Que isso não faz sentido
Que meu juízo era pouco
E agora está perdido
Mas comigo até parece
Que quase tudo acontece
Ao contrario, ou invertido.
De uns dias para cá
O que me deu foi vontade
De, em algum feriado,
Ir ver a minha cidade
Do jeito que estou agora
Ando por lá, venho embora
Ocultando a identidade.
A amiga lhe falou
Que não fosse tão ousada
Que talvez essa viagem
Fosse muito arriscada
Se fosse reconhecida
Bagunçava sua vida
Que estava tão arrumada
Guiando seu automóvel
Foi entrando na cidade
E foi logo percebendo
Que estava com saudade
Do lugar onde nasceu
E também onde viveu
Um trecho da mocidade
Percorreu algumas ruas
E parou pra descansar
Na praça em frente a igreja
Onde pode observar
As pessoas que passavam
A ali se acomodavam
Ficando a conversar
Lembrou de tempos atrás
Quando ali também esteve
De alguns momentos felizes
Que ali um dia teve
Tomada de emoção
Pôs a mão no coração
A chorar não se conteve
Estava assim Luzinete
Curtindo sua nostalgia
Quando viu que ali chegava
Uma mulher que sorria
Brincando com um menino
E pensou: Mas que destino
Aquela não é Maria?
Pois era Maria mesmo
Aquela que ali estava
E na praça com seu filho
Sob as arvores brincava
Luzinete, ao ver Maria
E o filho, naquele dia
Quase não acreditava
Ficou entre o receio
E a curiosidade
De ir falar com Maria
Era grande a sua vontade
Mas também sentia medo
De revelar o segredo
Da sua nova identidade.
Entre o medo e a vontade
Esta é que prevaleceu
Foi falar com Salomé
Pra saber como viveu
Ela nos últimos anos
Funcionaram os seus planos
Maria não percebeu.
Nem notou que Luzinete
Era o mesmo Zé Luando
Então ficaram as duas
Lá na praça conversando
Sobre a vida de Maria
Luzinete, aos pouco, ia
Mais e mais, se informando.
Até a proxima.
Luando era meio indeciso, mas um dia ele dar um destinho na sua vida.
ResponderExcluirPelo jeito vai ter final feliz para os dois! Vamos esperar o desfecho!ahahahaha
ResponderExcluirA. Morais,
ResponderExcluirestou gostando muito de ver o cordel do Zé Luando apresentado assim, em capítulos, no Blog do Sanharol.
Agradeço-lhe a divulgação e aproveito para lembrar que, quem quiser adquiri-lo, em forma de livro ilustrado, tem um link para a Livraria Cultura na Livraria Virtual do blog Mundo Cordel (mundocordel.com).
Outra coisa. Você pulou uma estrofe. A quarta desta postagem deveria ter sido:
Aconselhar Luzinete
De nada lhe adiantava.
Quando queria uma coisa
Ninguém mais a segurava.
Em uma sexta imprensada,
Luzinete, na estrada,
Pelo sertão viajava.
Abraços a todos!
Marcos Mairtom
ResponderExcluirRecebi do amigo Helmano Pinheiro Rodrigues, de Brasilia, uma coleção com 20 livros deste que o amigo fala. Entre eles o seu que conta a historia do Zè Luando. Achei interessante e dividir em varias postagens para não cansar o leitor. Resta a parte final. Parabens pela imaginação prodigiosa.
Um grande abraço e disponha do amigo e do Blog do Sanharol sempre.
Antonio Morais