui compre
    E revenda ao outro lá;
    E diz que a lei não corrompe
    Pois esta ao seu lado está.
    Dinheiro é água de fonte
    Que todos podem esbanjar.
    Só promessas para o povo,
    Dizendo: votem de novo!
    Eu prometo outra ponte,
    Saúde, também escolas, e ônubus no circular.

    Não saiu tão bom como os outros mas...

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