Viajantes, geralmente vendedores de produtos de laboratórios, tinham muitas regalias quando trabalhavam no interior do Estado.
Isso há meio século atrás. Hoje, os negócios são tocados de forma diferente e esses representantes, em razão de medidas econômicas, praticamente desapareceram.
Me lembro bem que, por serem novidade nos lugares, gozavam da hospitalidade dos habitantes e faziam o maior sucesso com o mulherio.
Certas beldades só queriam papo com aqueles que chegavam e saiam rápido da cidade. Tinham privilégios por serem de fora e isso até provocava ciúmes dos nativos.
No futebol brasileiro, acontece uma coisa semelhante. Se costuma incensar treinadores ou jogadores pelo fato de serem estrangeiros, ou por serem, digamos, viajantes.
Não precisa vir da Europa. Sendo de um país da América do Sul preenche os “requisitos” exigidos.
Reforçando o resultadismo em prejuízo da qualidade, a mídia esportiva colonizada incensa, a mais da conta, a presença do argentino Jorge Sampaoli, hoje, à frente do Santos.
Não discuto a sua competência, já provada em várias ocasiões. Me refiro ao exagero que levou um jornalista a perguntar ao argentino, depois de quatro resultados positivos do time peixeiro, se ele pretendia revolucionar o futebol brasileiro.
Sim, quatro bons resultados como indícios de uma revolução tática extraordinária. Sampaoli, tranquilamente, respondeu que não se julgava capaz de realizar nenhuma revolução no futebol brasileiro, e só tinha como objetivo fazer o Santos jogar bem.
Para um açodado bajulador, a resposta deu um freio na sua condição de adorador do resultadismo imbecil que faz morada no futebol.
Hoje, o Santos de Sampaoli levou uma sapatada do Ituano, por 5 X 1. Pelo resultado, tudo indica que a revolução sugerida pelo cronista foi para o espaço.
Sem incenso, tá? Os viajantes vão entender.
Prezado Wilton - Meu comentário não tem nada a ver com o que trata sua bela crônica. Mas, na década de 50 de século passado Santana do Cariri era uma cidade isolada. Lá só iam os caixeiros viajantes e de lá voltava. Era fim de linha. Um viajante chegou na pensão de Dona Rosa, a única existente na cidade. Depois do almoço pediu o preço no que foi informado : Um verdadeiro absurdo para uma manhã e uma refeição. O viajante arrumou as coisas no carro e escreveu atrás da porta com um carvão :
ResponderExcluirCariri de Santana,
Santana do Cariri,
Se o mundo tem cu,
O cu do mundo é aqui.