A TELEVISÃO
Personagens:
1. Educador
2. Político
3. Intelectual
4. Empresário
5. Religioso
6. Cidadão Comum
Educador:
Estamos apresentando
Uma peça teatral
Pra demonstrar a vocês
De maneira natural
Como é que se comporta
A tevê nacional.
Olhando-se a importância
De uma boa informação
E temendo acreditar
Na má comunicação
Desejamos demonstrar
Como é a televisão.
Peço ao nobre deputado,
Que aproveite este momento
Para dizer as pessoas,
Abrilhantando o evento,
Pois agindo desta forma
Trará mais contentamento.
Político:
Eu me chamo Adamastor,
Deputado estadual,
E afirmo que a nossa mídia
Tem o modelo ideal,
Pois para educar o povo
Ela tem de ser global.
Para falar à nação
Temos grande competência,
Pra mostrar o nosso trabalho
Precisamos de audiência,
Daí precisarmos sempre
Comprar esta consciência.
Intelectual:
Não concordo com você
Em pensar desta maneira.
O deputado não deve,
De maneira interesseira,
Mudar a mente do povo
De forma tão traiçoeira.
Eu, um intelectual,
Não posso assim me calar.
Deixar a mídia crescer
E a todos manipular
É ferir os nossos direitos
De forma não salutar.
Empresário:
Eu, como grande empresário,
Desta gigante nação
Vislumbro sempre a ideia,
Que deve a televisão
Oferecer para o público
Uma picante lição.
Se o povo estiver ligado
E o comercial perfeito,
O consumo será grande
E o pedido será feito,
O operário gastará
Sem o menor preconceito.
Religioso:
Eu, como pastor de almas,
Fico impressionado
Com tantas cenas nocivas,
Que a tevê tem mostrado,
Só vendo sexo, luxúria
E um povo violentado.
Não quero ver na tevê
Os podres da burguesia
E assistir ao desperdício
De tempo, que tirania!
Quero ver todos os homens
Na mais completa harmonia.
Cidadão Comum:
Eu não entendo vocês
Com tamanha discussão,
Sendo um cidadão comum
Vejo com bom coração
As novelas e os programas,
Que traz a televisão.
Sei que o rádio e a tevê
A nossa história, acrescenta.
Porém, não desejo crer,
Que o diretor sempre aumenta,
Que manipula as pessoas
Com atitude violenta.
Educador:
Você está equivocado,
Meu distinto companheiro.
A informação é montada,
Por completo e por inteiro,
Servindo aos interesses
Do ricaço brasileiro.
Empresário:
Você acusa o empresário
Porque não quer ter patrão.
Para o bom entendedor
Isto é discriminação,
Mas pra vender o meu produto
Busco a televisão.
Intelectual:
Uso a literatura
Para educar nossa gente,
Fazer crescer o país,
Torná-lo mais consciente,
Todavia o que eu assisto
Na tevê não é decente.
Religioso:
São programas sem cultura,
Sem um enredo concreto.
Não se vê mais sinfonia
Nem seu ballet predileto
E se a trama tem bom gosto
É em horário discreto.
Político:
Sei que temos de mudar
A má comunicação.
Porém, a minha bancada,
Pensando na eleição,
Está longe de alterar
Nossa constituição.
Cidadão Comum:
Minha mente está confusa,
Não consigo acreditar;
Se no padre, no prefeito
Ou no escritor do lugar;
A televisão só mostra
O que ela quer mostrar.
Educador:
Precisamos convencer
O povo, neste momento;
Deputados, senadores,
Reunir quem tem talento;
Ter na comunicação
Uma mudança, a contento.
Empresário:
Não vejo necessidade
De tal preocupação.
Você, nobre educador,
Não compreende a razão;
Deixe o povo acreditar
Que a tevê é diversão.
Intelectual:
Eu estudo pra saber,
Aprendo para ensinar,
Escrevo pra resolver
E o povo, valorizar;
A tevê é necessária
Para, o país, educar.
Religioso:
O escritor tem razão
Expondo o seu sentimento...
Na minha igreja, eu defendo
Este bravo pensamento,
Pois a informação correta
No Brasil, se esvai no vento.
Político:
Vamos pensar num acordo
Que represente a nação,
Educar o nosso povo
Dando-lhe educação,
Pois com a mente preparada
Será outra a opção.
Cidadão Comum:
Eu represento este povo
Humilde da minha terra,
Levanto a minha bandeira,
Onde o meu punho se encerra
Para elevar a cultura
Da nação, eu faço guerra.
Todos:
Somos todos brasileiros
Tão carentes do “querer”;
Juntemos, então, as forças
Pra o futuro acontecer,
Pois com tanto monopólio
O domínio irá crescer.
Fim.
Parabens Dr. Savio.
ResponderExcluirVivemos, na verdade, momentos nunca visto na historia. O poder politico alugou os segmentos pensantes da nação com direito até de a propria imprensa divulgar criticas que lhe são atribuidas e não reagir, ficar calada. Mesmo se sabendo que temos um governo podre a ponto de vez por outra cair um pedaço.
Que falta nos faz um Carlos Lacerda.
Dr Sávio:
ResponderExcluirEU aqui como o Cidadão Comum fico imaginando,hoje se comemora o Dia do Homem,por ser Julho,mês emque o Homem foi à Lua,imagino quantos problemas temos aqui, para festeijar esse Dia ,ou seja todos os dias do ano podemos comemorar o Dia do Homem.
Sávio:um belo texto na sexta.
Um abraço.
Luiz Lisboa.
Dr. Sávio Pinheiro
ResponderExcluirMuito bom o texto em verso sobre a imprensa no Brasil. O povo comum também teve vez em sua história o que não ocorre na realidade, pois mesmo com o avanço da informação, nosso pais ainda está aquém do esperado.
Mas, a grande imprensa terá que conviver com outros formadores de opinião, hoje está mais difícil dela manipular o povo. Há informações para todos os gostos, isso é democracia, o governo manipula a informação, isso é ditadura!
Muito bom o seu texto, Dr. Sávio.
ResponderExcluirCostumo perguntar aos meus alunos se eles acham que os donos das TVs
sentam-se para apreciar seus programas...
Artemisia
ResponderExcluirNão sei se foi consciente, mas o Dr Sávio deu uma bela aula sobre como funciona a imprensa.
Francisco, com certeza há muito de consciência sobre a imprensa brasileira na cabecinha do Dr. Sávio.
ResponderExcluirExcelente Poivinha!
ResponderExcluirNão estou ainda sufragando, mas eu posso adiantar que o seu texto é um forte candidato para a postagem do mês.
Você fez na imprensa menor, o que a maior despresa.
Um grande abraço e o pedido de perdão pelo atraso do comentário.