Tomou a frente do caso
Dizendo: Eu compro essa briga
Esse filho de Caim
Não vai mais fazer intriga
Eu sou o que o cão quiser
Sou mulher sendo mulher
Sou cão com dor de barriga
Ela puxou o cordão
E foi para o gabinete
Atrás dela tinha um preto
Segurando um cacete
E João Grilo lá na praça
Morrendo de achar graça
Sentado num tamborete
Lúcifer eu tou aqui
Pra reclamar meu direito
Aquele tal de João Grilo
Tá faltando com o respeito
taca o dedo atrás da gente
E se a mulher toma a frente
Ele abufela no peito
Não tem cão que aguente
Essa cria rejeitada
Tem setor que não produz
Protegendo a retaguarda
Se a gente tá distraída
De costas para a saída
Ele taca uma dedada
O infeliz cutucou
A nega lá do boteco
No setor de tentação
Botou o maior boneco
É como diz cão Silvino
O diabo desse menino
É doido por um caneco
Pois mande chamar a praga
Que eu vou fazer ciência
Por tudo o que ele fez
Já perdi a paciência
Cão aqui tem com fartura
Não quero essa criatura
Me fazendo concorrencia
O Portador chegou lá
Disse: Vá falar com o cão
João Grilo foi devagar
Pela sombra do oitão
Quando chegou na entrada
Deu uma boa risada
Dizendo: diga patrão!
O cão disse; Eu tou lembrado
Você é um marginal
Há um certo tempo atrás
Foi você que me fez mal
Eu me virei num jumento
E você! Mau elemento
Fez o maior carnaval.
Eu vou lhe mandar daqui
Pra onde você saiu
Aqui não lhe cabe mais
Porque você me traiu
Leve daqui um foguinho
Vá fazer seu inferninho
Na puta que pariu.
Fim
Parabens Mundim do Vale.
ResponderExcluirSua contribuição com a Cultura de Cordel é valiosa e reconhecida.