Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 8 de março de 2012

Andrezadas VIII- Por Blog do Sanharol

Dedicado ao casal Joaquim e Marilac.

Nada no mundo devia ser melhor para João de André do que  retornar do Atoleira e demorar um pouco na casa do sobrinho José André do Sanharol. Tirar um deforete, fazer um descanso.

Parece que estou vendo aquele homenzarrão, roupa tipica de sertanejo, brim, mescla Santa Isabel ou caque, conjunto calça e camisa do mesmo tecido, chapéu de couro grande na cabeça, alpargatas de  currulepe, um bastão na mão e dez nomes feio na ponta da língua. 

Chegava no Sanharol, parava para descansar um pouco da fadiga da viagem e ficava com um farnizinho até ser provocado pelo sobrinho e desembainhar um rozario de palavrões.

José André  fazia um arrodeio danado até chegar no ponto desejado de enfezar o tio.
João está tudo bem no Atoleiro? Tá.
Você quer um docinho de leite? Não.
Respostas monossilábicas.

Tonha trás um cafezinho para João. Desta feita, mamãe trouxe o café  que foi aceito. Quando João começou a degustar o café, José André perguntou: Ei João, será que esse café vai te fazer mal? 
Por que havia de fazer? Respondeu solicito.
É que você pode ter chupado uma manga no Atoleiro! 
João apertou o chapéu de couro na cabeça e respondeu: Vai, vai fazer mal, muito mal "fio de uma egua", eu só num  digo uns desaforos porque respeito muito Zefa "seu corno veio fela da puta". 
Imagine se não respeitasse.

5 comentários:

  1. É isto aí. Dessa "andrezada" ficaram os exemplos de amizade, consideração e estima. Alem das boas estorias para contarmos, lembrarmos e rir.
    Saudades.

    ResponderExcluir
  2. Interessante, o Atoleiro era a localidade onde se tinha a maior produção de manga e o povo da localidade não gostava que valasse em manga. Existia um cidadão que morava na Betânia, pai de muitos filhos, verdadeiros cidadãos do bem, o povo apelidava de manga murcha. No momento não me vem na memória se seria a mesma pessoa.

    ResponderExcluir
  3. João Bitu.... esse senhor do "causo" contado,é o mesmo Sr. a quem vc se refere.. João André, primo, do Do Antonio Morais, Pai do Lourival.., meu sogro, é o mesmo João Manga Murcha, p mim considerado um patrimônio histórico,de Várzea Alegre, tal qual o seu Lunga no crato rsrsr
    E isso aí, A. Morais amei a Andreazzada.. completo com a Mangada p rimar rsrsrsrsrsr.. Realmente tem mtas passagens do João Manga Murcha, q vale relembrar..além dessa com oseu querido pai, tem umas, com o Juíz da cidade, na época, com Luis Gonzaga e tantas outros. O palavrão já estava na ponta da língua, sempre.

    ResponderExcluir
  4. Prezado João Bitu.

    Os André tem origem no Atoleiro. André Alves Bezerra, o meu besavô paterno e materno, porque era avô do meu pai e de minha mãe, era do Atoleiro. Quanto ao apelido Manga Murcha tem uma razão, mas vou deixar que o Lourival conte.

    Fatima e Lourival.

    Tem mais, aguardem. Enquanto Lourival não se zangar vou contando.

    ResponderExcluir
  5. Vai se zangar nada, A. Morais.. damos é boas risadas de tudo... Explica p João Bitu a história da manga murcha, não era o povo do atoleiro q não gostava, era unicamente João André..por conta de uma pegadinha q fizeram com ele kkkkkkkk

    ResponderExcluir