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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 3 de maio de 2017

Há no país 221 mil sub-Dirceus, presos provisórios esquecidos em calabouços - Por Josias de Souza.


Sergio Moro costuma dizer que as críticas às prisões preventivas da Lava Jato revelam a existência no Brasil de uma “sociedade de castas”, marcada pela ausência de “igualdade republicana”. Ao colocar José Dirceu em Liberdade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal potencializou a avaliação do juiz da Lava Jato. 

Destrancou-se a cela sob o argumento de a prisão de Dirceu representa um constrangimento ilegal. Alegou-se que, embora condenado um par de vezes por Moro, as sentenças contra o marquês do PT ainda não foram confirmadas por um tribunal de segunda instância. 

Por esses critérios, o Judiciário precisa libertar outros 221 mil brasileiros. São sub-Dirceus, presos provisórios que, segundo o Conselho Nacional de Justiça, mofam na cadeia à espera de julgamento.

Apenas dois detalhes diferenciam Dirceu dos sub-Dirceus. O ex-chefe da Casa Civil de Lula já coleciona duas sentenças. Juntas, somam 32 anos e um mês de prisão. Dispõe da melhor defesa que o prestígio e o dinheiro podem bancar. 

Os outros 221 mil presos provisórios ainda não passaram pelo crivo de nenhum juiz —nem de primeira nem de segunda instância. Permanecem atrás das grades sem sentença porque são pobres e não dispõem de advogados competentes para lembrar ao Judiciário que seus processos mofam nos escaninhos. 

Em janeiro, a ministra Cármen Lúcia, presidente da Suprema Corte, defendeu um “choque de jurisdição” para interromper o constrangimento ilegal a que estão sendo submetidos os presos da casta esquecida.

2 comentários:

  1. A ministra Carmen Lucia fala muito pouco e faz muito menos. Uma decepção, com ela na presidência o STF está sendo enterrado e ela é a coveira.

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  2. Como diria o Chefe da Quadrilha: Nunca antes na história deste País tantos brasileiros foram tapeados por tão poucos ministros do STF.

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