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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 5 de setembro de 2021

OS TREINADORES E OS COMENTARISTAS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

O Flamengo de Renato Gaúcho não é bem um time que jogue com as suas linhas muito altas, de rigorosa marcação sob pressão no campo adversário. Também, não é reativo como dizem, pomposamente, os analistas.

No entanto, é um time de futebol vistoso, joga com prazer e tem vencido por placares folgados, o que não acontecia sob o comando de Rogério Ceni.

E sabem o que os analistas falam sobre o seu treinador?

Que Renato Gaúcho, com o seu estilo pouco professoral junto aos jogadores, não oferece quase nada em termos de conceitos, estratégias e padrões, além das goleadas.

Ué, e se o sucesso do método Renato pelos clubes que ele dirigiu for aquele de acordo com o seu jeito largadão, permitindo que os jogadores abram asas à imaginação coletiva e individual?

Penso que a falta de generosidade com o treinador do Flamengo deriva de um problema de compreensão dos analistas, pelo fato de Renato não usar em suas declarações de termos empolados, ditos modernizantes, como “skalke”, “sprints”, “sinopses dos últimos trinta metros”, “extremos desequilibrantes” e outras tolices.

O importante para o brasileiro parece ser, mesmo, a pose e o palavreado.

Há excesso de explicação e escassez de compreensão.

Vai ver não encontraram razões para colocar defeitos no trabalho do treinador Vojvoda, do Fortaleza, pelo simples fato de não entenderem bem o que ele diz.

Não se animarão certamente em compreender que o estilo manso do argentino é capaz de extrair do jogador muito mais do que baboseiras aportuguesadas e outras “pérolas”.

Um comentário:

  1. Hoje em dia o negócio está bem diferente. Eu sou do tempo que Fiori Gigliot narrava e Mauro Pinheiro comentava, Waldir Amaral narrava e Rui Porto comentava, Foguinho narrava e Wilton Bezerra comentava. Cada um no seu galho. Hoje o Galvão Bueno narra, comenta e faz um diagnóstico final. O pior ele narra um jogo e comenta outro. A TV mostra um jogo, ele narra outro e comenta um terceiro. Quando o Brasil perdia por 7 X 0 para a Alemanha o Galvão queria dá um jeito de virar o jogo. Isso já aos 40 minutos do segundo tempo.

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