Quanto mais leio sobre crianças mais me convenço de sua Inocência. Certa feita, viajando para Fortaleza quando cheguei no cajueiral entre Quixadá e o Triangulo parei o carro no acostamento, desci observei o transito e me aproximei de uma barraca.
Num jirau ofereciam-se a venda castanhas torradas, cajus, atas, abóboras e mel de abelha. Interessei-me pelo mel. O vendedor, um menino de oito anos de idade, bastante desligado, calçado numa sandália Dupé, calção com uma enorme cupira, camisa do Flamengo, um boné com uma foto da Dilma Roussef e um dedo de grude no pescoço.
Bom dia amigo! Bom dia, respondeu-me olhando para outro lado:
Esse mel é puro?
É.
Você garante?
Sim. Sempre no monossílabo.
Quanto custa um litro?
Não sei.
E como é que você vende uma mercadoria e não sabe o preço?
Porque quem sabe é mãe..
E cadê tua mãe?
Tá em casa, fazendo mel.
Mel puro, feito na hora.
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