Batalha de Ourique, 25 de julho de 1139. Neste dia nasceu Portugal
Faz alguns anos. Entre 2001/2002. O Prof. Vladenir Menezes, então diretor da Faculdade Leão Sampaio (hoje Centro Universitário Doutor Leão Sampaio – UNILEÃO) – da cidade de Juazeiro do Norte – convidou-me para lecionar a disciplina História do Brasil
num curso superior existente naquela instituição. Ali demorei apenas um
ano, porquanto não me seduziu o papel de professor nos tempos,
digamos, medíocres, em que vivemos.
O Prof. Vladenir deu-me liberdade para eu elaborar a grade curricular da disciplina. O que fiz com muito empenho, buscando novo enfoque, evitando a mesmice da pregação, em sala-de-aula, de luta de classes, “preferência opcional” pelo ideário marxista, e outros equívocos, que viriam a ter seu apogeu quando o lulopetismo chegou ao poder, no Brasil, a partir de 2003.
Minhas primeiras aulas ministradas versaram sobre um fato histórico
antecedente à “descoberta do Brasil”. Um fato que teve profunda
influência na formação do Brasil, desde os primórdios do Brasil-Colônia, passando pelo Brasil-Império, até desaguar no golpe militar que nos impôs a forma de governo republicana, em 1889.
Refiro-me a um episódio do qual resultou o surgimento da nação
portuguesa. Fato desconhecido pela quase totalidade de professores e
alunos dos cursos de História, no Brasil. Trata-se da "aparição" de
Nosso Senhor Jesus Cristo ao Conde Dom Alfonso Henriques, na véspera da
Batalha de Ourique, cujos registros se encontram nos Tombos da Torre de
Belém e foram transformados em versos por Camões, no célebre poema
“Lusíadas”.
A visão do Conde Dom Alfonso Henriques, primeiro Rei de Portugal,
na noite-véspera da Batalha de Ourique
Dias atrás, para minha alegria, li um artigo escrito pelo futuro
Ministro das Relações Exteriores do Governo Bolsonaro – o Embaixador
Ernesto Araújo – sobre esse episódio. Transcrevo, para os que me lerem, o
texto do futuro Chanceler brasileiro, um homem culto, corajoso,
autêntico intelectual, como há muito não se via à frente do Itamarati.
Confiram abaixo:
“Antes da batalha (por Ernesto Araújo)
Na
noite antes da batalha de Ourique, em 25 de julho de 1139, Nosso Senhor
Jesus Cristo apareceu numa visão a Dom Afonso Henriques, então ainda
conde de Portugal, que se preparava para enfrentar cinco reis mouros
contra ele coligados. Conta Afonso Henriques, num relato possivelmente
autêntico, registrado alguns anos depois:
“E
subitamente vi, à parte direita, contra o nascente, um raio
resplandecente, indo-se pouco a pouco clarificando; cada hora se fazia
maior. E pondo de propósito os olhos para aquela parte, vi, de repente,
no próprio raio, o sinal da cruz mais resplandecente que o sol, e um
grupo grande de mancebos resplandecentes, os quais, creio que seriam os
Santos Anjos. Vendo, pois, essa visão, pondo à parte o escudo e a
espada, me lancei de bruços e, desfeito em lágrimas comecei a rogar pela
consolação de seus vassalos, e disse sem nenhum temor.
"–
A que fim me apareceis, Senhor? Quereis, porventura, acrescentar fé a
quem já tem tanta? Melhor é, por certo, que vos vejam os inimigos, e
creiam em vós, que eu, que desde a fonte do Batismo vos conheci por Deus
verdadeiro, filho da Virgem e do Padre Eterno, e assim Vos reconheço
agora.
"A cruz era de
maravilhosa grandeza, levantada da terra quase dez côvados. O Senhor,
com um tom de voz suave, que minhas orelhas indignas ouviram, disse:
"–
Não te apareci deste modo para acrescentar tua fé, mas para fortalecer
teu coração neste conflito. E fundar os princípios de teu reino sobre
pedra firme. Confia, Afonso, porque não só vencerás esta batalha, mas
todas as outras em que pelejares contra os inimigos de minha Cruz.
Acharás tua gente alegre e esforçada para a peleja; e te pedirá que
entres na batalha com o título de rei. Não ponhas dúvida, mas tudo
quanto pedirem, lhes concede facilmente. Eu sou fundador e destruidor
dos reinos e impérios, e quero em ti, e em teus descendentes, fundar
para Mim um império por cujo meio seja Meu Nome publicado entre as
nações mais estranhas.”
Afonso
Henriques foi proclamado Rei no campo de batalha e triunfou. Graças à
sua fé e sua espada estamos aqui, e conhecemos o nome do Salvador. “E aquele que conhece o meu nome, eu também conheço o seu nome”, diz um texto cristão dos primeiros séculos”.
*** *** ***
Ouso dizer que, naquele 25 de julho de 1139, quando Nosso Senhor Jesus Cristo previu: “(Que) seja Meu Nome publicado entre as nações mais estranhas”, já estava nos planos da Divina Providência a extensão do que seria o imenso Império Português,
o qual, no século XVI, abrangeria também o Brasil, várias nações da
África (Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde), pequenas porções da
Índia e até um país o Sudeste Asiático: Timor Leste.
(*) Armando Lopes Rafael é historiador.
Bravo. Uma aula de historia geral. Parabens.
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