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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Catolico praticante - Por Antonio Morais

Lesiário nasceu e viveu no sitio Panelas município de Várzea-Alegre. Sempre que podia ou seja, diariamente, se deslocava para cidade para assistir a santa missa. Passava pelo Chico, Inharé, Sanharol e finalmente a cidade.

Entre o Chico e o Inharé existia um lugar assombroso conhecido por “Toco da Botija”. Cabra mole por ali não passava sem arrepiar os cabelos. Próximo desse lugar existia um frondoso pé de aroeira que tinha um oco, e, nessa loca Lesiario colocava uma pedra cada vez que ali passava na direção da igreja. Desejava o Lesiario prestar contas, no futuro, de quantas missas já havia assistido.

Certa feita a caminha, encontrou um amigo acidentado, perna quebrada, braço desmentido e se viu diante de uma difícil decisão. Se fosse prestar atendimento ao seu semelhante perderia a missa, se fosse pra missa deixaria seu irmão naquela situação desamparada. Optou por atender e perder a missa. Assim o fez.

Depois de muito tempo botou a aroeira a baixo, abriu o tronco para contar as pedras e para surpresa tinha uma só pedra, supõe-se que tenha sido a do dia do atendimento ao acidentado. Portanto, não te julgues superior nem deixes que a mão direita veja o que faz a esquerda.

5 comentários:

  1. Reflita. Pense bem. O teu semelhante é a imagem de Deus.

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  2. Não há dúvida, nós e o Pai somos um: devemos ser discretos na hora de ajudar o nosso semelhates.

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  3. Os do Sanharol gostavam de pagar promessa no Rubão. Saiam cedo e na passagem pelo Toco da Botija, escutavam os gemidos e gritos. Um grito : jà vão? Eles calados, outro grito novamente: Já Vão? Aí Antonio de Sanharol que era meio doido respondeu: já, vamos mais nós.

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  4. MAGNÓLIA, acho você muito " JOVEM", pra lembrar essas coisas...Você já nasceu na era do MODERNISMO, não??? .Essas assombrações eram coisas do meu tempo de " menina"...que fica distante do seu. Lembro bem que faziam muito medo a gente com essas histórias de "fantasmas", de lobisomem" , e até mesmo de"almas"
    aparecendo naquele trecho da estrada.
    Várias criaturas diziam ver almas no tronco da Aroeira por volta das 6,00 horas da manhã, meio dia e às 6,00 horas da noite...É o novo...!!! Será se essas pessoas pecavam menos do que nós, pra saber algo do outro mundo???? Acho que tudo não passava de imaginação, alucinação...

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  5. Já que vocês tão falando de coisa do outro mundo, lobisomem e fantasma, alma penada, por que o Mundim ou quem sabe, não nos conta o causo do Padre montado numa Porca? A estória se passa entre a Vazante e o Colégio S. Raimundo, na altura da entrada do Gravié.

    Um abraço tremelicante da Flor das Bravas.

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