Está parado o ramo de oliveira
E muito triste o céu da Palestina
Três horas. Lá no céu o sol declina
Queda silente a natureza inteira.
Jesus, o bom Jesus a fronte inclina
Deita da face a lágrima primeira
Do peito exala a ânsia derradeira
Morre na cruz suspensa na colina.
Escuta calmo o glauco mar profundo
Há um silêncio tal em todo mundo
Que a própria hierarquia desconhece.
A mãe do Verbo a fronte ao céu erguia
E ao supremo soluço de Maria
A terra treme, o sol empalidece.
Ouvindo Estrelas - Por Jose Augusto de Lima Siebra.
ResponderExcluirNoite. O firmamento
Está de estrelas salpicado.
A lua brinca entre elas
Qual um ente enamorado.
Como é lindo à meia-noite
Conversar com as estrelas,
Fitá-las no firmamento
Amá-las, ouvir e vê-las.
Gosto de amar as estrelas,
Elas namoram comigo,
Escuto o que me dizem,
Quanto segredo não digo!
Como é bom ouvir estrelas
Quando a noite está quieta.
Mas as estrelas só amam
Só conversam com poeta.
Foi do seio das estrelas
Que nasceu a poesia
Regada por uma lágrima
De um soluço de Maria.
Quando à noite estou dormindo
Ouço alguém a me chamar
São estrelas que me chamam
Pois me querem namorar.
Levanto-me, abro a porta,
Saio quase na carreira
Passo logo a ouvi-las
Nos amamos a noite inteira.
Quando a noite vai morrendo
Que no céu desponta a aurora
As estrelas se despedem
Num soluço e vão embora.
Passo, pois, o dia triste
Sinto medo de perdê-las
Peço a Deus que a noite venha
Pois desejo ouvir e vê-las.