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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 7 de abril de 2012

JOÃO SEM BRAÇO - Por Dedé França.

JOÃO SEM BRAÇO.

Não me causa embaraço
Mas alguma coisa eu digo,
Eu conhecí João Sem Braço
Que se tornou meu amigo.
Mas dizem que esse sujeito
Não é um rapaz direito
E gosta de confusão.
Bebe, come, fuma e traga
Porém a conta não paga
E ainda quer ter razão.

Se aproveita do defeito
E por isto explora a gente,
Ele é assim, não tem jeito
E diz que é deficiente.
Deficiente ele é
Mas já perdeu toda a fé
Com a sua marmelada.
Sempre faz um roubo novo
Se aproveitando do povo
Que é sempre seu camarada.

Com o seu jeito elegante
com a força que é demais,
Já parece um elefante
Com a mão grande que traz.
Mas gosta de confusão
E sempre quer ter razão
Arranjando muita intriga.
Com ele não tem fracasso
Apesar de não ter braço
Nunca dispensa uma briga.

Raimundim pediu a João
Para cigarro comprar
Porém deu em confusão
Quando João veio entregar.
Eu nestas coisas não brinco
Mas ví Raimundim dar cinco
Não era muito, era pouco.
Mas o João quando voltou
A conta não comprovou
E não lhe deu nem o troco.

Por gosto ou por brincadeira
Joã Em Braço fez assim,
Ficou com uma carteira
E trouxe outra pra mim.
Pra Raimundim outra trouxe
E o dinheiro acabou-se
E Raimundim ficou louco.
Pois ficou com o prejuízo
Raimundim estava liso
E não ficou nem com o troco.

Fortaleza, 15-12-96
José Hélder França.

Um comentário:

  1. As historias de João sem Braço são todas engraçadas. Contadas por Helder França ficam melhor ainda.

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