Sinto saudades das paisagens encantadoras do tempo que se foi quando a alma povoada de sonhos, eu tinha. Tive da luz da vida, apenas, um reflexo! Sinto saudades de quase tudo.
Na extrema curva do caminho incerto, a vida, por mim vivida, é um mar de mistérios. Nasci praticamente numa manjedoura. Meus pais pobres. Gente pobre é invisível. Só amor havia pra oferecer e uma redinha sem varandas.
Vejo vultos que desaparecem –, alma humana em movimentos, jamais agente esquece. As mutações vividas em caminhos passados marcam o meu espírito, e chego aos 80... Bem vividos?... Não sei...
O que sei –, sei?
É que na trocadas cadeiras da vida, meus velhos deram a volta por cima, educando dez filhos. Nasceram onze, mas deles, morreu o primeiro, com poucos meses de nascido.
Para vencer os desafios da pobreza, os meus pais usaram a arma do bom caráter, muita dignidade e respeito próprio!
Hoje já não sou mais uma criança e apreciar a alma em movimentos, sigo a intuição e a sensibilidade.
Sinto saudades da bênção do meu querido pai quando, em 1974, deixando uma bela biografia, partiu –, com arteriosclerose desenvolvida prematuramente, sem dizer o habitual, Deus te abençoe, filho!
Ele foi autodidata, filósofo, conciliador e melhor conselheiro deste mundo.
Ele viajou sem de mim se despedir, mas, seu vulto não desaparece nunca –, aparece e desaparece novamente, deixando-me fatigado!... E triste, fatigado e triste, não sei se foram bem vividos meus 80 anos.
Um texto de leitura prazerosa.
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