Pedro Fernandes tornou-se ex-ministro do Trabalho antes mesmo de assumir o cargo. Escolhido às vésperas do Natal, o deputado maranhense foi descartado após o Réveillon. O PTB, partido de Fernandes, descobriu que, sob Michel Temer, o fisiologismo é praticado com método. O ministério pertence ao partido. Mas a Presidência da República continua sendo da cota de José Sarney.
Ex-integrante da falange política de Sarney, Pedro Fernandes, o breve, traz na biografia uma passagem pela equipe de secretários do governo maranhense de Roseana Sarney, a filha do oligarca. Mas cometeu a ousadia de trocar de lado. Desde que Flávio Dino (PCdoB) assumiu o poder no Maranhão, Fernandes deixou-se seduzir pelo comunismo de resultados. E desceu à caderneta de Sarney na coluna dos inimigos.
Um observador incauto poderia enxergar no veto de Sarney uma ótima notícia, pois Pedro Fernandes, um quase-ministro impensável, iria substituir no Ministério do Trabalho ao colega Ronaldo Nogueira, um ministro inaceitável. O problema é que o PTB, convidado a indicar outro nome, cogita acomodar na pasta do Trabalho o inacreditável. Atende pelo nome de Sérgio Moraes.
Moraes é aquele deputado federal que, em 2009, disse que estava “se lixando para a opinião pública” ao defender no Conselho de Ética da Câmara a preservação do mandato de um colega em apuros. Para os padrões do governo Temer, que também dá de ombros para a plateia, a escolha do deputado que se lixa seria adequada. Com uma vantagem: gaúcho, o inacreditável não atiça a ira de Sarney, o dono de Temer.
O renascimento de Sarney tem uma serventia colateral. Quem ainda imaginava que 2018 seria um ano novo e feliz, já pode voltar à realidade. Tirar o cavalo da chuva no segundo dia do Ano supostamente Novo não resolve os problemas do país. Mas pelo menos evita-se que o animal pegue uma gripe.
Politico ladrão é um mal difícil de ser exterminado. Desde 60 anos Sarney manda nos governos. De Castelo Branco e Temer. Todos lembram a consideração recebida do Lula. O PT foi obrigado a votar em favor do Sarney nos processos quando era senador. Não há decência na politica. São todos canalhas.
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