Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 20 de julho de 2023

TRADIÇÕES CULINÁRIAS DO NORDESTE - Antônio Gonçalo de Sousa.

Passamos por um período em que as tradições culinárias afloram em todo Brasil, especialmente no Nordeste. 

Estamos no fim dos Festejos Juninos, quando as receitas de comidas típicas e iguarias surgem, como que para  coroar os altares e palcos das danças e costumes dos povos da região.

Nessa época, os nossos "bairrismos" de sabores e receitas são aguçados por um sentimento de propriedade, onde a tendência é acharmos que as iguarias da nossa terra eram ou são mais apetitosas e genuínas que as demais.

Ficamos até enciumados, quando encontramos algo no mercado ameaçando superar nossos sabores antigos. Há uma tendência em acharmos que nem se aproximam das texturas, dos cheiros e paladares daqueles que nossas mães faziam.

Lembro que a linguiça, como quase tudo que minha mãe fazia, era boa, mas tinha um detalhe particular, que era a nossa participação no preparo da iguaria. Era ela que decidia toda receita, a escolha e quantidade dos ingredientes, as vasilhas para manuseio de cada componente e o modo de conservá-la.

Na prática, o tamanho dos gomos de carne e toucinho; a pimenta bem pilada; o alho socado, o volume de sal e alguns ingredientes, eram de responsabilidade do conjunto de irmãos, sempre dispostos a ajudar. 

Sentíamo-nos mais ou menos envolvidos e apegados ao trabalho de cada receita, à proporção que a iguaria nos apimentava o paladar e deixava-nos com "água na boca".

Tempo bom.

2 comentários:

  1. Prezado amigo Antonio Gonçalo de Sousa - Durante muitos anos eu fui freguês de uma senhora no mercado do Assaré. Ela fazia uma linguiça caseira especial, de sabor inigualável.
    Ela não vendia por quilo. Vendia por metro. O metro dela era medido do cotuvelo ao dedo mendinho. Não dava 40 centímetros. Mas, o produto era tão saudável e bom que mesmo sabendo que estava sendo tapeado e fui cliente por duas décadas.

    ResponderExcluir
  2. Em Várzea Alegre há umas boas linguiças. Mas, o interessante das que eram feitas artezanalmente é que, em vez de moídos, a carne e o toucinho eram picadas em pedacinhos pequenos. Isso dava sabor, crocância e acidez inigualáveis.

    ResponderExcluir