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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 12 de abril de 2019

OBSESSÃO - Por Wilton Bezerra, Comentarista esportivo do SVM



Persigo, obsessivamente as comparações da vida com o futebol, por entender que a nossa maior paixão metaforiza a existência.

Penso, logo volto ao assunto.
No futebol, como na vida, nos deparamos com coisas boas e ruins, feias e bonitas, dramáticas e cômicas.
E vejam só, nesse país de dimensões continentais, o ludopédio é também uma fábrica de desigualdades.
No Nordeste, por exemplo, cabe aos nossos times matar um leão por dia.
Só que, nessa tarefa, é preciso acrescentar uma dificuldade a mais: tem que enfrentar a fera dentro da jaula; cara a cara, olhos nos olhos, para aumentar a carga dramática.
E já sabem, né? O torcedor não enxerga os abismos geográficos, ignora essa história de desigualdades econômicas e só deseja ser feliz.
Estamos falando de um presente que já desembarcou na decisão do estadual, Copa do Brasil, Copa do Nordeste e, tchan, tchan, tchan: Campeonato Brasileiro, em todas as suas séries.
Afinal, o presente é o futuro antecipado e, mesmo assim, se torna difícil cravar o que este futuro reserva aos nossos clubes.
De qualquer forma, é fácil antecipar os discursos tipo: “Não podemos nos apequenar”, “É preciso ser ousado e jogar com inteligência”, “Não é possível perdermos para nós mesmos”, “Se defender em demasia é fugir das responsabilidades”, “Não tem bicho papão”, “Tá tudo nivelado”, “Tem que fazer o dever de casa”, “Empatar fora é vitória”.
E esse comentarista certamente trará a sua contribuição com a frase lapidar: “No futebol, quem se protege demais, é prisioneiro de si próprio”.

Um comentário:

  1. A pior derrota é quando se perde para si mesmo. E, o Brasil está se enganando há muito tempo. Só ver que perdeu quando o jogo termina. Até 45 minutos do segundo tempo Galvão Buano ver um jogo e narra outro.

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