Foto do poeta José Augusto de Lima Siebra no crepúsculo de sua idade.
“Aquele que envelhece e que segue atentamente esse processo poderá observar como, apesar de as forças falharem e as potencialidades deixarem de ser as que eram, a vida pode, até bastante tarde, ano após ano e até ao fim, ainda ser capaz de aumentar e multiplicar a interminável rede das suas relações e interdependências e como, desde que a memória se mantenha desperta, nada daquilo que é transitório e já se passou se perde”.
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Cromo - Soneto.
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Sá Chiquinha está rezando
Tem o rosário na mão
As continhas alisando
Desfiam pelo cordão.
Mas a velha cochilando
Dá com o rosário no chão
Mil voltas no corpo dando
Acorda de supetão.
Olhando em torno assustada
Com a cara enfarruscada
Reconhece que dormiu.
Levanta a tempo a corcunda
E fala bem iracunda:
Lá o diabo caiu.
Tem o rosário na mão
As continhas alisando
Desfiam pelo cordão.
Mas a velha cochilando
Dá com o rosário no chão
Mil voltas no corpo dando
Acorda de supetão.
Olhando em torno assustada
Com a cara enfarruscada
Reconhece que dormiu.
Levanta a tempo a corcunda
E fala bem iracunda:
Lá o diabo caiu.
Prezados Amigos.
ResponderExcluirEste soneto do José Augusto de Lima Siebra me fez lembrar a reza de duas parentas e conterrâneas. Zefa da Formiga e a saudosa amiga querida de todos nós Cotinha de Raimundo Bitu. As historias ficariam engraçadas se eu tivesse o dom da poesia, mas como não tenho, contarei em prosa. Duvido que alguém lendo não dê uma boa risada com o desfecho da reza.
Jose Augusto diz em seu soneto que Sá Chiquinha fala com o rosário: Lá o diabo caiu. Zefa e Cotinha tem reações semelhantes. Quem acompanhar o Blog verá.
Morais,
ResponderExcluirquero agradecer pelas postagens e comentários as poemas de Zé Augusto.
Você demonstrou ter sensibilidade poética e isso é muito bom. Gostei muito do texto de H.Hesse.
Abraços poéticos
stela