Muito já se falou neste blog sobre algumas falhas nas ações dos últimos governos no Brasil. Um dos comentários que eu propriamente fiz foi de que faltam políticas públicas adequadas para reverter o sentido eleitoreiro do principal programa do governo federal, que é o bolsa família, o qual, embora tenha seus méritos em termos de ajudar financeiramente as pessoas menos favorecidas, não apresenta perspectivas de sustentabilidade e deixa transparecer serventilismo, não agregando incentivo ao trabalho e ao autodesenvolvimento do ser humano. Já havia uma perspectiva de que a população estava exausta com tamanha desfaçatez e ineficiência do governo, mas jamais se poderia imaginar que, mais dia menos dia, a população iria às ruas para mostrar aos governantes que eles esqueceram ou não souberam aplicar os três princípios básicos que os economistas e analistas políticos consideram importante para um bom plano, inclusive, em qualquer atividade humana, que são: eficácia, eficiência e efetividade.
Vou tentar passar um pouco da minha rude noção sobre cada uma das três premissas apontadas acima, e fazer uma breve demonstração de como um governo maquiavélico age priorizando apenas uma delas, que é a forma mais desumana e desonesta de quem não tem plano utiliza subtefúgios para enganar o povo, enchendo os ricos de dinheiro e humilhando os pobres com falsas investidas e migalhas e, ao mesmo tempo, empanando a população com informações midiáticas e ações imediatistas desinvestidas de sustentabilidade.
Qualquer planejamento, quer seja na política, indústria, no comércio e até mesmo na vida pessoal, depende de uma boa relação entre o uso dessas três premissas básicas: (Eficácia) está ligada diretamente a rapidez, ou seja, quando se pratica uma ação cumprindo um determinado “tempo” estabelecido, pode-se dizer que esta ação foi eficaz. (Eficiência) está relacionada com a época e forma como é possível conjugar os elementos que evolvem uma determinada ação ou produto; dessa forma, de princípio, uma ação eficiente é aquela que é realizada da forma mais “econômica” possível. Por outro lado, a (efetividade) está relacionada com a “utilidade” da ação ou do produto que foi realizado em um determinado tempo.
Diante dessa rudimentar explanação, é possível averiguar-se que os últimos governos populistas não têm planos, mas, embora pareçam ingênuos, são muitos astutos e séquitos em seus interesses. Sabedores de que no nosso país há uma grande massa de pessoas desprovidas de conhecimentos sobre seus diretitos e deveres, preferiram investir na primeira das premissas: a “eficácia”. Esta, apesar de ser uma importante premissa econômico-pólítica, exige pouca ação operacional. Por exemplo, para o governo realizar o programa “bolsa renda”, beneficiando milhões de famílias, é necessário saber apenas o número da conta corrente de cada uma delas. Depois é só a providenciar os respectivos depósitos em cada uma mensalmente, utilizando-se de dinheiro arrecadado (36,% de carga tributária).
Para observarmos o quanto o governo é inoperante, basta o clamor expresso ultimamente nas ruas, após 10 anos de investimentos financeiros do governo sem sustentabilidade. A população pede ações operacionais nas áreas da saúde, educação,segurança, logística e reformas nas áreas tributária e eleitoral, que não avançaram ou até regrediram, apesar da grande maioria parlamentar na base de sustentação do poder central. Por outro lado, vê-se que só agora após as manifestações da população, os mandantes da nação estão tendo que enfrentar as duas outras premissas (eficiência e efetividade), que são mais difíceis de serem implementadas, portanto, também mais importantes no contexto geral de um planejamento equilibrado. Porém, se quiser realmente investir para melhorar a saúde, educação, estradas, tributos, política, etc., a Dr. Dilma terá que fazer planos, orçamentos, elaborar projetos, acompanhar liberações, executar obras, fazer licitações, implementar concursos públicos, captar mão de obra, executar compras de custeio (eficiência) e, por fim, avaliar, pesquisar e auscutar o povo sobre a satisfação das comunidades com relação aos efeitos dos produtos e serviços advindos de todas estas ações, redirecionando ou planejamento outras políticas públicas (efetividade). Contudo, não há muita esperança de que isso se concretize, pois tudo são coisas que os populistas não gostam de realizar.
Parece, em fim, que as massas que estão nas ruas e que não foram diretamente afetadas pela “eficácia” cega dos governos, estão acordando e querendo expressar que os dois princípios esquecidos pelos últimos governos populistas (eficiência e efetividade) precisam ser utilizados de agora em diante com celeridade e rapidez. Não dá mais para esperarmos outros dez anos de enganação e luxúria. Talvez seja necessário eleger outros “companheiros” ou políticos sérios e competentes, pois estes que estão ai não querem ou não sabem fazer planejamento sustentável, principal ingrediente para quem objetiva alcançar resultados eficazes eficientes e efetivos. Pão e circo nunca mais.
Prezado Antonio.
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Você escreve com a propriedade de grande conhecedor dos verdadeiros problemas que levaram o povo as ruas.
Como a presidente não pode fazer tudo sozinha e não pode se afastar da cambada de corruptos instalada há décadas no sistema politico viciado e corrupto brasileiro fica difícil. Vai pagar pelos outros.
Lula reabilitou todos os politicos sebosos e safados que estavam ameaçados de extinção. Dilma nega a herança, por essa razão vai penar.
Viva o Brasil!
ResponderExcluirOnde o ano inteiro
É primeiro de abril
Millôr Fernandes
Esta frase resume tudo que penso!
E É POR ISSO QUE NÃO SE INVESTE MUITO EM EDUCAÇÃO NESSE PAÍS.POIS AS PESSOAS IRIAM TIRAR A VENDA QUE CONTINUAM NOS OLHOS DAQUELES QUE NÃO TIVERAM ACESSO A EDUCAÇÃO E SE CONFORMAM COM O BOLSA FAMÍLIA NO FIM DO MÊS.
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