JOÃO SEM BRAÇO.
Não me causa embaraço
Mas alguma coisa eu digo,
Eu conhecí João Sem Braço
Que se tornou meu amigo.
Mas dizem que esse sujeito
Não é um rapaz direito
E gosta de confusão.
Bebe, come, fuma e traga
Porém a conta não paga
E ainda quer ter razão.
Se aproveita do defeito
E por isto explora a gente,
Ele é assim, não tem jeito
E diz que é deficiente.
Deficiente ele é
Mas já perdeu toda a fé
Com a sua marmelada.
Sempre faz um roubo novo
Se aproveitando do povo
Que é sempre seu camarada.
Com o seu jeito elegante
com a força que é demais,
Já parece um elefante
Com a mão grande que traz.
Mas gosta de confusão
E sempre quer ter razão
Arranjando muita intriga.
Com ele não tem fracasso
Apesar de não ter braço
Nunca dispensa uma briga.
Raimundim pediu a João
Para cigarro comprar
Porém deu em confusão
Quando João veio entregar.
Eu nestas coisas não brinco
Mas ví Raimundim dar cinco
Não era muito, era pouco.
Mas o João quando voltou
A conta não comprovou
E não lhe deu nem o troco.
Por gosto ou por brincadeira
Joã Em Braço fez assim,
Ficou com uma carteira
E trouxe outra pra mim.
Pra Raimundim outra trouxe
E o dinheiro acabou-se
E Raimundim ficou louco.
Pois ficou com o prejuízo
Raimundim estava liso
E não ficou nem com o troco.
Fortaleza, 15-12-96
José Hélder França.
As historias de João sem Braço são todas engraçadas. Contadas por Helder França ficam melhor ainda.
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