Onde já se viu? Forró em plena Semana Santa. Parece até que o Luiz herdou só o lado do Amaro e, não é neto de madrinha Zefa do Sanharol.
Semana Santa no Sanharol era tempo de reza. Ai de quem tentasse mudar os costumes. Os Joaquim, moravam na Unha de Gato, no Garrote e no Sanharol. Eram uma gente ordeira, amiga e animada. Quando se falava em reizado, penitente, maneiro pau ou qualquer outra manifestação folclórica popular os Joaquim estavam á frente. Várzea-Alegre é uma eterna devedora de suas ações em beneficio da cultura popular.
Raimundo de José Joaquim morava no Sanharol, exatamente onde fica hoje a casa de Tonha, viúva de José de Pedro André. Numa Semana Santa reuniram-se os Joaquim na casa do Raimundo. O velho José era um exímio tocador de rabeca, Vitorino tocava bandolim e João marretava o zabumba como ninguém.
No inicio de uma Quinta-Feira maior começou o fuá. Madrinha Zefa se benzei, apanhou o terço a começou a rezar. Rezava um pai nosso e fazia um sermão: como pode uma coisa dessas, em plena semana santa esse povo ficar fazendo gandaia. Tio Luiz, vendo toda a aflição da mãe engenhou um plano de acabar com a festa ou pelo menos com parte da zoada. Se aproximou da casa, ficou observando o movimento e, quando fizeram um intervalo para merendar, café, chá de cidreira com pão de arroz com mudubim, tio Luiz deu uma baita mijada no Zabumba e saiu de fininho.
Quando a orquestra regressou a rabeca estava com as cordas quebradas, o bandolim encontraram no outro dia em cima da casa, e, o zabumba estava desafinado, fora do tom, todo mijado.
Dos filhos de Pedro André e Zefa, Luiz André era o mais serio, mais afeito a reza e preceitos religiosos. Era um grande aliado de sua mãe.
ResponderExcluirAntonio, meu Tio-Avô Zé Gibão, só temia a Deus: e dizia que Deus não castigava ninguem, por isso se podia comer carne no dia e na hora que ela aparecesse na cozinha; não tinha essa de Sexta feira Santa.E "Lelé" Nazaré, sua esposa chorava e vivia reclamando e dizendo: ó ome que não teme a Deus, e chorava, chorava... aí uma menininha que eu faça igual a Antonio Morais, não digo o nome nem por um decreto; chamou Lelé, e disse que tinha uma pessoa chamando ela, lá na porta da rua; enquanto isso, foi onde ela sabia está um monte de... pegou com umas folhas de bananeira e vupt, encheu a panelinha de figado de boi, cheirosinha, que tava uma beleza; quando Lelé viu a arrumação, chamou toda a vizinhança dizendo que o figado havia se transformado em... daquele dia em diante, o pobre do meu Tio, quase fica louco; ia pra olaria e quando começava a cavar, ficava sentindo o cheiro da... e passou a não mais comer carne não só nas sextas feiras, mais até a ir a missa com Lelé. Essa historia é verídica: só quarenta e tantos anos, depois foi confessada para poucos da família. Ate hoje, muita gente pensa que foi obra Divina.
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