José Martiniano de Alencar nasceu no sítio Lambedor, à época pertencente a
Crato, hoje município de Barbalha, em 16 de outubro de 1794. Faleceu no Rio de
Janeiro em 15 de março de 1860, vítima, provavelmente, de infecção Tifóide. Filho
de dona Bárbara de Alencar e pai do consagrado romancista José de Alencar, o
padre José Martiniano de Alencar - aos 22 anos e sete meses de idade - foi o
principal responsável pelo movimento que proclamou em Crato, em maio de 1817,
um governo revolucionário republicano.
O jornal "O Povo", de Fortaleza, edição de 29 de dezembro de 1994
("1994 é o ano do bicentenário do pai de Alencar", folha 3-B) publicou matéria sobre Alencar onde consta:
“Tão marcante quanto controvertida, a figura pública de José Martiniano de
Alencar deixa dúvidas para a posteridade. É acusado de ter sido covarde - teria
negado no seu julgamento a participação no movimento do Crato, imputando a seu
irão Tristão Gonçalves todo o erro. Já o seu sobrinho, o conselheiro Tristão
Araripe, em artigo publicado no "Diário de Pernambuco", afirma que
Alencar contestou a utilidade do movimento "ponderando os perigos de
desmembramento do Império e da aceitação do princípio democrático puro",
mas convencido pelo irmão tomou parte na revolução e jamais negou a autoria dos
próprios atos.
(Esclarecemos que a participação de José Martiniano de Alencar no movimento
revolucionário acima citado refere-se à “Confederação do Equador de 1824” e não
ao episódio da “Revolução Pernambucana de 1817”, que ele havia liderado em
Crato).
Continuamos a transcrição da matéria do jornal "O Povo":
Controvérsias à parte, José Martiniano de Alencar conseguiu de alguma forma
voltar às boas com o poder político da época já que em agosto de 1834 é nomeado
o sétimo presidente do Ceará e em 1841 assume a cadeira no Senado. Nessa época,
apresentou um projeto que foi motivo de grande polêmica. Queria dividir o Ceará
e criar uma nova província, o "Cariri Novo", mas segundo o
historiador José Aurélio Saraiva Câmara o verdadeiro objetivo era diminuir a
zona de ação de seus adversários e implantar um império próprio no sul da
província.
Nomeado novamente presidente do Ceará, esquece o projeto - não tinha interesse
de dividir a província e diminuir seu poder. O historiador Airton de Farias sintetizou
bem: "Se a insurreição de 1817 diminuiu o ímpeto de Alencar, o insucesso
de 1824 foi o ocaso do revolucionário.Ao contrário do irmão Tristão Gonçalves e de tantos outros companheiros, o
filho de Dona Bárbara trocaria o ideal de criar uma república liberal pela
sobrevivência física e política. Faltou-lhe a coragem de se manter fiel a
princípios e arcar com as consequências. Veio à tona definitivamente uma das
características de sua vida pública que se manifestaria outras vezes: o
oportunismo. Aceitou a cooptação da monarquia".
(Postado por Armando Lopes Rafael)
Prezado Armando Rafael - Se José Martiniano de Alencar tivesse a desventura de passar nas proximidades da Igreja da Sé e visse o que fizeram com a mãe dele ficaria indignado. Não sei de quem foi a ideia nem quem fez aquele boloto de barro ou de não sei o que. Uma indecência com a Dona Barbara.
ResponderExcluirSegundo me disse a sua conterrânea, Otonite Cortez (ex-reitora da URCA) a "brilhante ideia" partiu do Prefeito de Crato, RonaldoGomes de Matos--"O fenômeno" (ou o ex-fenômerno)... Só no Crato mesmo!
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