A mídia divulgou, à exaustão, durante as recentes comemorações alusivas aos 300 anos do achado da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que foram doados à imagem da Santíssima Virgem, pela Princesa Isabel, tanto a coroa de ouro, como o primeiro manto de veludo cor de anil, este ricamente adornado, bordado em ouro, incrustado com pedrarias, usado na milagrosa escultura de terracota.
Com efeito, em 1884, arcando com todas as despesas do material e da confecção, ambos os ornamentos – símbolos da realeza – representavam uma forma de agradecimento por uma graça alcançada pela a Princesa Isabel, através de Nossa Senhora Aparecida.
Ressalte-se que a coroa, com 14 centímetros de altura por 11 de largura, foi confeccionada por um famoso ourives do Rio de Janeiro, a pedido da Princesa Isabel. Impressiona a beleza dessa coroa! Com 300 gramas de ouro 24 quilates, ela é cravejada com 40 diamantes. A sagrada imagem de Nossa Senhora Aparecida foi coroada com essa valiosíssima joia numa cerimônia pública celebrada em 08 de setembro de 1904, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil.
Uma curiosidade pertinente: qual a graça alcançada pela Princesa Isabel, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida? A Princesa não conseguia engravidar, ou seja, não conseguia dar ao Trono Brasileiro um sucessor. Depois de dez anos do seu casamento com o Conde d’Eu, o casal ainda não tivera filhos. Isabel Cristina de Orleans e Bragança era a sucessora imediata do pai, o Imperador Dom Pedro II. Ela teria sido a nossa primeira imperatriz, não fora o inopinado golpe militar, que extinguiu a monarquia e implantou a forma de governo republicana no Brasil, em 15 de novembro de 1889.
Num site da Internet, “História da Princesa Isabel”, podemos ler o texto transcrito abaixo com rápidas abreviações, para melhor compreensão do leitor:
“A Princesa Isabel era devota fervorosa de Nossa Senhora Aparecida e tinha o sonho de ser mãe de um menino que herdasse o Trono Brasileiro. Nas tentativas de ser mãe a qualquer custo, a Princesa Isabel sofreu vários abortos e a primeira gravidez que conseguiu levar a cabo até os nove meses foi frustrante, porque resultou no nascimento de uma menina morta, após um parto difícil e muito doloroso que durou 50 horas. Quatro obstetras não conseguiram extrair o feto e foi necessária uma craniectomia, um procedimento rotineiro na época, que consistia na perfuração da cabeça da criança com o objetivo de reduzir o volume cerebral para a passagem do bebê.
“Como podemos imaginar esse foi um momento muito triste na vida da Família Imperial Brasileira. Mas, muito persistente, a devota de Nossa Senhora Aparecida pedia com muita fé o favor de a Santa lhe conceder um filho. Por isso, durante os meses de maio, consagrado à Virgem Maria, a Princesa dedicava, todos os dias do mês, limpando e adornando – com flores frescas – o altar de Nossa Senhora, existente na Igreja de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis (RJ). Um ano após perder a filha, a princesa deu à luz ao herdeiro do trono. No dia 15 de outubro de 1875, após 13 horas de trabalho de parto, nasceu Dom Pedro de Alcântara, que veio ao mundo asfixiado em consequência do fórcipe e sofreu lesões no braço esquerdo, que ficou paralisado, deixando sequelas ao príncipe durante toda a vida.
Casa da Princesa Isabel em Petrópolis. Fica bem próximo à Catedral de São Pedro de Alcântara, este Padroeiro Principal do Brasil e da cidade de Petrópolis.
“Foi com muita fé que a princesa Isabel conseguiu realizar o sonho de ter um filho, após 11 anos de casada. Nos anos seguintes, o casal Princesa Isabel– Dom Luiz Felipe de Orleans– o Conde D’Eu ganhou mais dois herdeiros: Dom Luiz e Dom Antônio.
“Por duas vezes, durante o reinado de Dom Pedro II, a Princesa se fez romeira de Nossa Senhora Aparecida, dirigindo-se até a capela existente no distante município de Guaratinguetá, para oferecer régios presentes à miraculosa imagem. Em dezembro de 1868, a Princesa presenteou à Mãe Aparecida com um rico manto de veludo, bordado com fios de ouro, contendo belo desenho representando as províncias do Império do Brasil. Em 6 de novembro de 1884, a Princesa voltou à igreja, acompanhada do marido e dos três filhos, onde era venerada a santinha morena, e doou a coroa de ouro, cravejada de brilhantes – acima mencionada – a qual continua sendo usada até os nossos dias”.
O exemplo deixado por esses dois membros da Família Imperial Brasileira certamente influenciaram a muitos brasileiros – de todas as classes sociais – a ter uma fé mais forte em Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Fé e confiança que fizeram parte da vida da Igreja Católica em todos os tempos. E que iluminam ainda hoje, a nossa caminhada, principalmente nestes dias difíceis do século XXI.
Por meio de vários gestos e ações, membros da Família Imperial Brasileira contribuíram para a propagação da devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, neste país continental. O ramo brasileiro da dinastia dos Bragança era considerado, a seu tempo, o mais católico, entre as diversas famílias reais existentes no mundo, reinantes no século XIX.
ResponderExcluirAliás, mesmo antes de o Brasil conseguir a sua independência de Portugal, alguns membros da família Bragança já eram afeiçoados a Nossa Senhora Aparecida. Dois deles se destacaram, de maneira especial, na propagação dessa devoção. Legaram para os registros históricos testemunhos da fé e confiança que depositavam na Mãe Aparecida. Foram eles: Dom Pedro I e a Princesa Isabel.
Os monarcas preparam os seus sucessores com base nos princípios éticos, morais, bons costumes e doutrinados na cristandade. Não há como errar.
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