Após o Superior Tribunal Federal (STF) protocolar, na quinta-feira passada, a denúncia por corrupção passiva feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer, seus aliados no Congresso Nacional começaram uma batalha política que hoje seria vencida pelo Palácio do Planalto. Pelo menos é essa a avaliação da consultoria Arko Advice e do Departamento Intersindical de Análise Parlamentar (Diap), organizações especializadas em avaliar o comportamento do Congresso.
Pela contabilidade alcançada pelas entidades, o peemedebista tem os 172 votos necessários para impedir que a Casa aprove a admissibilidade da investigação do Supremo no plenário, apesar da agenda negativa envolvendo o governo. As previsões divergem, porém, no caso de a votação ser prorrogada e entrar no segundo semestre. O sociólogo Murilo Aragão, da Arko Advice, disse acreditar que a denúncia da PGR não vai prosperar na Câmara dos Deputados sem fatos novos.
“A denúncia é vista [no Congresso] mais como um documento político do que jurídico. Ela é tratada pelos deputados como uma guerra aberta ao campo político. Seria portanto uma carta branca para delação virar prova sem prova”, disse Aragão.
A aposta da oposição de que a pressão dos eleitores na base pode virar o placar contra Temer é questionada por Aragão. “Dois terços dos deputados são carregados pelo quociente eleitoral. A maioria não é patrulhada pelas redes sociais como os parlamentares dos grandes centros eleitos por voto de opinião. Temer tem uma desaprovação desmobilizada”, disse o sociólogo.
Pela regra em vigor, os candidatos mais votados preenchem as cadeiras recebidas pelos partidos ou coligações com os “restos” de seus votos.
Não há como fazer uma previsão razoada. Cada dia uma nova denuncia.
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