Estão os Gonçalo Araripe a solicitar que eu escreva um texto sobre Antônio de Gonçalo Araripe do Sitio Sanharol na Várzea-Alegre. Em toda minha infância, dos cinco aos quinze anos vi seu Antônio diariamente sentado ao lado do meu pai no velho banco de Pau D'arco herdado por meu pai do seu besavô José Raimundo do Sanharol.
Ali se ouvia historias de um homem honrado, trabalhador e honesto.
Se eu fosse escrever as historias de seu Antônio eu tomaria metade do livro, mas não posso me abster de contar essa preciosidade que serve de padrão para o legado de grande exemplos deixado por Antônio de Gonçalo para os seus descendentes.
Quando eu comprei a fazenda Cacimbinha, uma área de terra de 3 mil tarefas o meu pai residiu por alguns anos por lá. Certa feita ele foi a cidade e de volta pegou carona com um proprietário de uma camionete C-10 e na estrada o meu pai revelou que era de Várzea-Alegre.
O dono do carro passou a descrever sobre seu Antônio de Gonçalo. Disse ; O homem mais honrado que conheci em minha vida foi Antônio de Gonçalo. Ele se arranchava na minha casa quando fazia suas viagens ao Campos Sales. Um dia ele levava um burro muito bonito e eu me interessei em comprar. Ele me disse : amigo esse burro é bonito assim, mas não serve para você, tem diversos defeitos. Aguarde que na minha primeira viagem eu trago um outro que vai lhe atender nos seus serviços. Da próxima viagem ele trouxe um animal tão bom que eu nunca vendi. Morreu na roça.
Meu pai informou que da casa dele em Várzea-Alegre para a de seu Antônio de Gonçalo não dava cem braças a distancia.
Diante disse o dono do carro foi deixar o meu pai em casa, 12 km além da estrada e não cobrou nada pela passagem.
Nesses baixios Antonio de Gonçalo plantava arroz. No dia da colheita reuniam-se os das Panelas e da Unha de Gato e colhiam cacho por cacho e faziam uma verdadeira festa com as tradições e costumes do tempo.
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