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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 17 de dezembro de 2016

O socialismo venezuelano: pessoas comendo cachorros, saqueando supermercados, queimando cédulas do dinheiro e morrendo de inanição

Fonte: agências de notícias
O Banco Central da Venezuela (BCV) apresentou nesta sexta-feira as novas cédulas de 20 mil, 10 mil, 5 mil, 2 mil, mil, e 500, e moedas de 100, 50 e 10 bolívares que começarão a circular no país a partir do dia 15 de dezembro. Só que não deu para entregar essas novas cédulas e o povo foi as ruas queimar as cédulas antigas, em mais uma noite de protestos, destruição do patrimônio privado e incêndios que se espalharam por Caracas.

Jamais menospreze a capacidade destruidora do socialismo: a Venezuela, ainda na década de 1970, estava entre os 20 países mais ricos do mundo.  Bastou pouco mais de uma década de bolivarianismo para jogar a população do país na mais completa mendicância.

Tudo começou quando, em sua fome por poder, o falecido Hugo Chávez prometeu redistribuir a riqueza do país para os mais pobres (sempre começa assim).  O pai do "socialismo do século XXI", ao que tudo indica, desconhecia a máxima econômica de que, para que os recursos possam ser redistribuídos para as massas, eles têm antes de ser produzidos. E impedir a produção é exatamente aquilo que o socialismo faz.

A situação começou realmente a degringolar com a destruição da moeda.  Quando a moeda perde seu valor, toda a economia se deteriora.  Sendo a moeda a metade de toda e qualquer transação econômica, se ela deixa de funcionar, você retorna a um estado de escambo.  Ninguém aceita abrir mão de bens — principalmente alimentos e outros produtos essenciais — em troca de uma moeda sem poder de compra nenhum.  Escassez e desabastecimentos se tornam a consequência inevitável.

Uma moeda em contínuo enfraquecimento — que nenhum venezuelano quer portar e que nenhum estrangeiro está disposto a aceitar em troca de dólares (o que inviabiliza importações até mesmo a de produtos básicos e essenciais, como remédios) — e um controle total de preços decretado pelo governo levaram a uma escassez generalizada de bens essenciais na economia.
Um país tem de ou produzir o que consome ou importar.  A produção doméstica praticamente acabou e nenhum estrangeiro aceita trocar dólares por bolívares venezuelanos, o que significa que praticamente não há importações.

Após 15 anos de revolução bolivariana, a Venezuela está mergulhada na maior crise econômica da sua história.  O paraíso socialista criado por Hugo Chávez e aperfeiçoado por seu sucessor Nicolás Maduro vem quebrando paradigmas e alcançando façanhas: já conseguiu gerar escassez e racionamento de papel higiênico, comida, remédios, cerveja, eletricidade e até mesmo água.O país está em hiperinflação.  Organismos internacionais, em uma projeção conservadora, estimam uma inflação de preços de 1.000 % para este ano.

Saques, mortes, e cachorros como alimentos

Não é nenhum exagero dizer que a situação da Venezuela já alcançou um ponto sem retorno.  O caos se tornou irreversível. De um lado, a polícia.  De outro, cidadãos venezuelanos protestando pelo fato de seus filhos estarem morrendo por falta de comida e remédios, e por não terem água e nem eletricidade. 

E para se certificar de que a mesma pessoa não esteja comprando itens básicos mais de uma vez na mesma semana.   Em seguida, filas nos supermercados se tornaram rotinas. Os venezuelanos passaram a ter de pedir permissão para faltar ao trabalho e assim poder ficar o dia inteiro em longas filas nas portas dos poucos supermercados que ainda tinham produtos à venda.

Isso inevitavelmente os empurrou para o mercado negro.  A situação ficou tão escabrosa que os traficantes de drogas abriram mão de seu ofício em tempo integral e passaram a se especializar no mercado paralelo de alimentos.

Agora, a escassez e a fome chegaram a tal ponto, que os venezuelanos estão caçando cachorros, gatos e até mesmo pombos para poder comê-los.

2 comentários:

  1. O povo vai se contentando com as pequenas esmolas e dando asa a bandidos que se fortalecem com o seu apoio, com o enquadramento das instituições e se firmam como verdadeiros proprietários do puder. Esse mesmo povo paga com a miséria que lhe sobra no fim. Rio de janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são uma Venezuela em potencial.

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  2. O Brasil inteiro teria virado uma Venezuela não fosse mais uma graça concedida por Deus ao povo brasileiro...

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