Turismo ecológico: nova atração do Cariri
Inicialmente o turismo no Cariri restringia-se às romarias feitas ao
Padre Cícero Romão Batista. A pequena vila que o Padre Cícero encontrou
ao lá fixar residência, a partir de 11 de abril de 1872, depois do
episódio que passou à histórica como o “Milagre da Hóstia”
cresceu tanto, que hoje é a maior cidade do interior cearense, possuindo
cerca de 270 mil habitantes. Depois, foram as descobertas das riquezas
paleontológicas que criaram novo fluxo turístico ao Cariri. Hoje,
graças as belas paisagens da Mata Atlântica, existentes na Chapada do
Araripe, surge o turismo ecológico atraindo visitantes de todo o Nordeste.
Esse novo viés turístico, vem sendo explorado através de trilhas (percorridas a bicicleta ou a pé), como também por outras atrações como rapel e balonismo. É cada vez maior o número de pessoas que procuram a Floresta Nacional do Araripe–Flona, para caminhadas, pedaladas ou pratica de esportes. Grupos de Educação Ambiental vêm sendo criados e o filão é responsável pela ocupação dos dois hotéis que foram construídos no supedâneo da Chapada do Araripe: o Encosta Hotel da Serra e o Pasárgada Hotel.
Patrimônio histórico-religioso do Cariri: a Capela do Santíssimo Sacramento da Catedral de Crato
Construída em 2011, pelo então Cura da Sé de Crato, e hoje Bispo de
Tianguá, Dom Francisco Edimilson Neves Ferreira, o projeto desta capela é
do arquiteto Waldemar Arraes Farias Filho. Ele a projetou para ser um
ambiente simples, mas imponente. Ao fundo daquele espaço, fica um
retábulo de madeira em estilo colonial rústico. Lá, está colocado um
grande sacrário de metal branco, com desenhos dourados em alto relevo,
do século passado. O sacrário está ladeado por dois Querubins,
esculpidos em de resina, no estilo sulpiciano, obra do artesanato de São
João del Rey, Minas Gerais. A lâmpada do Santíssimo Sacramento, em
estilo gótico, foi também restaurada, pois já servira à antiga capela do
Sagrado Coração de Jesus da mesma catedral.
Na parede direita da capela foram colocadas duas pinturas em madeira
com motivos litúrgicos. Ali também foram colocados dois artísticos e
belos vitrais. Um deles, com o desenho da Mãe do Belo Amor, homenageando
a primeira imagem mariana venerada na conurbação Crajubar. A imagem
original, que inspirou a do vitral – segundo piedosa tradição – foi
trazida para a Missão Miranda, por volta de 1740, pelo fundador de
Crato, Frei Carlos Maria de Ferrara. Diga-se, de passagem, que a pequena
imagem da Mãe do Belo Amor ainda existe, em excelente estado de
conservação, guardada na Casa Paroquial. O segundo vitral da Capela do
Santíssimo reproduz São Fidelis de Sigmaringa, oficializado por Dom
Fernando Panico como “Co-padroeiro” de Crato.
Centenário do Prof. José do Vale Arraes Feitosa
Neste sábado, 13 de abril, a comunidade cratense festejará o centenário
de nascimento do Prof. José do Vale Arraes Feitosa, pessoa que muito
contribuiu para o setor educacional caririense, entre as décadas 40 a 70
do século passado. Este evento está sendo promovido pela Família
Feitosa, Instituto Cultural do Cariri, IFCE–Campus Crato, Associação do
Ex-alunos do Seminário São José–ADSUM e Escola Prof. José do Vale Arraes
Feitosa.
Confira a programação completa
Sábado, 13 de abril de 2019
– A partir de 8h: IFCE campus Crato
Reinauguração da Trilha Ecológica José do Vale Arraes Feitosa e Reinauguração da biblioteca José do Vale Arraes Feitosa
Local: CE 292, km 15, logo após o bairro Gisélia Pinheiro (mais conhecido como “Batateira”)
– 11h: Celebração de Santa Missa, presidida por Dom Gilberto Pastana.
Local: Capela São José (Seminário Diocesano São José, em Crato)
– 15h;
Homenagem dos alunos e professores da Escola Professor José do Vale
Arraes Feitosa (localizada no Bairro Nossa Senhora de Fátima, antigo
Barro Branco, Zona leste de Crato)
– 19h30: Sessão Solene do Instituto Cultural do Cariri. Exibição do audiovisual produzido pelos filhos de José do Vale A. Feitosa.
Lançamento da edição especial da Revista Itaytera 2019.
Local: Salão de Atos da Universidade Regional do Cariri
Temporada das chuvas no Cariri em 2019
O estrago deixado pelas chuvas em duas fortes chuvas que caíram na cidade de Crato
Em setembro de 2018, o Centro de Previsão Climática do NOAA
(Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), dos Estados Unidos,
anunciou que o Ceará em particular – e a Região Nordeste, de um modo
geral – poderiam ter chuvas abaixo da média histórica em 2019. Isso
porque, segundo aquele instituto, a possibilidade da ocorrência do
fenômeno climático El Niño (no fim de 2018 e início de 2019) chegaria a
70%, de probabilidade. Errou feio a previsão. Neste ano tivemos uma das
maiores temporadas de chuvas no Cariri, nas últimas décadas.
Em 2019, na cidade de Crato, os pluviômetros do bairro Lameiro (situado próximo ao supedâneo da Chapada do Araripe) registraram os seguintes números no tocante às chuvas caídas: em janeiro, 192,.8mm; em fevereiro, 219,2mm; em março, 391,8mm, e em abril (até a manhã do dia 10) já tinha chovido 338,2mm. Choveu, portanto, 1.142mm em Crato, até o presente.
As chuvas no Cariri de outrora
A exemplo de todo o semiárido do Nordeste brasileiro, também na Região
do Cariri cearense a regularidade da chuva é o principal fator que afeta
a vida de sua população. No entanto, o Vale do Cariri sempre possuiu
uma precipitação de águas pluviais maior do que a registrada nos sertões
nordestinos.
Tendo em seu território parte considerável da Chapada do Araripe, o município de Crato (excetuando os anos de seca generalizada) sempre teve uma das melhores distribuições de chuvas do Sul do Ceará, com uma média anual de 1.142 mm.
Irineu Pinheiro, no seu clássico livro “O Cariri”, editado em 1950, escreveu que: “É o Cariri uma estreita faixa de terreno sertanejo com fontes que nunca secam. Para a vida humana, o Cariri é um presente da Chapada do Araripe”. Infelizmente, o desmatamento na Chapada do Araripe e sítios próximos a ela, a destruição da mata ciliar dos rios e riachos, resultou na diminuição das chuvas no Cariri. A maioria das fontes perenes secou. O crescimento vertiginoso da população na conurbação Crajubar (Crato-Juazeiro-Barbalha) também contribuiu para que hoje a água esteja rareando. A bem dizer, o Cariri não é mais aquele oásis de que falavam nossos pais e avós.
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